Trabalho e Formacao

Primeiros colocados do PAS ressaltam importância de prestar atenção à aula

Três estudantes que obtiveram algumas das melhores notas no somatório das três etapas do programa revelam seus métodos de estudo

Felipe de Oliveira Moura*, Gabriela Andrade*
postado em 26/01/2018 21:49
Horas e horas de estudo, saber equilibrar lazer e dedicação, não se cobrar demais ou, pelo contrário, exigir de si mesmo a superação de todos os limites; Cada resultado positivo tem uma história diferente por trás. Nesta sexta-feira (26), foram conhecidos os nomes dos estudantes que conquistaram uma vaga na Universidade de Brasília (UnB) por meio Programa de Avaliação Seriada (PAS). Para ter sucesso nesse sistema, é preciso ter bom desempenho durante os três anos do ensino médio, já que, a cada série, a pessoa faz uma prova no fim do ano. O primeiro colocado do câmpus Darcy Ribeiro é de Minas Gerais, mas não teve o nome divulgado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe, antigo Cespe). Outros dos campeões desta edição do PAS são do DF e foram entrevistados pelo Eu, Estudante. Confira as histórias deles:

O 2; lugar do Darcy Ribeiro deixou medicina por psicologia

Três estudantes que obtiveram algumas das melhores notas no somatório das três etapas do programa revelam seus métodos de estudoFoi de Felipe Seda, 18 anos, a segunda melhor pontuação do PAS no câmpus Darcy Ribeiro. Ele passou em psicologia e se surpreendeu com a notícia de que tinha conquistado uma posição tão boa na lista de selecionados. Os resultados nas etapas anteriores haviam sido bons (79,6 e 64,3 pontos, respectivamente), mas o ótimo desempenho na terceira fase, com uma incrível pontuação de 83,3 fez a expectativa pela aprovação aumentar. A confirmação veio na tarde desta sexta-feira, quando conferiu o resultado pela internet. ;Quando recebi o resultado de desempenho individual na segunda-feira, não dava pra ter noção das notas das outras pessoas. Eu sabia que eu tinha tido um bom desempenho, estava com uma grande expectativa, mas estou surpreso com a colocação;, conta.


Ex-aluno do Centro Educacional Sigma, o jovem não fez cursinho preparatório e teve uma rotina inteiramente baseada no estudo em casa ; cerca de quatro horas e meia por dia além do tempo dedicado à escola. A receita para o sucesso de Felipe não se encontra em um tempo dedicado especificamente para o PAS, mas em algo que muitos alunos acabam deixando de lado: a atenção às aulas. ;Meus amigos me procuravam perguntando como eu fazia para estudar e eu sempre dizia que esse é o primeiro passo.; O foco do novo calouro de psicologia nos estudos contrasta com a indecisão nos meses que antecederam a prova. Escolher qual curso fazer foi difícil: ele ficou em medicina e chegou a cogitar medicina. A mãe, psicóloga, aconselhou o filho a fazer medicina e, com as notas obtidas, ele, certamente, teria sido selecionado, mas a decisão de Felipe se deu por uma série de fatores.

;Eu não queria curso de exatas, mas também não queria algo 100% de humanas. Quero trabalhar com, pesquisa, experimentos. A psicologia é teórica, mas é uma ciência e eu me encontrei nela;, diz Felipe, cujo pai é militar. Aprovado com louvor no Programa de Avaliação Seriada, o jovem deixa dicas para quem deseja seguir os passos dele. ;Quem for começar a fazer o PAS agora, deve começar a se dedicar o quanto antes. Existe uma ideia errada de que a primeira e a segunda etapa não valem tanto, mas elas fazem a diferença.; Caso a pontuação nas fases iniciais não venha a contento, a dica é se reerguer ; como fez Felipe, que conseguiu pontuação bem mais alta na última etapa por ter se esforçado bem mais no 3; ano do ensino médio.

