;O atendimento varia de 25 minutos a seis horas ; no caso de um rastafári longo, por exemplo. Normalmente, uma de nós três sempre participa. Mesmo que um funcionário esteja fazendo, sempre leva a nossa mão em algum momento;, conta Rose. ;Os pedidos mais populares são trança lateral, rastafári e permanente para ficar com cachos à la Taís Araújo ou Sheron Menezzes;, completa Adriana.
Apesar de ser um salão afro, a freguesia é bastante variada, como explica Adriana. ;Ao longo desses 10 anos, percebemos que o cabelo e os penteados desse tipo ganharam força. O público mudou muito e não é mais só de negros. Pessoas de todas as etnias valorizam e adotam esse estilo.; O perfil de gênero e idade também é diversificado. ;Não são só mulheres: os homens estão cada vez mais vaidosos. Também é comum atendermos crianças, pois as mães acham difícil cuidar do cabelo crespo;, completa Rose. Josias dos Santos, 61 anos, é cliente do salão desde 2013 e é só elogios para a equipe. Além dele, a mulher e as filhas frequentam o local. ;Conheci por meio delas e, desde então, venho aqui. O atendimento e o serviço são nota 10;, garante.
O início
Na adolescência, Rose Costa resolveu aprender a fazer penteados para arrumar a si e as irmãs. Adriana Dalles, que sempre gostou de mexer com cabelos, seguiu os passos dela. ;Em casa, testava nas minhas irmãs;, revela Rose. Depois de concluir os estudos, a dupla foi incentivada a se profissionalizar. ;Minha mãe disse que nos daria um salão de beleza se estudássemos;, lembra Adriana, que fez curso de cosmética em cabelo, enquanto a primogênita se especializou em manicure e pedicure. ;Abrimos um salão convencional na L2 Norte. Fazíamos corte, alisamento e manicure, mas percebemos que não era com isso que queríamos mexer. Sentíamos falta dos penteados afro;, diz Rose.
Foi então que as duas abriram o Salão Afro Rainha de Sabá. ;O nome é de uma personagem bíblica. Ela era uma soberana negra, bonita e vaidosa que fazia sucesso entre os homens;, explica Adriana. A partir daí, elas procuraram um lugar democrático, onde um salão destinado a cabelos crespos pudesse fazer sucesso. O ponto escolhido foi o Conic, e elas não se arrependem. ;O retorno está vindo, graças aDeus. Nossos clientes são muito bons;, comemora Adriana. Três anos após a abertura, a irmã caçula, Ana Paula Pereira Nascimento, se juntou ao negócio. ;Depois que terminei a escola, fui observando e aprendendo com a Rose.;
;Pensava em trabalhar com cabelos desde criança. Eu me sinto realizada aqui;, celebra Adriana. Ana Paula também adora o que faz. ;O cabelo é o forte da imagem, então, tem muita importância. Gosto de mexer com isso.; Com Rose, não poderia ser diferente. ;Aqui, nem oferecemos manicure e pedicure, que foi o que estudei, mas sou muito feliz no trabalho.;
Negócio em família
As três irmãs estão sempre juntas, e admitem que discussões fazem parte do dia a dia, mas não deixam que isso afete a empresa. ;Podemos brigar, por implicância normal, mas nunca na frente dos clientes e dos funcionários. O ponto positivo é que confiamos muito uma na outra;, observa Rose. ;Muita gente falava que três irmãs num negócio nunca dariam certo, mas provamos que dá;, diz Adriana. A maior dificuldade enfrentada pelo trio está na rotatividade da mão de obra. ;Há pouquíssimos salões especializados em cabelo afro no DF, então, geralmente, temos que ensinar as pessoas do zero. Em 10 anos de salão, estamos na quinta equipe;, revela Rose.