É hora de celebrar!
O fim do ano é uma boa oportunidade de unir e motivar os colaboradores. Isso pode ser feito por meio de uma festa, mas não só! Conceder um recesso, dar cestas natalinas ou ingressos para eventos, promover competições ou outras dinâmicas de grupo são algumas das ações que são benéficas tanto para os empregados quanto para a chefia, pois o resultado de tudo isso é uma equipe mais satisfeita e engajada
O fim de ano chegou para o mercado de trabalho também: o clima natalino e de virada abre espaço para ações de integração e engajamento, que são estratégicas para manter a equipe motivada. Para muitos, chegou a hora da tradicional festa da firma. No entanto, este momento não necessariamente precisa ser comemorado desse jeito. Existem muitas maneiras de dar um agrado aos funcionários que vão além de jantares ou celebrações dançantes, que, para falar a verdade, nem combinam com todo tipo de equipe ou ambiente corporativo. O próprio recesso de fim de ano, sorteio de prêmios, cestas natalinas, cartões vale-compras e ingressos para atividades culturais estão entre algumas das opções escolhidas por patrões que desejam presentear o time, como elenca Larissa Borges, coordenadora de Engajamento da ValeCard, empresa de meio de pagamentos. Seja qual for o caso, entregar mimos não substitui a importância de um momento de confraternização com a equipe, que deve se encaixar no bolso e no estilo de cada empresa. ;Às vezes, a organização é mais tradicional e a celebração será espelho disso. Em outros casos, quando se trata de uma startup, por exemplo, a festividade pode ser mais liberal;, observa Larissa, que é psicóloga.
;Não é preciso fazer um evento tradicional: o grupo pode ir para ambientes diferentes, como um teatro, usar jogos;, explica Ligia Molina, professora de gestão de pessoas do Institute Business Education da Fundação Getulio Vargas (IBE-FGV). Com MBA em gestão empresarial, Larissa elenca ainda clubes, sítios e até uma área da própria empresa como outros locais interessantes. ;O importante é organizar uma atividade que fuja da rotina, sirva como distração e ajude a equipe a se conhecer melhor e a se sentir mais acolhida no ambiente de trabalho. É uma oportunidade para desenvolver relacionamento interpessoal entre as áreas e ainda estimular o espírito de servir e colaborar;, completa Larissa. Dinâmicas de grupo e competições, por exemplo, são ainda ferramentas baratas para engajar e unir o quadro de empregados. São alternativas para quando o orçamento da instituição está apertado. ;A empresa deve fazer algo, mesmo que simples. Isso é essencial, por fortalecer a cultura da organização e promover a união. As pessoas passam a maior parte do tempo no trabalho, então é preciso ter uma reunião para agradecer pelas conquistas do ano. Só parar por um momento e pedir que todos deem as mãos já é representativo;, afirma Ligia, que também é coach de carreiras.
;No dia a dia, em geral, as pessoas não têm tempo para se conhecerem direito e eventos de confraternização servem para promover essa integração;, defende Beatriz Bernardi, gestora de RH da Mega Sistemas, empresa de software de gestão empresarial. Larissa Borges recomenda que a direção da empresa envolva os colaboradores na organização da atividade em grupo, seja ela qual for. ;Isso faz com que eles se sintam mais pertencentes à firma e engajados;, diz. Outra ação interessante é incluir a família, convidando pais e filhos para conhecerem a empresa. No entanto, ela destaca que só ações não bastam. ;Hoje, fala-se muito em propósito. A missão da empresa tem que estar bem clara e o funcionário tem que saber muito bem dela. As atividades de fim de ano virão para reforçar isso;, esclarece. Ligia Molina, matemática e pós-graduada em administração, marketing e gestão de pessoas, concorda que gestos vazios não adiantam. ;Tem empresa que gasta horrores em uma festa e o dono nem aparece. Isso é um erro;, afirma.
Comportamento importa na festa da firma
Se a empresa em que você trabalha resolver dar uma festa, não pense que sua única preocupação deve ser cair na gandaia: é preciso tomar cuidado com suas atitudes, pois um deslize num evento desses pode manchar a reputação de ;bom profissional; que você se esforçou para construir. ;O importante é sempre pensar nas suas ações para não se arrepender no dia seguinte. Curta o máximo possível, mas lembre-se de que você está num contexto empresarial;, alerta Beatriz Bernardi, psicóloga. Ficar bêbado, paquerar demais, usar roupas inadequadas são apontados como erros comuns em festejos corporativos. ;É necessário manter uma postura consciente;, recomenda Larissa Borges, da ValeCard. ;Afinal, você será observado a todo momento e a conduta ali pode trazer consequências para a sua carreira;, acrescenta Ligia Molina professora da IBE-FGV. ;Se uma pessoa está para ser promovida e se embebeda em uma festa dessas, por exemplo, a diretoria pode concluir que ela não tem controle, o que pode comprometer a promoção;, diz. Se, no dia a dia, um funcionário não convive com a chefia da empresa, é preciso se lembrar que, na hora da festa, provavelmente todos os executivos estarão ali. Então, segundo Larissa Borges, é nessas ocasiões que a imagem será formada perante a direção. ;O comportamento tem que ser consciente porque, muitas vezes, estará presente, além dos colegas e do seu chefe, o CEO da empresa.;
Cuidado para não fazer feio
Para não errar em confraternizações
1. Bebida
Se houver bebida alcoólica na festa, não exagere. Não é porque o evento é open-bar que você pode se embebedar. Isso pode gerar comentários e constrangimentos.
