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Os irmãos Henrique Alencar, 55 anos, e Fernanda Ponte Alencar, 51, comandam juntos a Nuclear ; Material de construção, loja que é herança familiar. A história da empresa começou com a de Brasília, em 1960, quando o pai deles, Francisco Alencar, veio do Ceará para a capital federal em busca de uma vida melhor. O pioneiro morreu em 2009, aos 82 anos, mas deixou gravado nos filhos seu estilo de gestão e seu caráter. ;Ele era correto ao extremo, um empreendedor por natureza, um homem de visão, gostava das coisas bem-arrumadas. A gente só deu continuidade;, afirma Henrique. ;Papai sempre foi muito íntegro e nos ensinou o que é honestidade e a zelar um pelo outro. Somos muito gratos a ele, que foi um excelente professor;, comenta Fernanda. Na época em que seu Francisco se estabeleceu por aqui com a esposa, Tereza de Jesus Ponte Alencar, a cidade era tão nova que só foi possível registrar o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) quando Brasília passou a ter Junta Comercial, em 1961.
Apostar numa cidade ainda em construção também envolveu outros fatos inusitados. ;A loja vendia materiais elétricos, mas não tinha como o cliente testar antes de levar para casa porque, no começo, não tinha energia elétrica na W3. Naquele tempo, o principal comércio era o da Cidade Livre (Núcleo Bandeirante);, recorda Henrique. Ele cresceu em meio aos balcões da empresa. ;Somos cinco filhos e eu sou o único homem, então acabava acompanhando mais meu pai no trabalho, ficava no caixa;, conta. Entre os segredos para manter um empreendimento no mercado por tantos anos, entram em campo respeito com os clientes e com os funcionários, excelência no atendimento e a localização: são 400 m; de loja na 511 Sul ; o imóvel é próprio e faz parte de uma carteira de propriedades da família. ;Temos amizades consolidadas com vários dos clientes e nosso endereço é fantástico. Aqui conseguimos atender gente de todas as regiões, mas principalmente da própria Asa Sul;, indica Henrique. ;Quando a pessoa começa a comprar material para reforma ou construção aqui, voltará para adquirir mais até o fim da obra, do básico ao acabamento.; O caminhão de entregas da loja é um diferencial. ;Nosso foco, porém, é Asa Sul: a maior parte dos clientes não gosta de ter que sair do próprio bairro para comprar.;
Time de peso
A firma tem 15 funcionários, dos quais a maior parte trabalha na Nuclear há muito tempo. ;Nos preocupamos com o tratamento dado a cada um, é nossa responsabilidade fazer com que eles se sintam bem e felizes. Até os que já saíram estão sempre voltando para conversar ou pedindo a vaga de volta;, revela Fernanda. ;Tem empregados com 25 anos de casa aqui. É muito bom se cercar de gente em quem você pode confiar;, observa Henrique. Periodicamente, ele próprio ministra treinamentos à equipe a partir do que aprende em eventos. A prudência nas decisões é outro ingrediente do sucesso. ;Muita coisa mudou de quando a empresa foi aberta para cá. Passamos por muitas crises, mas enfrentamos com tranquilidade porque nunca damos um passo além do que podemos dar;, observa Fernanda. Gostar do que se faz também é importante. ;Eu sou tão feliz com meu trabalho. Não somos uma hiper ou megaempresa, mas o que temos está muito bom;, comemora. Para completar essa receita de êxito, a gestão é cheia de cooperação, cumplicidade e divisão de tarefas.
Henrique cuida da parte gerencial, de compras e de estoque, enquanto Fernanda se ocupa da administração financeira e de pagamentos. ;Ela é a mulher do dinheiro e um não interfere no quadrado do outro. A gente trabalha em sintonia, com confiança total. O clima é bem tranquilo;, diz Henrique. ;Não existe competição. O alicerce aqui é Deus, companheirismo, confiança e respeito. Cada um trabalha com um setor, mas a transparência é enorme;, completa Fernanda. Normalmente, o time da empresa atende mais de 1,5 mil clientes por mês. A freguesia inclui moradores, mas também vários empresários, de donos de hotéis e restaurantes a faculdades. Apesar da crise, o negócio está em pleno crescimento. ;Brasília está ficando velha. A cidade já é uma senhora e precisa de manutenções e reparos cada vez mais frequentes. Então, há bons ventos para esse setor;, aponta Henrique. O segredo para fidelizar envolve também os preços cobrados. ;Nosso caixa é equilibrado, então, quando vou comprar algo, pago praticamente tudo à vista. Com isso, consigo descontos para oferecer valores mais baixos;, explica ele.
Jornada familiar
Em 57 anos de atuação, a loja ficou fechada por cinco anos na década de 1980: o fundador precisou interromper o trabalho por motivos de saúde. ;Mas ele não aguentou ficar fora do comércio e nos chamou para reativar a empresa com ele, em 1989;, rememora Henrique. Assim, ele, advogado que chegou a chefiar a parte jurídica da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil), largou a carreira legal para trabalhar com o pai. Fernanda tinha acabado de se formar em pedagogia e também não hesitou em deixar a profissão de lado a fim de acompanhar o pioneiro. ;Vim para a loja com 21 anos e nunca mais saí. Já existe um carinho porque aquilo é do seu pai e você começa a ter amor e vibrar com cada conquista, já que é seu também;, conta ela. Pai de duas jovens formadas em direito e em administração, Henrique não acredita que as filhas trabalharão no negócio um dia. ;Não é o perfil delas;, explica. ;Meus filhos também não pensam nisso;, emenda Fernanda, mãe de um casal.
Saiba mais
Nuclear ; Material de construção
Endereço: 511 Sul, Bloco A, Lojas 60 e 61, com entrada pela W3 e pela W2
Informações: 3346-2448 / 7732 ou nucleareletrica@uol.com.br