A 1; colocada de Ceilândia vai estudar enfermagem

Três estudantes que obtiveram algumas das melhores notas no somatório das três etapas do programa revelam seus métodos de estudoO primeiro lugar no câmpus Ceilândia pertence a Aime Stefany, 17 anos. Consciente desde o ensino fundamental da importância de se dedicar para conseguir uma vaga na UnB pelo PAS, ela será caloura do curso de enfermagem e colhe os frutos do empenho desde cedo. ;A dedicação não veio apenas com o ensino médio. Quando eu cheguei, todos os professores frisavam que a primeira etapa era mais importante. Negligenciar ela seria estragar uma boa oportunidade;, analisa. ;Prestar atenção nas aulas era o que me fazia aprender as matérias com facilidade;, relata. ;Isso faz muita diferença.; Filha de um técnico em administração e de uma professora, Aime sempre gostou muito da área de saúde.


A inclinação da família paterna pelas ciências biológicas ; avô, pai e tio são graduados em biologia ; chegou a fazê-la cogitar esse ramo. Ela também pensou em fazer medicina. Porém, objetivos profissional e pessoais fizeram a jovem escolher a enfermagem. ;Gosto muito de cuidar das pessoas, de dar assistência. Esse curso cumprirá bem o que eu quero não apenas para o trabalho, mas para minha realização pessoal;. Aime tirou 52 pontos na primeira etapa; 52, na segunda; e 58 na terceira. Ex-aluna do Claretiano- Centro Educacional Stella Maris, a moradora de Taguatinga Norte usava o horário contrário às aulas para estudar especificamente para os vestibulares que faria, aproveitando o conteúdo recebido em sala de aula com o máximo de exercícios da UnB. Com a experiência de alguém que, desde muito nova se importou com o PAS, a estudante aconselha aqueles que passarão por cada etapa, individualmente.

;Para quem está na primeira etapa: priorize o PAS. Não é apenas o colégio que está em jogo, mas o futuro profissional. Quem não se sair bem nessa fase deve se persistir. Para os que estão no 3; ano, o segredo é ralar e estudar o máximo que der, sem se deixar influenciar pela perspectiva de emprego ou quanto vai ganhar na hora de escolher qual curso fazer;, orienta. Aime contou com a ajuda do cursinho on-line Descomplica. Para ela, fez diferença prestar atenção à parte de exatas da prova. ;Mas não se restrinja a cada matéria especificamente e pense em como um assunto pode ser explorado: a interdisciplinaridade é muito forte.;

O 2; colocado do câmpus Gama mira o ITA

Três estudantes que obtiveram algumas das melhores notas no somatório das três etapas do programa revelam seus métodos de estudoThiago Lobo Ferreira, 17 anos, mora na Asa Norte e foi o segundo colocado entre os aprovados para o câmpus Gama. Assim como o segundo colocado do Darcy Ribeiro, ele nunca fez cursinho e conta que prestar atenção às aulas é o segredo para o bom desempenho. Aprovado para engenharias, ele pretende se habilitar em engenharia eletrônica. O destaque entre os selecionados foi uma surpresa. ;Eu esperava passar, mas não nessa colocação. Confirmei que eu fiz um ensino médio de qualidade. Além disso, bons resultados são sempre bem-vindos;, conta ele, que concluiu os estudos no Colégio Pódion.

As notas dele nas três etapas foram, respectivamente, 84, 69 e 53 pontos. Apesar de ter passado na UnB, os planos para o futuro são outros. ;Quero estudar engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e completar a formação na França. Por isso, não vou me matricular na Universidade de Brasília;, afirma. De acordo com Thiago, ele não estudou e também nunca fez cursinho para fazer a prova do PAS. ;Eu só prestava atenção às aulas e fazia inglês às terças e quintas-feiras na época do ensino médio;, lembra. A dica dele para quem deseja ter bom desempenho em seleções como essa é revisar provas anteriores. A mãe de Thiago é cirurgiã dentista e professora aposentada e o pai, analista judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

*Estagiários sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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