2. Paquera
É normal que aconteçam flertes, ainda mais em ambiente com jovens, mas é preciso ter discrição, porque a chefia estará no local.
3. Vestimenta
Na hora de escolher a roupa, basta seguir as regras do ambiente corporativo: se a empresa não deixa usar saia curta no dia a dia, então na confraternização também não é legal. Evite decote, peças curtas e excesso de maquiagem. Além do código de vestimenta, é preciso dar atenção à postura, mantendo a classe, mas não é preciso ser 100% sério e formal numa festa.
4. Dança
Apesar de ser um momento propício para isso, é bom não exagerar. Lembre-se de que, nesse tipo de evento, não dá para descer até o chão, mas não é preciso deixar de dançar por causa disso.
5. Fotos e vídeos
Na era digital todo mundo tem um smartphone no bolso, então é preciso ter cuidado com fotos e vídeos para não colocar colegas ou você mesmo em situação de constrangimento ao compartilhar imagens inadequadas.
6. Conversas
Cuidado com as brincadeiras. Não é porque você tem proximidade com as pessoas que pode constrangê-las com piadinhas.
7. Amigo-oculto
Na hora da brincadeira, tenha bom senso ao escolher o presente. Procure entender do que a pessoa gosta e tenha cuidado para não constranger ninguém.
Fontes: Beatriz Bernardi, Ligia Molina e Larissa Borges
Como é a celebração no seu trabalho?
Conheça como empresas fazem para celebrar o espírito natalino e o início de um novo ano
Competição saudável
É difícil encontrar alguém que não se encante com as decorações de Natal. Sempre tem aquela pessoa que se anima toda para montar a árvore e colocar Papai Noel em tudo. Então por que não fazer disso uma forma de socialização entre os setores? Essa foi a ideia de Aldênia Nogueira, 36 anos, gerente de Marketing do Hospital Santa Marta, ao criar o concurso de decoração de Natal da empresa há três anos. Cada área precisa inovar para enfeitar a sala e um time de jurados escolhe qual a melhor ornamentação. A equipe vencedora ganha um prêmio. ;Comecei o projeto no primeiro ano de crise, quando todas as empresas buscavam continuar com ações de fim de ano, mas reduzindo custos;, lembra. Ela explica que os benefícios da atividade são inúmeros. ;É impressionante como traz integração, contribui para a construção do relacionamento interpessoal, e do engajamento. Além disso, a atividade estimula o aumento da criatividade e favorece a qualidade de vida no trabalho;, diz.
;Isso mexe com toda a instituição, é um respiro no fechamento do ano;, conta. A equipe do Núcleo de Segurança venceu a competição no ano passado. Os 14 empregados ganharam uma televisão e rifaram o brinde para fazer uma festa. Para a enfermeira Marina Franco, 29 anos, que trabalha no hospital há seis anos, a ideia da competição cumpre com o propósito. ;O concurso é muito bom porque estimula os funcionários a interagirem. É mais difícil ter essa união durante a rotina de trabalho. Assim, ganhamos em harmonia e produtividade;, percebe. ;O bom é que a competição não é uma ação isolada, sempre é acompanhada de um almoço em que todo mundo se reune;, acrescenta Marina. Este ano, os vencedores serão anunciados na próxima sexta-feira (15). O hospital entrega também um presente, que este ano será uma lancheira térmica, a todos os colaboradores. Há ainda bonificações em dinheiro por bom resultado. A empresa só concede recesso para pessoas em cargos de liderança.
Confraternizar e fazer o bem
A designer Rafaela Dias, 31, funcionária da agência de marketing 7 Pontos há seis anos, conta que o melhor das confraternizações da empresa é o ambiente acolhedor. ;É um momento de descontração e tratamos como reunião de família;, diz. Com cerca de 30 empregados, a empresa concede uma semana de recesso para a equipe e faz vários tipos de celebração. ;Desde as mais comuns, em bar ou restaurante, até um almoço tipo festa de Natal, com mesa de ceia;, lembra. A preferida da funcionária foi a ideia de substituir o tradicional amigo-secreto por ajudar uma instituição de caridade. ;Fizemos entregas de bicicletas para uma família carente. Nunca vou esquecer a felicidade das crianças;, diz. ;Ano passado, ajudamos um lar de idosos e fizemos uma grande comemoração lá, levamos comidas, jogos e tocamos música. Para mim, foi a melhor confraternização que fizemos;, conta. A ação social integrada à equipe é muito bem cotada entre os colaboradores.
O responsável por organizar esses momentos é o administrador Kleber Soares, 37, diretor comercial. Ele explica que este é o período propício para introduzir o espírito natalino em todos. ;É uma forma de rever o que aconteceu no ano e motivar a equipe. De três anos para cá, tivemos a ideia de fazer a comemoração com um cunho social;, conta. Uma reunião com toda a equipe também é bem-vinda. Kleber explica que a ideia deste ano é fazer um show de talentos, com apresentações de funcionários que cantam e tocam. ;Já fizemos de vários jeitos. Tivemos uma ideia de levar todo mundo para um parque de diversões, mas ainda não conseguimos dar andamento;, explica. O dono da empresa, o cientista da computação Rodrigo Barreto, 36, acrescenta que confraternizar traz à lembrança a importância de valorizar uns aos outros. ;Esses momentos fecham um ciclo em que a gente compartilha e agradece por tudo que aconteceu no ano porque na rotina muitas vezes nos esquecemos de comemorar as vitórias;, diz.
*Estagiária sob supervisão e Ana Paula Lisboa