Na manhã desta quarta-feira (18), o Ministério da Educação (MEC) deu início à coletiva de imprensa que aborda os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 e divulga o calendário do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2017.
Compõe a mesa o ministro da Educação, Mendonça Filho; a presidenta do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini; a secretária executiva do MEC, Maria Helena Castro; e o secretário de Educação Superior, Paulo Barone.
[SAIBAMAIS]Resultados do Enem 2016
Quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode acessar o boletim de desempenho na página do participante, no site do Inep. Para consultar sua nota, é preciso informar CPF e senha cadastrada durante as inscrições para o Enem 2016. Se você tiver esquecido, há como recuperá-la no sistema.
Rafael Fernandes Gonçalo, 18 anos, ainda não conseguiu ver o resultado do Enem. ;Está travando muito porque muitas pessoas estão tentando acessar ao mesmo tempo", comenta ele, que pretende usar a nota no exame para conseguir uma vaga em direito numa universidade pública por meio do Sisu.
Apesar da lentidão do sistema, Maria Inês Fini, presidente do Inep, garante que isso tem a ver apenas com o alto número de acessos e não com a segurança. "O site do Inep é extremamente atacado, cai várias vezes. Por isso, nosso técnico de tecnologia colocou a consulta pública e o resultado do exame em links especiais, fora do nosso sistema. Isso impedirá ataques de pessoas que são contra a educação no Brasil", observou.
Uma nota, várias portas
A nota do Enem pode ser usada para concorrer a vagas em universidades públicas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas de estudos em instituições particulares por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) e se candidatar para ganhar financiamento de estudos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Há ainda uma série de vestibulares e seleções que se baseiam na nota do exame.
Calendários
As inscrições para o Sisu começam na próxima terça-feira (24) e seguem até 27 de janeiro. Serão ofertadas 238.397 vagas em 131 instituições de ensino superior público. São 4,5% oportunidades a mais com relação a oferta do primeiro semestre de 2016 (228.071). Só poderão se inscrever estudantes que fizeram o Enem em 2016 e não tiraram zero na redação. As vagas e as instituições poderão ser conferidas na quinta-feira (19) no .
As inscrições do Programa Universidade para Todos (Prouni) começam em 30 de janeiro e seguem até 2 de fevereiro. Já no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o prazo para se inscrever vai de 6 a 9 de fevereiro.
Comentários sobre o Enem
"Felizmente entregamos o Enem um dia antes do prazo previsto, o que é uma coisa muito positiva", afirmou o ministro Mendonça Filho. Segundo o dirigente da pasta, denúncias de fraudes nos testes estão sendo investigadas pela Polícia Federal, mas ele garante que foram casos isolados que não interferem na integridade do exame. "Este Enem pode ser caracterizado como bastante difícil de ser finalizado e entregue. Mas, apesar dos percalços e dificuldades, entregamos."
Foram 8.630.06 inscritos no Enem 2016. Sendo 6.111.339 presentes na primeira aplicação e 265.412, na segunda aplicação. O exame contou com a participação de 54.317 candidatos privados de liberdade, com presença de 38.574 pessoas no primeiro dia e 36.296 no segundo. Além disso, 1.033.761 candidatos pediram a certificação do ensino médio por meio do Enem de 2016, e 42.331 na edição para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL).
Durante a aplicação das provas, foram eliminadas 8.722 pessoas. Apesar de todos as regras serem claras, cerca de 60% foram desclassificadas por não obedecer normas tradicionais do exame, como não marcar o tipo de prova ou não escrever a frase na folha de respostas (44.35%); portar lápis, caneta de material não transparente, lapiseira etc. (19,77%).
Os outros candidatos, cerca de 40%, que perderam a chance no Exame por ausentar-se da sala de provas sem o acompanhamento de um aplicador, ou ausentar-se em definitivo antes de decorridas duas horas (9,10%); portar, após ingressar na sala de provas, qualquer tipo de equipamento eletrônico ou de comunicação (7,41%); não cumprir as instruções contidas na capa do caderno de questões (4,47%); não guardar equipamentos eletrônicos em embalagem porta-objetos (4,05%); não atender as orientações da equipe de aplicação (2,61%); não manter a embalagem porta-objetos embaixo da carteira durante a realização das provas (1,57%); prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; e outros motivos (5,32%).
Notas zero x Notas mil
Na redação, apenas 77 pessoas tiraram a pontuação máxima (mil) enquanto 291.806 tiraram nota zero ; somando o número de textos anulados (por motivos como fuga ao tema, cópia do texto motivador, ferir direitos humanos, escrever trecho desconectado, texto de tamanho insuficiente) com os que tiraram a menor pontuação.
A maioria dos candidatos (1.940.504) tirou entre 501 pontos e 600 pontos na dissertação, cujo temas, em 2016, foram intolerância religiosa no Brasil (1; edição), combate ao racismo no Brasil (segunda aplicação) e diminuição do desperdícios de alimentos (aplicação para Pessoas Privadas de Liberdade).
As disciplinas em que os participantes mais tiraram nota zero foram matemática e suas tecnologias ; com 5.734 notas zero ; e linguagens e códigos e suas tecnologias ; com 3.962 notas zero.
"O mau desempenho em linguagens reflete a enorme dificuldade dos nossos alunos em leitura e interpretação. Esse é um problema que vem sido constatado há anos pelo Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). O ministério se preocupa com a leitura, a escrita e a redação dos estudantes brasileiros", afirmou Maria Helena Castro, secretária executiva do MEC.
Confira os resultados detalhados do Enem 2016:
Consulta pública sobre o Enem
O MEC abriu, nesta quarta-feira (18), uma consulta pública sobre o exame. Já no dia de abertura, mais de 3 mil pessoas opinaram sobre o tema na internet. A consulta ficará aberta até 10 de fevereiro. Acesse e opine também.
O edital do Enem de 2017 só será lançado após o termino da consulta pública e da análise das sugestões.
Por meio do canal, é possível fazer sugestões, críticas e dar opiniões sobre temas como o tempo de aplicação da prova (Um ou dois dias? Um fim de semana? Dois domingos seguidos? Entre outras opções), a plataforma de aplicação (computador ou papel) e o número de questões no exame.
* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa