Trabalho e Formacao

De malas prontas

Quem investe e procura uma experência de trabalho no exterior retorna cheio de aprendizados. Planejar não só a ida, mas também a volta são, segredos para ter sucesso na empreitada

postado em 23/03/2015 09:51

Quando retorna ao país, quem passou um tempo lá fora é altamente valorizado, mesmo que não tenha conquistado promoções ou trabalhado em posições mais altas. ;Quando vai para os Estados Unidos ou para a Europa, normalmente, o brasileiro ocupa posições inferiores hirarquicamente. Mesmo assim, é uma oportunidade de crescimento ; e quando uso essa palavra, não quero dizer galgar posições mais altas, mas se desenvolver como profissional. O importante é o aprendizado: eles voltam cheios de boas práticas para ensinar à equipe;, percebe Luis Fernando Martins, diretor nacional da Hays. Rúbria Coutinho, especialista em desenvolvimento organizacional, aponta muitos benefícios em experiências internacionais, como desenvolver uma liderança global, resiliência e flexibilidade.

Ela indica que a mudança seja planejada não apenas pela empresa, mas pelo próprio profissional. ;Ir ao exterior não pode se basear apenas no convite de uma organização: tem que fazer parte dos planos da pessoa. Há toda uma preparação a ser tomada antes: cursos de idiomas, estudo sobre a cultura...; Segundo a psicóloga e mestra em administração, tão importante quando programar a ida é arquitetar a volta. ;É um processo complexo. Muitas vezes, a pessoa está transitando confortavelmente naquela cultura, tem vida social, se adaptou aos costumes, então ter que voltar é um baque. Muita gente não consegue se adaptar ao Brasil novamente.;

Conheça o perfil de brasileiros de destaque no exterior

 (OEI/Divulgação)

Paulo Speller,
68 anos, secretário-geral da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), mora em Madri (Espanha)


;O Brasil está em relevância na batalha contra desafios seculares importantes, como erradicação da pobreza e universalização do ensino. Há uma expectativa de que o país compartilhe essa experiência com a região ibero-americana. Assumi há dois meses e estou achando a oportunidade estupenda. A rotina envolve muitas viagens. No contato com pessoas de outros países, o brasileiro é muito bem-visto. Estereótipos como o futebol, o carnaval e o café ficaram para trás. Hoje, o que surge nas conversas é a imagem de um Brasil moderno, se consolidando como país democrático, referência em buscar a paz.;

 (Arquivo Pessoal)

Jessica Vespa Presa,
43 anos, diretora de Medical Affairs da Pfizer Vaccines USA para América Latina e Canadá, mora em Collegeville (Estados Unidos)


;Vivi em Brasília até os 17 anos, quando fui fazer medicina em São Paulo. Fiz pediatria e construí minha carreira na área de vacinas. Recebi esse convite para assumir um cargo nos Estados Unidos, o que se encaixou nos planos familiares que tinha com meu marido. Nossas filhas, de 5 e 8 anos, sofreram um pouco no início, mas hoje falam inglês muito bem. Aqui, muitas pessoas ficavam surpresas ao perceberem meu valor. Para construir uma carreira fora, você precisa ser criativo e comunicativo, trabalhar em equipe e procurar uma companhia que proporcione chances de trabalhar no exterior.;

 (Arquivo Pessoal)

Bruno Amaral,
29 anos, CFO da Chassis Brakes Internacional, mora em Paris (França)


;Comando a área de Finanças da companhia há 1 ano e 5 meses e construí essa carreira com muita dedicação. Os profissionais brasileiros são reconhecidos por sua capacidade de adaptação e habilidade histórica de enfrentar crises. No entanto, existe também um estereótipo de que brasileiro é preguiçoso e que quer levar vantagem em tudo, o que faz com que os profissionais que ocupam postos internacionais tenham que provar seu valor e seu mérito cotidianamente. Mesmo fora, é importante não se esquecer de suas origens: tenho muito orgulho de ser brasileiro, torço pelo futuro do país.;

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