Tudo ali é feito, literalmente, à moda da família. ;Os pratos simples, mas gostosos, são os mesmos que fazemos em casa;, garante a empresária paulista. Uma das poucas adaptações feitas ao gosto do brasiliense foi a substituição da salada de maionese ; tradicional no Sul do Brasil ; por mandioca ; muito popular por aqui. A recepção dos clientes também é caseira. ;O restaurante é uma extensão da nossa casa: tem muito dos gostos e do perfil de nós dois aqui. É como fazer uma festa todos os dias, e criamos um vínculo com muitos dos ;convidados; que vêm aqui.; Nos fins de semana, o maior movimento é de famílias. Durante a semana, trabalhadores e, até quem vem a Brasília a negócios, escolhem o local. ;O perfil da freguesia é de todas as idades, mas o que tem de casais de 80, 90 anos não é brincadeira;, conta Nereu.
O carro-chefe do lugar, a costela, vem de fornecedores de São Paulo, Mato Grosso e Goiás. O corte é ponta de agulha, e os ingredientes principais são sal, brasa e paciência. ;Não há muito segredo para fazer, mas leva tempo. São seis horas para assar;, conta Nereu. Tanto esforço é procurado em grandes quantidades: em uma semana, são assadas 1 tonelada e meia de costelas. ;É fácil encontrar restaurante no DF que faz costela no bafo; é raro ver lugar que faz na brasa. Quase metade dos nossos clientes é do Sul, mas descobrimos que até pessoas de outras regiões adoram costela, inclusive gente do Nordeste. Pode não parecer, mas é uma carne democrática.; Mesmo quem não gosta muda de opinião se frequentar o local. ;Tínhamos uma cliente que sempre pedia filé e não comia costela de jeito nenhum. Um dia, eu trouxe um pedacinho só para ela provar e ela adorou! Hoje, só pede costela;, conta Nereu, satisfeito.
Em família
Quando abriram as portas, o restaurante era bem menor. ;Tivemos a ideia e implantamos em seis meses. A aceitação foi lenta e gradual. No começo, abríamos para um, dois ou três clientes. Foi aumentando aos poucos, com o boca a boca, e fomos nos adaptando às necessidades do negócio, inclusive com relação à estrutura;, conta Nereu. O foco na qualidade e o respeito ao cliente ; máximas do estabelecimento ; ajudaram a conquistar fregueses fiéis. Depois de sucessivas reformas para expandir o espaço, hoje os donos percebem que não há outra alternativa a não ser mudar-se, já que atingiram o limite máximo do lote. ;Não damos conta de atender a todo mundo no fim de semana. Estamos construindo um novo restaurante no Pistão Sul para dar conta. Não queremos manter duas unidades para não perder em qualidade;, observa Ana Paula.
O cuidado com a qualidade do restaurante está nos mínimos detalhes, e o casal está sempre presente para garantir isso. ;Estarmos aqui é bom para o cliente, que nos conhece e gosta de nos ver, e para os funcionários, que se empenham mais por nossa causa.; A equipe é formada por 12 pessoas durante a semana e conta com 32 no fim de semana, tamanho o movimento no sábado e no domingo. ;Sabemos fazer de tudo aqui ; a coisa mais comum é nos encontrar na cozinha e na churrasqueira ; e treinamos os funcionários do nosso jeito;, conta Ana Paula. Professora de matemática e física, a paulista foi dona de uma franquia do Kumon por vários anos e usou os conhecimentos de administração adquiridos no negócio na costelaria. Os filhos, de 9 e 13 anos, estão sempre presentes e já estão aprendendo com os pais. ;A menina até fica no caixa. É gratificante vê-los crescendo por aqui;, revela Ana Paula.