Trabalho e Formacao

Parceria saudável

Há 16 anos, casal da África do Sul comanda restaurante natural na Asa Norte e comemora os frutos conseguidos com o trabalho

Ana Paula Lisboa
postado em 09/04/2017 16:16

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Eles vieram da África do Sul e criaram, num cantinho da 105 Norte, um espaço agradável para um almoço natural, saudável e saboroso. Essa é a história do casal Natacha Franco, 47 anos, e Greg Hind, 44, proprietários do A Tribo Restaurante Natural (saiba mais em www.facebook.com/restauranteatribo). A casa abriu as portas em maio de 2001 e, hoje, atende cerca de 250 pessoas por dia; exceto na segunda-feira, quando o estabelecimento fica fechado. Os donos são unânimes ao dizer que estão ;satisfeitos e agradecidos; por tudo que conquistaram e pelo fato de terem clientes tão fiéis, muitos que comem ali todos os dias (para facilitar, a casa oferece cartão fidelidade e a opção de ;abrir uma conta;, pagando, com desconto, de forma antecipada, as refeições de um mês todo). ;Estamos colhendo os frutos do nosso esforço;, observa Greg. O self-service conta com pratos vegetarianos, veganos, indianos, com influência africana, além de frango e peixe ; com princípios macrobióticos.


;A nossa base é natural e saudável. Comemos esse tipo de comida há mais de 20 anos, esse é nosso estilo de vida. Não estamos apenas vendendo um produto, mas, sim, propagando algo em que acreditamos;, explica ele. ;Comecei a cozinhar esse tipo de alimento quando viramos vegetarianos e, posteriormente, veganos. Hoje, ainda mantemos uma alimentação bem natural, mas, eventualmente, com proteína animal;, esclarece Natacha. Quando o casal, que tem duas filhas, de 16 e de 12 anos, começou as atividades, há cerca de 16 anos, era raro encontrar esse tipo de caminho alimentar. ;No início, oferecíamos apenas comida vegana e vegetariana, mas as pessoas nem entendiam o porquê disso. Depois, abrimos um pouco mais para atender mais tipos de clientes;, lembra Greg. Com o tempo, o fato de a maioria das receitas não levar leite ou ovo passou a ser aceito e apreciado.


Há 16 anos, casal da África do Sul comanda restaurante natural na Asa Norte e comemora os frutos conseguidos com o trabalho

;A maior parte do nosso público é jovem, pessoas que fazem dieta, frequentam academia;, conta Natacha. Entre as opções de carboidrato, que vão além do arroz, está o caldo de batata, a batata-doce e o purê de banana-da-terra. Vários dos temperos são importantes, pois um dos segredos do sucesso do estabelecimento é o investimento em ingredientes de qualidade. ;Trazemos o curry de fora porque é diferente do que é vendido no Brasil. Se falta, os clientes percebem;, comenta Natacha. A empresa tem 10 empregados. Natacha, formada em gerenciamento e publicidade, fica responsável pela cozinha, enquanto Greg, graduado em educação física, cuida da parte administrativa. Outro fator que contribui para o êxito está o fato de os donos estarem sempre presentes e sempre buscarem conhecimentos diferentes para atender melhor a clientela.

Por um lugar melhor
Quando o A Tribo foi aberto, Natacha e Greg contavam com outros dois sócios, incluindo um tio dela, que, rapidamente, deixaram a empreitada. ;O começo foi muito difícil, trabalhamos muito. Nos primeiros dois anos, tivemos que pagar contas atrasadas;, lembra Natacha. ;Quando se abre uma empresa, os primeiros cinco anos são decisivos. Se você sobreviver a isso, há mais chances de preservar aquilo ao longo do tempo;, comenta Greg. Para viabilizar isso, é preciso construir um time, algo dificultado pela alta rotatividade. ;Sempre temos que treinar as pessoas, além disso, ficamos de olho o tempo todo;, comenta Natacha. O fato de eles terem tido uma experiência prévia com o empreendedorismo facilitou o processo: os dois foram donos de um centro holístico na África do Sul, que reunia restaurante, livraria, clínica de massagens e terapias e espaço para workshops.


;Além disso, a família dela tem experiência com negócios na área de comida;, completa Greg. A avó de Natacha é dona da Panificadora Portuguesa, na 709 Norte. O casal resolveu vir para o Brasil aproveitando um convite da matriarca, que é angolana, para ocupar um espaço que ela tinha na Asa Norte, onde o restaurante funciona até hoje. ;Todo mundo veio escapar das guerras e das violências. Queríamos achar um lugar mais seguro e com qualidade de vida para criar nossa família. Eu tive mais dificuldade porque não falava português, mas me dediquei para aprender porque fiquei encantado pelo Brasil;, conta Greg.

De olho no futuro
Uma das novidades do A Tribo é que a casa passou a comercializar pratos congelados. Crescer está entre os planos, mas o casal é cauteloso nesse sentido. ;Já fizeram propostas para transformar nossa empresa em franquia, mas não daria para manter esse mesmo padrão sem o cuidado que nós temos;, observa Greg. Ele e a mulher pensam em abrir uma segunda unidade, mas sem pressa. ;Não queremos perder a qualidade;, garante. Questionados sobre um conselho que podem deixar para aspirantes a empreendedores, eles citam a importância de pesquisar bastante o mercado, os fornecedores e o ponto.

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