Trabalho e Formacao

História de superação

Estilista deixou o mercado de roupas para abrir self-service. Receita de êxito está em trabalhar bastante, desde pequena, quando foi arrimo de família

Ana Paula Lisboa
postado em 14/08/2016 15:55

Maire fica no restaurante diariamente e garante que tudo seja feito com esmero

Inaugurado no início do ano no edifício Capital Financial Center, um dos mais novos do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o Batata Doce ; Restaurante & Café (disponível pelo telefone 3711-5151) foi a primeira loja aberta no prédio comercial e traduz uma mudança de rota de Maire Neiva, 59 anos. A estilista costurou roupas para bonecas, foi dona de confecções e de duas butiques femininas na 305 Norte e no Guará, até que resolveu trocar de ares. ;O mercado já foi bom na capital federal, mas, hoje, está enfraquecido. Além disso, as pessoas estão buscando muitas peças fora;, percebe. Depois de fechar os negócios, a mineira de Paracatu ajudou a filha, dona de dois restaurantes, por oito meses. ;Nasci para o comércio, sou empresária há muitos anos, então logo tomei a decisão de abrir um meu;, conta ela, que tem outra filha advogada e uma professora.


;Não tive dificuldades para começar porque eu sabia o que fazer. Formei uma boa equipe e parti para o trabalho;, conta. O esforço se concentra num ambiente bem decorado, limpo e convidativo, que abriga mais de 80 opções diárias de pratos no almoço. O modelo é self-service, e tudo é servido por R$ 49,90/kg. Vários tipos de saladas e temperos, preparações básicas, regionais e requintadas ; como galinhada, rabada, sarapatel, buchada, vatapá, sururu, torta e suflê de casquinha de caranguejo, paella, feijoada, postas de bacalhau e filé bovino alto ; enchem o balcão. A leguminosa que dá nome à instituição é servida em forma de purê, chips e outras modalidades.


Variedade de pratos para agradar a freguesia

Variedade de pratos para agradar a freguesia

Para completar, há uma estação com 25 ingredientes e 30 condimentos em que cozinheiros montam massas e risotos, na hora. Tudo isso com um tempero leve e pouco óleo. Entre as sobremesas, destaca-se o pudim. Para a hora do lanche, tapiocas e suco verde agradam o paladar dos comensais. À noite, caldos ; como de camarão e vaca atolada ; aquecem o estômago e o coração. Nos próximos dias, o restaurante inaugurará uma novidade: um bufê de café da manhã.
A amiga e cliente Elaine Lustz Portela, 61, é só elogios aos pratos. ;É uma comida saudável e gostosa, com ingredientes de qualidade e atendimento agradável;, conta a procuradora federal que idealizou o nome do restaurante que, atualmente, recebe 300 clientes por dia. ;Fomos crescendo por meio do boca a boca, as pessoas elogiam muito;, diz Maire que, para manter tudo perfeito, trabalha 15 horas por dia.

Na equipe de 14 pessoas, um dos braços direitos é o chef Francisco Lindomar, 37. O esmero deles é para atender sempre os desejos dos clientes. ;Servimos bufê para instituições aqui perto. Além disso, o salão é reservado para aniversários, confraternizações e casamentos;, exemplifica a empresária, que tem uma história de superação. Pioneira, chegou à capital federal com 2 anos e morou, com a família, em casinha de madeira no Núcleo Bandeirante. ;Fui arrimo de família. Comecei a trabalhar, por necessidade, com 10 anos, servindo café na Planalto de Automóveis;, lembra


Criou as três filhas sozinha, recebendo pensão do pai das meninas. ;Foi uma trajetória difícil. Mas sou uma pessoa feliz, acima de tudo. A vida me motiva. Nada caiu do céu para mim: a primeira loja, a primeira moradia... Tudo foi fruto de muito trabalho;, revela. ;Por isso, não tive medo de empreender na crise: eu sabia da minha capacidade. E o segredo é: trabalho, trabalho e mais trabalho;, revela a mineira, apesar dos percalços, não perde a alegria. É ela que anima o salão do restaurante. ;Sou divertida, chamo todo mundo de ;meu amor;. Quando não estou no balcão, os clientes sentem falta.;

Parceria
O planejamento para abrir o Batata Doce não previu que reformar e equipar o ponto escolhido, no SIG, demandaria tantos gastos e tempo. ;Aluguei a loja no cimento. Toda a decoração foi projeto meu. Com o tempo, vendi carro para dar conta de continuar as obras, mesmo assim estava muito difícil. Então, procurei uma sócia para me ajudar e encontrei na imobiliária em que havia alugado a loja;, observa Maire. Foi assim que Maria de Lourdes Rodrigues de Sousa, 62, entrou para o negócio um pouco depois de ele ter sido aberto. Dona da imobiliária Luni Móveis, ela acreditou na proposta de Maire. ;Acertamos que eu ficaria com a parte administrativa, e ela, com a lida diária. Estamos arriscando e trabalhando para dar certo;, revela a sócia. Por enquanto, ambas apenas investem no Batata Doce, mas esperam que a aplicação dê retorno nos próximos dois anos. Para as parceiras de negócio, é consenso que o mais importante é priorizar a qualidade da comida e a higiene. Para garantir bons itens, Maire faz todas as compras pessoalmente e, às 5h, está escolhendo produtos diariamente. ;Compro tudo fresquinho e faço pesquisa de preço todas as manhãs.;

Na estante

A boa sorte

Estilista deixou o mercado de roupas para abrir self-service. Receita de êxito está em trabalhar bastante, desde pequena, quando foi arrimo de famíliaAutores: Álex Rovira Celma e Fernando
Trías de Bes
Editora: Sextante
128 páginas
R$ 24,90
O livro começa com o reencontro de dois amigos de infância que não se viam havia 50 anos. Um deles se tornou muito bem-sucedido, enquanto o outro não soube aproveitar as oportunidades que teve. Por meio dessa fábula, é possível aprender que o sucesso não é fruto do acaso, mas de trabalho duro e da disposição para correr atrás dos próprios sonhos

Estilista deixou o mercado de roupas para abrir self-service. Receita de êxito está em trabalhar bastante, desde pequena, quando foi arrimo de famíliaDono do próprio nariz

Autor: Adriano Silva
Editora: Rocco
272 páginas
R$ 34,50
Com a obra, Adriano Silva encerra a trilogia que começou com O executivo sincero ; um papo reto com quem tem emprego e vive a vida executiva ;, passou por Ansiedade corporativa ; uma conversa radical e sincera sobre a rotina e seu impacto emocional na vida dos profissionais ; para chegar à rotina dos que vivem sem férias e sem décimo terceiro salário.

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