postado em 02/07/2014 21:46
Desde o último domingo (29/6), 130 estudantes da rede pública de ensino estão concentrados para a nona edição do Programa de Imersão em Língua Inglesa e Cultura Americana promovido pela Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil. Desses, 54 estão no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU) em Belém e 76 estão no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (ICBEU) em Londrina. Durante seis dias, os jovens falam apenas inglês e ficam reunidos para ter aulas de conversação sobre história e geografia dos EUA, esportes populares e culinária, além de participarem de dinâmicas, jogos e brincadeiras que estimulam o desenvolvimento de liderança.Participam do programa jovens de 15 a 18 anos de todas as unidades da Federação, que foram selecionados por terem engajamento social em suas comunidades e excelência acadêmica. Os 130 escolhidos são também semifinalistas do processo seletivo do programa Jovens Embaixadores, que leva estudantes para aprenderem e participarem de voluntariado nos Estados Unidos. Desde o lançamento do programa de imersão, em 2006, cerca de 830 estudantes foram beneficiados.
;O que vale a pena destacar é que essa moçada está aqui porque é formada por jovens selecionados como líderes em suas comunidades e envolvidos em voluntariado. Oferecemos estrutura e teoria que os ajude a estruturar essa liderança inata. Eles são os líderes da próxima geração;, define Ely Torresim, coordenador da imersão do grupo que está hospedado em Londrina. Ele explica que os participantes têm atividades diárias das 8h30 às 17h30. À noite, há programações sociais como sessões de filmes, baile à fantasia, jogos noturnos e lual.
Durante o dia, as programações ocorrem num hotel fazenda, em que o grupo participa de experiências para desenvolver liderança e trabalho em equipe. ;As atividades podem parecer simples, mas ensinam muito. O grupo atirou com arco e flecha para a aprender a ter foco, por exemplo. No vôlei de toalha, duplas tinham que lançar a bola com uma toalha para aprender a trabalhar em equipe;, descreve.
Do DF para Londrina
Camila Gomes e Kamila Candido, 18 anos, Rômullo Eduardo e Renan Almeida, 17, e Alice Azevedo, 16, são os representantes do DF na imersão. Os cinco alunos de escolas públicas estão com o grupo que ficou em Londrina. Camila Gomes cursa biotecnologia na Universidade de Brasília (UnB), fez o ensino médio no Centro de Ensino Médio Ave Branca e estudou inglês e japonês no Centro Interescolar de Línguas (CIL) de Taguatinga. Ela acredita que foi escolhida graças a boas notas e espírito de liderança. ;Eles nos avaliam e entrevistas e querem gente com desenvoltura. No CIL, eu dava aulas para alunos que precisavam de reforço e também trabalhava no projeto assistencial de um centro espírita;, conta.
Para ela, que participou do programa Brasília sem Fronteiras e ficou quatro semanas em Washington, colocar o inglês em prática não é difícil. ;O mais interessante aqui é o fato de ter gente do Brasil todo, pessoas de outros lugares com quem você compartilha experiências do idioma e de vida;, conclui.
Aluno do Centro de Ensino Médio Setor Oeste, Renan Almeida pretende cursar engenharia espacial na UnB. No CIL 1, ele cursou inglês e, atualmente, estuda alemão e francês. ;A imersão me surpreendeu em todos os aspectos. A gente fala inglês mesmo e todo mundo se entrosa: é como se aqui todos fôssemos amigos há muito tempo. Todas as atividades são boas;, elogia. Para ele, um dos maiores aprendizados é trabalhar em equipe, liderar e saber entender pessoas com ideias e origens diferentes. Engajado no projeto Gol de Educação e professor de aulas de monitoria no CIL, Renan também reuni uma experiência internacional no currículo: pelo programa Jovens Embaixadores, visitou os EUA, onde passou pelo Vale do Silício e desenvolveu produtos.
Para Rômullo Eduardo, a melhor atividade do local foi feita com um barbante. ;Gostei muito de uma brincadeira em que todos tinham que ficar juntos e passar o barbante. Se todos não colaborassem, não ia funcionar;, diz. Ser responsável e ;certinho;, tirar boas notas e ter atitudes de liderança levaram à aprovação do jovem no programa de imersão. Aluno do Centro Educacional 2 do Guará, Rômulo também foi aprovado no Brasília sem Fronteiras e deve embarcar para Washington no fim do mês. ;Estou muito feliz de ter conseguido passar na prova. A imersão aqui vai me ajudar a ir melhor no intercâmbio porque, nas duas experiências, é preciso trabalhar muito em grupo;, comemora.
Estudante do Centro Educacional 6 da Ceilândia, Alice Azevedo adorou o contato com pessoas diferentes na imersão. ;Trabalhar em grupo, fazer amizades e conhecer dialetos, sotaques e palavras é muito bom;. Também aprovada no Ciência sem Fronteiras, ela está ansiosa para viajar. ;A perspectiva de falar inglês no exterior e fazer intercâmbio é muito emocionante;.
Kamila Candido estudou no CIL do Gama, participou do programa Jovens Embaixadores e, atualmente, faz um cursinho pré-vestibular. ;Essa é a segunda vez que participo da imersão. No ano passado, participei em Brasília. A organização é muito criativa. O vôlei com toalha é muito diferente e simples. Aqui é tudo muito novo e empolgante. Essa experiência em Londrina é mais emocionante porque eu nunca tinha viajado de avião ou saído de DF e Goiás. É uma oportunidade única!”