Trabalho e Formacao

Pedagoga com jeito de recreadora

Com serviço de entretenimento infantil durante eventos que não são voltados para crianças, professora conquista apostando em diversão, conforto e segurança

Ana Paula Lisboa
postado em 18/12/2016 19:27

Não consigo ficar parada: estou sempre atrás de um jeito de aperfeiçoar o que faço, afinal, especialmente quando se trata de um casamento, aquele é o dia mais importante de alguém

Ao tocar tamborim em grupo de escola de samba que se apresentava em festas, Lisa Fernanda Gomes de Sousa, 32 anos, reparou uma situação recorrente. ;Sempre tinha muita criança correndo, solta, ou então entediada;, lembra. Formada em pedagogia, ela resolveu passar a oferecer um serviço específico para fazer a alegria de meninos e meninas em eventos que não são voltados ao público infantil. Nascia assim, em abril de 2015, a Caixinha de Festa (saiba mais em bit.ly/2hsJQA3), empresa que entretém crianças em casamentos, encontros familiares, corporativos e até escolares. O que começou por acaso cresceu por meio do boca a boca. ;Uma noiva foi indicando para a outra. Nunca precisei divulgar o negócio;, conta. No primeiro ano de funcionamento, ela trabalhou em 22 eventos e, em 2016, deve chegar a um total de 28.


Durante a semana, Lisa tem estudado para o concurso da Secretaria de Educação e dá aulas particulares de reforço de vez em quando, mas a principal atividade dela é realmente a Caixinha de Festa. Os rendimentos brutos variam de R$ 3 mil a R$ 7 mil por mês, dependendo da demanda. A fórmula para o crescimento está na dedicação. ;Minha mãe me ensinou a dar o melhor de mim em tudo que faço e a superar a mim mesma. Não consigo ficar parada: estou sempre atrás de um jeito de aperfeiçoar o que faço, afinal, especialmente quando se trata de um casamento, aquele é o dia mais importante de alguém.; O jeito para lidar com crianças foi desenvolvido ao longo da faculdade de pedagogia e de trabalhos em colônias de férias, clubes e escolas. ;Sou professora, mas tenho espírito de recreadora;, admite. A própria Lisa é a animação em pessoa, ainda assim, recorre a métodos certeiros para que a garotada se sinta bem nos espaços que monta.


;A minha ideologia é a da Maria Montessori, então tudo fica ao alcance da criança, que precisa se sentir bem ali. Não retenho ninguém lá dentro: os meninos ficam porque se sentem bem-vindos. Cada etapa da infância recebe atividades específicas. A preocupação é oferecer conforto e diversão com segurança.;, revela. ;No meu espaço infantil, não entra balão. Quando é um grupo de criança pequena, as peças da oficina de artes são diferentes: não há nada pequeno;, exemplifica. Para que a pedagoga possa montar o roteiro mais adequado, o cliente informa o número e a faixa etária das crianças que estarão no evento, e ela faz ainda uma visita técnica ao local da festa. Entre as opções oferecidas por Lisa estão pula-pula, piscina de bolinhas, estações de videogames, dormitórios e fraldários, além de oficinas de cupcake e artes (que envolvem não só pintura, mas também desenho em cavalete e montagem de miçangas). No início, ela alugava esses equipamentos, mas hoje tem um estoque próprio que guarda em casa.

Com serviço de entretenimento infantil durante eventos que não são voltados para crianças, professora conquista apostando em diversão, conforto e segurançaOs pacotes variam de R$ 500 a cerca de R$ 1 mil para cinco horas de entretenimento. ;O objetivo é que os convidados não precisem ir embora por causa das crianças e realmente aproveitem a festa, enquanto os meninos curtem o espaço infantil;, diz. Ela atende até 30 crianças por vez, sempre auxiliada de duas ou três pessoas de confiança, que conheceu durante o tempo em que trabalhou em colônias de férias ou escolas. ;Sempre chamo estudantes de pedagogia ou pedagogos e uma técnica de enfermagem, e os pais podem escolher o que preferem;, diz. O fato de ela ser bastante sistemática ajudou a conferir seriedade ao negócio. Após cada evento, tudo é higienizado e organizado para estar pronto para o próximo. Um bônus é a lembrancinha dada a cada criança que passa pelo espaço. ;É um brinde de festa e acaba sendo um diferencial. São guloseimas (que não causem alergia, como jujuba e marshmallow) e objetos como notas de dinheiro de brinquedo numa sacolinha;, conta. Antes de entregar, ela pergunta aos pais se pode. ;Isso é importante porque pode ter alguma criança com diabetes por exemplo.;


Clientes como Laís Maria Gomes Bergmann, 22 anos, que se casou em outubro, são só elogios para a Caixinha de Festa. ;Conheci a Lisa por meio de indicação e, hoje, sou a noiva que passa a indicação à frente. Foi tão legal que várias das crianças que foram ao meu casamento chegaram à escola contando que o dia da festa foi o melhor da vida delas. Ela agradou desde os pequenininhos até os maiores;, revela. Laís contou com 21 convidados mirins no evento. ;É muito difícil contratar um serviço para os filhos dos outros, por isso pesquisei muito e comparei bastante antes de fechar com ela. A Lisa mostrou preparo para lidar com todas as situações, então foi só tranquilidade.;

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