Trabalho e Formacao

O energético do DF é para mulheres

Empresário brasiliense é responsável por fórmula de bebida voltada ao público feminino, que tem menos calorias e promete fortalecer unhas e cabelos. Satisfeito com os resultados, o idealizador da marca dá detalhes sobre o trabalho com o produto

Bruna Andrade *
postado em 29/01/2017 16:29

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A capital federal ganhou mais um produto totalmente brasiliense: o Black Heels, energético direcionado ao público feminino. O projeto foi idealizado por Vitor José de Andrade Junior, 37 anos, e se trata da única bebida do tipo do mundo voltada para mulheres. O empresário decidiu fazer a bebida após descobrir que não havia um produto especifico nesse ramo para elas. ;Na minha opinião, dentro da categoria tradicional, o Black Heels se destaca, pois tem menos carboidratos e açúcar, o que deixa o produto mais suave. Além disso, ajuda a quebrar células de gordura e tem substâncias que fortalecem as unhas e os cabelos;, comenta o graduado em administração pela Instituto de Ensino Superior Planalto (Iesplan). Para colocar a ideia em prática, Vitor contou com a ajuda do irmão, Allan Alves Vieira de Andrade, 34, aluno do terceiro semestre de direito na mesma instituição.

A dupla colocou o item à venda há 11 meses. O preço sugerido é de R$ 4,99 por uma latinha com 269ml. Atualmente a bebida é comercializado em Brasília, Goiânia e Caldas Novas em 300 pontos de distribuição, que incluem boates, mercados e restaurantes. Há negociações para que o produto passe a ser oferecido também no Rio de Janeiro e em São Paulo. Com sede no Lago Sul, a empresa conta com dois funcionários registrados, e o restante das demandas é atendida por equipes externas terceirizadas. O Black Heels é desenvolvido em Brasília e envasado em São Paulo. O processo de produção do energético durou cerca de oito meses. Durante esse período, os empresários pediram a opinião de amigas, conhecidas e interessadas sobre o sabor e outros aspectos da invenção. Confira entrevista com Vitor José de Andrade sobre o assunto:

Ninguém tinha pensado nisso: existem energéticos sem açúcar, mas não tinha um específico para mulheres. Apesar de não ter conhecimentos de química ou pertencer ao público feminino, resolvi aproveitar esse nicho de mercado.

Como surgiu o conceito para criar o Black Heels?
Uma vez, fiquei observando uma latinha de energético e notei que nunca tinha parado para pensar nesse tipo de produto. Então comecei a pesquisar o mercado da área no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos e, durante as consultas, percebi que não havia nenhuma bebida feita com a proposta de atender o público feminino. Ninguém tinha pensado nisso: existem energéticos sem açúcar, mas não tinha um específico para mulheres. Quando cheguei à conclusão de que realmente era uma proposta inovadora, decidi criar o Black Heels. Apesar de não ter conhecimentos de química ou pertencer ao público feminino, resolvi aproveitar esse nicho de mercado.

Como foi o processo de criação?
Durou em torno de oito meses. Comecei a procurar profissionais químicos habilitados para desenvolver a fórmula. Paralelamente, criei um grupo de, aproximadamente, 50 mulheres, entre amigas e outras interessadas que se dispuseram a ajudar no processo de desenvolvimento. Os químicos desenvolviam as fórmulas e enviavam para o grupo; elas experimentavam e, a partir do feedback delas, alterações eram feitas. A produção da bebida foi executada no Distrito Federal por questão de logística e pelo fato de sermos brasilienses. É importante ressaltar que o Black Heels é para todos, não é exclusivo para elas, até porque homens também estão tomando.

Como foi a definição da marca, da identidade visual e do nome da empresa?
O grupo de mulheres também foi consultado nesse processo. O símbolo do energético foi desenvolvido pensando no que melhor poderia representá-las. A intenção era sinalizar e comunicar isso no logotipo. Por isso, pensamos em batom, bolsa, saia... Tivemos várias ideias, e as avaliadoras chegaram à conclusão de que toda mulher tem que ter um salto no armário. Foi daí que surgiu o nome Black Heels ; que, em inglês, significa salto alto preto. O nome é em inglês porque a intenção é que a marca seja internacionalizada: um nome em português dificultaria o comércio internacional.

Quais são as diferenças entre o onsumo de energéticos no Brasil e no mundo?
Quando se pensa em energético, é normal associar ao uso à noite e em festas. É por isso que o Brasil consome 10 vezes menos esse tipo de produto que os Estados Unidos e a Europa. É um perigo imenso misturar bebidas energizantes com bebidas alcoólicas, pois enquanto as primeiras dão mais disposição, as segundas provocam letargia. Nossa intenção é que o Black Heels possa ser consumido durante o dia também, mas sabemos que isso envolverá um trabalho longo e difícil. O objetivo é que o produto seja usado por qualquer pessoa que precise de energia e deseje se sentir bem, incluindo atletas e trabalhadores.


Quais foram os desafios enfrentados para abrir o negócio?
Não tivemos dificuldades para começar, foi tranquilo. Quem quer empreender deve ter muita coragem e força de vontade. É importante fazer um bom planejamento, estudar muito o mercado, pesquisar antes se a ideia, produto ou serviço é realmente uma demanda do mercado. A crise é ruim, mas é, no período de dificuldade, que grandes oportunidades aparecem: pode ser um bom momento para ter ideias e começar algo, desde que seja com planejamento.

Vocês estão satisfeitos com os frutos do trabalho?
Os resultados são impressionantes, e nossas expectativas foram superadas várias vezes. A aceitação do produto foi tão grande que a gente não sabe como calcular. Todo mundo que experimentou gostou bastante, a logo é muito forte, e as mulheres apreciam muito.

Esta é a sua primeira experiência com o empreendedorismo?
Não. Já tive vários outros negócios. Como meus pais eram empresários do ramo da educação, eu não tinha muito como fugir desse mundo. Quando eu morava nos Estados Unidos, tive uma empresa de aluguel de carros chamada Live Limousine por cinco anos. No Rio de Janeiro, fui dono da escola Euro College por três anos. Em Brasília, mantive, no Pier 21, a brinquedoteca Smash Club, que durou dois anos e meio. Quando tive a ideia do energético, resolvi fechar a brinquedoteca e me dedicar somente a isso.


* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa

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