Alessandra Oliveira - Especial para o Correio
postado em 19/10/2015 14:05
A preparação para o Enem entra na reta final. A prova, nos próximos dias 24 e 25, pode aterrorizar os novatos, mas aqueles que já enfrentaram o exame em edições passadas dão a dica: é preciso estabelecer estratégias e trabalhar de forma a contornar a mesmice da prova, o cansaço e, assim, obter êxito. Na edição deste ano, os veteranos são maioria pela primeira vez desde 2011. São 5,8 milhões, enquanto os calouros somam 2,7 milhões dos candidatos.
Em alguns casos, é possível que os inscritos tenham feito a primeira prova apenas para adquirir experiência, como explica Rebeca Yasmin
Sousa, psicopedagoga coordenadora do Sistema Ari de Sá.;Muitos fazem o Enem no segundo ano do ensino médio só para se testar, conhecer a prova. Depois, se inscrevem novamente no terceiro ano. Desta vez, pra valer.; Outra explicação para o alto número de veteranos é o arrependimento da escolha do curso ou a dificuldade em atingir os pontos necessários.
Ser veterano no exame pode ajudar a driblar as peculiaridades da prova e a maximizar o tempo, garante Laryssah Beatriz Rodrigues, que vai tentar o Enem pela quarta vez. ;Na primeira vez que fiz o exame, não tinha estratégia nenhuma. Começava na primeira questão, seguia a ordem até a última e não dava tempo de terminar.; O ideal, segundo ela, é ir direto para as questões que você tem domínio. Depois, fazer as medianas. Em seguida, marcar o gabarito e, por último, tentar resolver as difíceis.
Laryssah fez o Enem durante todo o ensino médio, desde o primeiro ano. Agora, fará novamente porque não conseguiu atingir a nota em 2014, quando concluiu o terceiro ano, para entrar no curso de direito na Universidade de Brasília (UnB). ;É importante fazer mais de uma vez para saber como se comportar na prova e diminuir o medo. Agora, estarei mais calma e concentrada.;
De acordo com o professor de português do Alub Vinicius de Lacerda, a vantagem dos alunos veteranos é a de conhecer as regras do jogo. ;O Enem é uma prova que sempre trará questões semelhantes, mas que são trabalhadas de forma diferente. Cabe ao candidato ser um observador crítico, enxergar o problema, conseguir discuti-lo e apresentar uma solução.; Ainda segundo Vinicius, para o candidato experiente, mais importante que trabalhar as estratégias é melhorar a autoestima. ;É preciso desenvolver a paciência, a tranquilidade e
a noção de que está preparado, apesar de ser uma prova trabalhosa. O impasse está em alguns cursos superiores que precisam de notas maiores do que outros.;
Análise
Ao tentar o Enem pela terceira vez, Jhonatan de Lima Rodrigues, 18 anos, traçou uma estratégia. ;Na segunda vez que eu fiz, percebi que a melhor maneira é ler primeiro a pergunta e, só depois, o texto. Às vezes, o texto é desnecessário. Isso me poupou tempo para questões mais difíceis;, explica o candidato ao curso de medicina. O estudante opta por resolver primeiro todas as questões de exatas para, em seguida, ir para as de humanas, que, no caso dele, precisam de mais atenção. A dica de Jhonatan é manter a tranquilidade.
Paulo Santos, professor de química e especialista em Enem, concorda com Jhonatan e defende que é preciso filtrar aquilo que é recorrente e ler direto a pergunta, que, às vezes, já direciona para a resposta correta. ;Os veteranos já têm a experiência a favor deles. Minha dica é:
se o candidato ler primeiro o comando para depois se concentrar no texto, otimizará o tempo de leitura e, assim, terá sobra para resolver a questão.;
Para alguns veteranos, o chute não é uma opção. Esse é o caso de Larrisa Monteiro, que fará o exame pela terceira vez. ;Na primeira, não fui bem. Fui chutando tudo e não me preocupei em trabalhar a redação de maneira satisfatória;, recorda-se. Para evitar que isso volte a acontecer, a estudante conta que está estudando todos os conteúdos de forma igualitária, sem dar preferência para os que têm mais facilidade ou dificuldade. ;Se eu for bem apenas em uma área, ela sozinha não vai me ajudar a atingirmeu objetivo;, argumenta Larissa. Para o dia da prova, ela já decidiu: vai distribuir as cinco horas em todas as questões. ;Primeiro, farei tudo o que eu sei. Para as que tenho dúvida, eu volto depois, analiso com calma e tento responder.; A estudante foi aprovada, em 2014, em ciência política, em Porto Alegre, mas desistiu e quer entrar na UnB, no mesmo curso.
A psicopedagoga Rebeca Yasmin Sousa defende que a prova seja resolvida de forma dinâmica. ;O estudante pode alternar 15 questões de uma área e 15 questõesde outra. Isso ajuda a tirar o raciocínio do mesmo foco, e o cérebro a trabalhar melhor.; De acordo com a especialista, os professores também têm papel fundamental nessa fase.;
Dicas preciosas
; Dos alunos
;Não começar pela primeira questão e seguir a ordem. O ideal é ir direto para as que se têm mais domínio. Depois,fazer as medianas. Em seguida, marcar o gabarito e, por último, começar as questões difíceis. Não gastarmais de 3minutos com cada questão.; Laryssah Beatriz Rodrigues, quarta vez no Enem
;Ler primeiro a questão ajuda a economizar tempo, porque, às vezes, o texto é desnecessário. Isso poupa tempo. Não adianta perder 10 minutos em uma questão difícil de resolver logo no início da prova.; Jhonatan de Lima Rodrigues, terceira vez no Enem
;Chutar não é opção, porque o Enem avalia isso também. Vou distribuir as cinco horas em todas as questões:farei primeiro as que domino e voltarei, no fim, às que tenho dúvida.; Larissa Monteiro, terceira vez que vai fazer o Enem
; Dos professores
;O candidato veterano precisa trabalhar a autoestima, a paciência, entender o processo e ter a noção de que está preparado, apesar de ser uma prova trabalhosa.; Vinicius de Lacerda, professor de português do Alub
;Para otimizar o tempo, o inscrito deve ler primeiro a questão e, depois, o texto. Às vezes, a pergunta direciona para a reposta correta, e o texto é desnecessário.; Paulo Santos, professor de química e especialista em Enem
;O inscrito pode fazer a prova de modo dinâmico. O ideal é alterar 15 questões de uma área e 15 questões de outra. Isso ajuda no
raciocínio e no relaxamento da mente.; Rebeca Yasmin Sousa, psicopedagoga do Sistema Ari de Sá