Trabalho e Formacao

Chance de ser professor na UnB

Com salários de até R$ 18.895,71, Universidade de Brasília seleciona docentes para diversas áreas. Os interessados podem passar por prova escrita, de títulos, oral e didática

Bruna Andrade *
postado em 19/02/2017 16:12

A médica Cássia estuda oito horas por semana para se tornar professora

A Universidade de Brasília (UnB) está com inscrições abertas para o preenchimento de 12 vagas de professor nas categorias substituto, doutor e titular livre classe E. As taxas de inscrição e os pré-requisitos variam de acordo com cada edital, que pode ser seleção simplificada ou concurso público. Os salários vão de R$ 2.768,02 a R$ 18.895,71. O processo seletivo para depende da colocação desejada. Na modalidade substituto, são cobradas avaliações de títulos (acadêmicos e de atividades ligadas ao ensino), didática (em que o interessado deve dar aula sobre um assunto determinado pela banca) e oral (defesa de um tema dentro de sua área). No caso de professor doutor, é exigida apenas uma prova de títulos. Para docente titular livre classe E, os candidatos passam por exames escrito, oral e defesa de memorial.


As oportunidades são para o Instituto de Ciências Biológicas (fitopatologia), o Instituto de Geociências (geologia e subáreas mineralogia, petrologia, geologia regional e/ou metalogenia), o Departamento de Engenharia Florestal da Faculdade de Tecnologia (política e legislação florestal), o Departamento de Teoria e Fundamentos da Faculdade de Educação (educação especial e inclusiva), o Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Faculdade de Tecnologia (engenharia civil e ambiental), o Instituto de Ciências Humanas (filosofia geral e geografia), a Faculdade de Medicina (pediatria), o Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais no câmpus Planaltina (ciências exatas), o Instituto de Letras (literatura japonesa), a Faculdade de Ciências da Saúde (análises clínicas) e a Faculdade de Ceilândia (neurociência).

Dicas de estudo
Professora do Departamento de Ciências, Educação e Saúde do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Polyanne Aparecida Alves Moita passou pela experiência de lecionar como substituta na UnB, durante o ano de 2013, no Departamento de Enfermagem. ;Na minha época, havia dois ou três substitutos no departamento. É comum o titular sair de licença para um doutorado ou pós-doutorado e alguém cobrir;, afirma. Aos candidatos a um dos cargos da UnB, Polyanne recomenda a leitura cuidadosa do edital. ;O mais importante é estar por dentro da área de conhecimento pretendida para ter êxito no exame;, destaca Polyanne, que passou por entrevista com a coordenação do departamento de enfermagem, prova escrita e avaliação de títulos. ;Na época, eu não renovei meu contrato, pois tinha outros planos e iniciei meu doutorado em enfermagem;, recorda a enfermeira, especialista em processo de enfermagem e mestre em gestão em saúde. ;Ainda assim, a vivência foi muito rica, pois tive a oportunidade de acompanhar estágios em hospital e posto de saúde, e isso tudo enriqueceu minha bagagem profissional;, conclui. Na opinião de Pollyane, a etapa mais complicada da seleção foi a apresentação oral, na qual teve de defender um tema. ;Foi a parte mais difícil, é bom ter planos a, b e c. Caso algo dê errado, estar preparado é indispensável.;


Ricardo Luiz Melo Martins, coordenador do curso de medicina da UnB, explica que, para se dar bem no concurso, é importante que o candidato leia os editais. ;É preciso verificar se o seu currículo atende às necessidades solicitadas e se você se sente em condições de apresentá-lo sem passar vergonha;, diz. Quando fez o concurso com o intuito de ser professor efetivo na UnB, ele passou por três exames: prova escrita, de títulos e didática, em que teve de dar aula a uma banca. Ricardo recomenda que o interessado na vaga busque pleno conhecimento na própria área de atuação. ;As avaliações são difíceis, são testes exaustivos que exigem muita sabedoria do candidato, mas, estando bem preparado, o interessado consegue alcançar êxito.;

De substituto a efetivo
Professor de medicina da criança e do adolescente na UnB há quatro meses, Geraldo Magela Fernandes atuou como substituto de agosto de 2014 a julho de 2016 no Departamento de Pediatria. Graduado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com especialização em pediatria e subespecialização em neonatologia pelo Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Fernandes relembra que, no processo seletivo de 2014, teve que apresentar currículo e passar por uma entrevista com uma docente efetiva, sobre a própria experiência profissional, a disponibilidade de trabalho, o interesse pela área acadêmia e pesquisas de que tinha participado. Na opinião dele, esse primeiro contato com a carreira de docente foi importante, pois, assim, teve certeza da vocação para professor. ;Foi uma experiência enriquecedora, porque sempre tenho que estar atualizado para trabalhar com jovens. Quando se lida com estudantes, é primordial estudar mais;, recorda.


Ainda em 2016, a Universidade de Brasília lançou edital para professor efetivo, e o então docente substituto viu a oportunidade de consolidar a atuação na universidade. Após passar por provas escrita, oral e didática, Fernandes foi efetivado em novembro do ano passado. Ele aconselha aos candidatos se manterem atualizados e observa que disciplina, dedicação, persistência e gostar de dar aulas são elementos essenciais para se tornar professor. O tema da prova didática é divulgado 24 horas antes da prova, por isso o candidato tem que estar pronto para qualquer um. ;A minha estratégia foi estudar todos os tópicos e não deixar para estudar em cima da hora. Quando fui preparar a aula, tinha uma base, então, no dia restante, eu me aprimorei no tema, que eram distúrbios neurológicos do recém-nascido;, conta. Segundo o docente, mesmo quem não tem experiência em sala de aula pode se dar bem nessa etapa, já que, durante a faculdade, os alunos apresentam trabalhos.

Em busca de uma vaga
Cássia Valéria de Castro, 47 anos, pediatra no Hospital Universitário de Brasília (HUB) há três anos, viu no concurso para substituto para a Faculdade de Medicina uma oportunidade de seguir carreira como docente. A médica pediatra pela UFMG e mestre em ciências da saúde pela UnB trabalhou por 15 anos na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação e, nessa época, se via um pouco como docente. ;Todo o tempo, eu tentava ensinar pais e mães sobre os problemas das crianças, por isso, pensei: por que não dar aulas?;, conta. No HUB, ela teve certeza de que queria ser professora, pois acompanhava residentes. ;Com o tempo, comecei a entender o que faço de melhor dentro da profissão, que é ensinar;, garante. A médica estuda oito horas por semana de olho na prova e acredita que domina tudo o que foi listado no edital.

As diferenças entre os cargos

; Professor substituto: é contratado temporariamente, por até dois anos, para suprir vaga de um professor titular que precisou ser afastado. Formação necessária: depende do caso.
; Professor doutor: contratado mediante requisito básico de doutorado na área de atuação
; Professor titular livre classe E: docente fixo que deve ter experiência comprovada de, no mínimo, 10 anos na área.
Formação necessária: doutorado.

O que diz o edital

Concurso de professor da
Universidade de Brasília (UnB)
Inscrições: até 15 de março. Acesse os editais no site www.dgp.unb.
br/concursos (confira seleções com inscrições abertas na lista na página 7)
Taxas: de R$ 277,90 a R$ 277,96
Vagas: 12
Salário: de R$ 2.768,02, a
R$ 18.895,71.
Provas: variam de acordo com
cada edital
Local da prova: Brasília (DF)

* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa

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