Trabalho e Formacao

Jovens do DF não se interessam tanto pelo Enem

Essa é a constatação do secretário de Educação, Júlio Gregório, a partir do fraco desempenho das escolas da capital federal no exame

postado em 05/08/2015 19:50

O Distrito Federal tem apenas uma instituição de ensino médio classificada entre as 50 melhores no ranking elaborado pelo Correio que leva em consideração as médias das escolas nas provas objetivas e na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Colégio Olimpo, particular, teve o melhor resultado, com 713,09 pontos, ocupando a 29; posição no ranking nacional.

O secretário de Educação do Governo do Distrito Federal (GDF), Júlio Gregório Filho, enfatiza o processo de desenvolvimento em que o exame se encontra e justifica o desempenho medíocre da capital federal com a falta de interesse dos estudantes pelo exame. ;Não há como comparar uma escola de tempo parcial com uma de tempo integral. Isso gera uma questão cultural diferente. Não podemos comparar Brasília com as demais capitais;, define.

Júlio Gregório considera que o exame se encontra em fase de desenvolvimento;Os estudantes daqui sempre foram treinados para ingressarem na UnB (Universidade de Brasília). Só agora o Enem passa a ser utilizado como forma de ingresso ao ensino superior para os alunos daqui. Não tem como o exame ter o mesmo peso para os jovens brasilienses e para os dos estados;, justifica-se.

[SAIBAMAIS]Especialista em políticas públicas e professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB), Remi Castioni apresenta posição semelhante. Ele avalia que os jovens de Brasília - especialmente da rede particular - não estão ainda muito interessados no Enem e focam em outras portas de entrada para a UnB, como o vestibular e o Programa de Avaliação Seriada (PAS).

;Essas escolas recebem muitos filhos de embaixadores, de altos dirigentes do governo federal e da classe média alta. O Enem não está nos horizontes de quem frequenta essas instituições, que focam na UnB, em universidades privadas e até mesmo em instituições fora do país - até porque 85% das ofertas de ensino superior no DF são representadas por instituições privadas e apenas 15% por públicas;, afirma.

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