Vinicius Paulo Lima de Menezes, 17 anos, conquistou a melhor pontuação no Subprograma 2014 do Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS/UnB). Foram 196,814 pontos totais. Ex- aluno do Colégio Militar de Brasília (CMB), ele cursará medicina.
Filho de comerciantes, donos de uma distribuidora de gás e de uma lojinha de roupas de pequeno porte, Vinicius conferiu o resultado da aprovação em casa, pela internet, e ficou muito alegre. ;Eu estou muito feliz, contei para minha família e todo mundo está orgulhoso, graças a Deus. Agora é me preparar para o outro desafio: cursar medicina, estou ansioso e sei que será outra batalha, mas vai dar tudo certo;, revela.
[SAIBAMAIS]Morador de São Sebastião, ele entrou no CMB por meio de um concurso em 2014 e acredita que as boas notas no PAS foram fruto da dedicação aos estudos no colégio, visto que não fez cursinhos nem estudou horas a mais para conquistar a vaga na UnB. Como teve ótimas pontuações na primeira (78,05 pontos, com a qual conquistou o primeiro lugar naquela etapa) e na segunda (82,874 pontos) etapas, ele desconfiava que conseguiria um bom resultado final. Na terceira etapa, ele tirou 71 pontos.
Confira, em vídeo, um relato de Vinicius:
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Medicina não foi a primeira escolha de Vinicius. Sem saber o que escolher, ele decidiu ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Para isso, concluiu o ensino médio um semestre mais cedo, em junho de 2016, e começou a estudar para o ITA por meio de um curso on-line. "Fiquei o mês de agosto estudando, mas, depois de um tempo, vi que não era o que eu queria. Comecei a pensar em medicina, busquei conhecer pessoas da área e vi que este era o curso certo para mim. Estou bem decidido", conta.
Nos últimos meses de 2016, o jovem estudou sozinho em casa, mas garante que não se dedicou exaustivamente. "O mais importante é focar na matriz de estudo disponibilizada para o PAS. Mais do que outros checar outros editais e cursinhos, é preciso priorizar isso", percebe.
Vinicius sempre deu mais importância à leitura. "Eu estudava mais lendo o conteúdo. Tinha uma meta: quando eu soubesse ensinar para alguém aquela matéria, melhor até do que o professor, então eu pararia e iria para outra, pois sabia que tinha aprendido", afirma. O estudante praticava judô no CMB e gosta muito de futebol. Para completar as notícias boas do dia, Vinicius revela que ficou muito feliz com o título conquistado por Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, de melhor jogador do mundo.
Primeiro lugar do câmpus Ceilândia
Moradora de Ceilândia, Carolina Lima de Oliveira, 18, conquistou o primeiro lugar do câmpus de Ceilândia da Universidade de Brasília. Com um argumento final de 112,153 pontos, a ex-aluna do Colégio Ideal, de Taguatinga, conquistou uma vaga para enfermagem e atribui o excelente resultado à dedicação às atividades escolares. ;Eu estou muito feliz e animada! Todo mundo aqui está muito alegre: minha família e meu namorado, que ficou super empolgado. Eu sempre gostei muito da área da saúde e estou ansiosa para começar a estudar o que eu gosto;, conta a estudante.
Filha de uma secretária escolar da rede pública, Carolina estudava bastante, tirava boas notas e manteve um boletim de alto padrão desde pequena. A aprovação, para ela, não foi surpresa. ;Como as notas de corte foram liberadas, eu tinha noção de que estava dentro da margem e acreditava que teria sucesso, mas não esperava passar em primeiro lugar, estou muito feliz;, conta. ;Como nós tínhamos prova todo sábado na minha escola, todos os dias eu estava estudando;, explica.
Primeira colocada no câmpus Planaltina
Beatriz Albuquerque Pereira, 17 anos, passou em primeiro lugar no câmpus Planaltina da UnB. A estudante foi aprovada para ciências naturais pelo sistema de cotas para negros. Filha de vigilantes, ela é a primeira da família a ser aprovada em uma universidade pública.
;Eu estou muito feliz mesmo de consegui passar: é uma sensação inexplicável! Meus pais não sabem que eu passei em primeiro lugar: só com a minha aprovação, estão muito orgulhosos;, conta.
Beatriz estudou no Centro Olímpico de Ensino, em Planaltina. Além de estudar cerca de três horas todos os dias, a estudante participa de movimentos sociais negro e feminista e foi comemorar com amigos na UnB.
Campeão do câmpus do Gama
Arthur Queiroz Ramos, 17 anos, desconfiava que conquistaria o topo das pontuações do câmpus do Gama quando teve acesso aos argumentos parciais disponibilizado na primeira semana de 2017. "Quando o resultado saiu no site, eu não consegui acessá-lo. Foi só quando o Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos) me ligou que eu tive certeza. É gratificante alcançar essa posição porque foi bastante trabalho duro, estudei muito", conta ele, que foi aprovado para engenharias.
O argumento final dele foi 155,087 pontos. Na primeira etapa, tirou 45,534; na segunda, 72,262; e, na terceira etapa, 68,937. O calouro concluiu o ensino médio no ano passado no Centro Educacional Leonardo da Vinci, escola da qual foi aluno desde a 7; série. Ele tinha o hábito de estudar em casa e buscar conhecimentos além do passado pelos professores. "Eu queria me dar bem em química, física e matemática. Então, quando era o dia de estudar estas disciplinas, gastava muito tempo nelas. Nas olímpiadas brasileiras dessas matérias, em 2016, passei para a segunda etapa. Na de química, consegui a medalha de bronze", relembra, feliz.
Filho único de professores da Secretaria de Educação, ele aprendeu a ler aos três anos e devorava livros. Arthur é apaixonado por esportes ; é faixa marrom no judô, fez natação até os 14 anos e vai regularmente à academia ;, gosta de sair e ir ao cinema.
Quando se trata do futuro, Arthur espera coisas boas. "Sempre quis fazer engenharia e desejo me formar em engenharia espacial. Acho que agora vou conseguir me desenvolver no âmbito acadêmico, porque a escola te prepara para o básico, é mais superficial. Agora sim vou ter uma formação profissional. Estou animado", afirma.
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* Estagiárias sob supervisão de Ana Paula Lisboa