Trabalho e Formacao

Professores dão dicas para quem quer conquistar uma vaga no Iphan

São 400 vagas no total. As chances são para níveis médio, técnico e superior. Provas serão em agosto. Os cargos serão preenchidos nas sedes do órgão em Brasília e nas 26 capitais dos estados, além de escritórios técnicos em outras cidades

Eduarda Esposito*
postado em 01/07/2018 16:58

Leonardo tentará uma vaga de nível médio

O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) está com inscrições abertas para o concurso do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que oferece 411 vagas. São 131 de níveis médio e técnico (com salário de R$ 3.419,79) e 280 de nível superior (com remuneração de R$ 5.035,29). As oportunidades são para preenchimento de postos em todas as unidades da Federação, sendo 110 vagas para o DF. As provas serão em 26 de agosto. Então, os interessados precisam pegar firme nos estudos até lá. O certame é dividido em três etapas. A primeira é a prova objetiva com 120 questões (cada uma valendo um ponto); a segunda é a redação; e a terceira é a avaliação de títulos (apenas candidatos de nível superior serão submetidos a essa fase). As matérias comuns a todos os cargos são língua portuguesa; fundamentos do patrimônio cultural; noções de gestão e administração pública; e atualidades ; essa última será cobrada somente na prova discursiva.

Hora de revisar!
Para se preparar e se dar bem em interpretação de textos, Tereza Cavalcanti, professora de português do Gran Cursos Online, deixa dicas. ;A melhor maneira de estudar é praticar a leitura no dia a dia, prestando atenção ao que lê ou ouve. Certamente, o candidato que não se concentra para entender a notícia que escuta no rádio terá mais dificuldade para entender os textos da prova;, afirma. A professora também aponta o tipo de questão que o Cebraspe costuma abordar. ;Merecem destaque os itens de reescritura, nas quais o examinador seleciona um trecho do texto original e propõe nova redação ou faz sobre ele alguma intervenção. Esses itens podem avaliar a correção gramatical ou as relações de sentido;, avisa.

[SAIBAMAIS]História é uma matéria específica da áera 10 do cargo técnico I, de nível superior. Para conseguir tirar a nota máxima nas questões, o professor de história e ciências humanas do Estratégia Concursos, Sérgio Henrique Lima Reis, indica em quais conteúdos os candidatos devem se concentrar mais. ;O concurseiro deve dominar profundamente os conceitos de patrimônio material e imaterial e como foi o histórico da ampliação do seu significado. Este é um dos três temas que têm maior chance de serem cobrados;, explica. Sérgio também alerta para outro tópico que pode aparecer no certame. ;É muito importante conhecer a legislação, como foi concebida no Brasil e a história da fundação do Iphan, na Era Vargas, pelos modernistas;, avisa.

O historiador também frisa um assunto a que os candidatos também devem prestar atenção. ;Nas discussões sobre patrimônio e cultura foi colocado um problema: os países subdesenvolvidos tinham muitos elementos culturais singulares que caracterizam diferentes formas de viver que não se enquadravam nos conceitos de patrimônio da época. Por isso, essas nações reivindicaram a ampliação desse conceito, conquistada em 1982, com reconhecimento da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura);, observa.

Outro tema específico para técnico I, na área 4, é arquivologia. O coordenador do curso de arquivologia da Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (FCI/UnB), Cláudio Gottschalg Duque, alerta que todos os conteúdos devem ser estudados. ;O candidato deve estar atento a tudo o que foi previsto em edital, especialmente a temas que estão diretamente ligados às atividades requeridas para as vagas ofertadas;, aconselha. O coordenador também aponta assuntos em que os concurseiros devem estar ligados. ;Os candidatos devem ter maior atenção às questões relacionadas a normas, preservação, conservação digital e RDC-Arq (Diretrizes para a Implementação de Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis);, diz. O professor Cláudio lembra que, atualmente, existem meios tecnológicos para estudar a matéria. ;Estamos no século 21, temos vários grupos de pesquisa em arquivologia em várias redes sociais que podem ajudar a solucionar dúvidas e resolver exercícios;, reitera.

De olho nos concursos

O brasiliense Leonardo da Silva Mathias, 30 anos, estuda para concursos desde 2015 e conta que o foco dele está nos certames do Iphan e do Ministério Público da União (MPU). ;Eu também farei os exames do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), do TCU (Tribunal de Contas da União), da AGU (Advocacia-Geral da União) e do TJDFT(Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) quando saírem porque os conteúdos previstos são praticamente os mesmos;, afirma. Formado em direito e administração, Leonardo sempre estudou sozinho e tentará uma vaga de nível médio de auxiliar institucional na área I. O candidato está desempregado e se dedica integralmente à preparação para certames. Leonardo também conta que estuda das 8 às 22h com intervalos de 30 minutos a cada três horas todos os dias.

Para Lucas dos Santos Gomes Silva, 20 anos, que mora no Rio de Janeiro, o certame do Iphan é uma oportunidade de ter estabilidade financeira. A mãe dele sempre o incentivou a fazer concursos. O jovem tem estudado para o MPU faz dois anos. ;Decidi tentar o Iphan por haver matérias relacionadas no edital;, diz. O carioca estuda de quatro a sete horas por dia.

Edital retificado

O Iphan retificou o edital do concurso na última terça-feira (26), depois que o Correio publicou reportagem apontando irregularidades no certame. Servidores do órgão denunciaram que as exigências que constavam no edital eram superiores às estabelecidas no artigo 7 da Lei n; 11.233/2005, já que, para alguns cargos, aceitava-se tanto um diploma de graduação em qualquer área quanto um de pós-graduação, seendo que a legislação só prevê cobrança de ensino superior para cargos no Iphan. Segundo o Cebraspe, o objetivo era englobar uma quantidade maior de candidatos. Com as mudanças no edital, agora, vagas que antes exigiam graduações específicas (como comunicação social, jornalismo ou relações públicas) passaram a ser abertas para qualquer pessoa com ensino superior.

O que diz o edital

Concurso para analista I, técnico I e auxiliar institucional no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Inscrições: até 9 de julho no site www.cespe.unb.br
Vagas: 411, sendo 131 de níveis médio e técnico e 280 de nível superior
Taxas: R$ 84 (níveis médio e técnico) e R$ 117 (nível superior)
Salários: R$ 3.419,79 (níveis médio e técnico) e R$ 5.035,29 (nível superior)
Provas objetiva e discursiva: 26 de agosto
Locais: todas as capitais do país

Distribuição de vagas

Nível superior
; Analista I, áreas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 (graduação em qualquer área)
; Técnico I, áreas 1 (graduação em ciências sociais ou antropologia), 2 (arqueologia), 3 (arquitetura e urbanismo), 4 (arquivologia), 5 (biblioteconomia), 6 (ciências biológicas), 7 (conservação e restauração de bens culturais móveis, museologia, artes visuais, belas artes, artes plásticas ou história da arte), 8 (engenharia agronômica), 9 (engenharia civil), 10 (história), 11 (educação, pedagogia ou curso de graduação de nível superior de licenciatura em qualquer área de formação)


Níveis médio e técnico
; Auxiliar institucional, áreas 1 e 2 (ensino médio), 3 (técnico em conservação e restauração de bens culturais móveis), 4 (técnico em edificações), 5 (técnico em agronomia ou jardinagem)



*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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