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Saiba quem são os primeiros colocados no vestibular da UnB de 2018

Conheça as histórias dos candidatos que conseguiram as melhores notas da seleção

Darcianne Diogo*, Eduarda Esposito*, Felipe de Oliveira Moura*
postado em 10/07/2018 15:06
O vestibular de 2018 da Universidade de Brasília (UnB) teve mais de 15 mil inscritos concorrendo a 2.105 vagas em 98 cursos, espalhados pelos quatro câmpus da instituição. Conquistar uma oportunidade já é uma vitória. Imagine, então, passar com louvor, entre os primeiros colocados da seleção. Foi o que conseguiram Fabrício, Caio, Camila, Bianka e Gabriel, jovens do Distrito Federal que conquistaram o topo do pódio do vestibular da UnB. Confira o que está por trás dessas notas de sucesso.

1; lugar do Darcy Ribeiro
Argumento: 511,735 pontos

Fabrício estudava cerca de 11 horas por dia
O primeiro colocado do maior câmpus da UnB neste vestibular é Fabrício Costa de Faro Campos, 18 anos, aprovado para medicina. Morador do Setor Habitacional Taquari, ele diz que conseguiu a vitória à base de muito esforço e persistência. ;Eu sempre quis medicina e sabia que, uma hora, passaria;, afirma. Essa foi a segunda vez que Fabrício tentou o vestibular da UnB. Além disso, ele também concorreu por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Ele prestou vestibular ainda para outras três universidades: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo Fabrício, o teste da UnB neste ano estava diferente. ;A prova do primeiro dia foi diferente, estava mais interpretativa. No segundo dia, achei bem tranquilo;, explica. Fabrício estudou no Centro Educacional Sigma e também nos cursinhos Olimpo e Único. O jovem decidiu que queria cursar medicina quando estava no ensino médio. Antes disso, porém, ele já sabia que queria trabalhar com saúde e pesquisa. Depois de terminar o ensino médio, em 2016, a rotina do estudante se tornou intensa, tendo aulas vespertinas em cursinho e estudando cinco horas por dia de manhã, totalizando 11 horas por dia. Apesar disso, havia equilíbrio no dia a dia: à noite, ele descansava, buscando conciliar o estudo com a diversão, para não se sobrecarregar.

;Sempre reservei o horário da noite para ler um livro ou assistir a um filme. Esse momento era primordial;, diz. Fabrício aponta o apoio de pessoas queridas como o fator mais importante para conseguir a aprovação no vestibular. ;Com certeza, o apoio que recebi dos meus pais e dos amigos foi essencial para eu ser aprovado;, diz. ;Eles sempre acreditaram em mim, tinham convicção de que eu passaria e, agora, estão mais felizes que eu;, percebe. Fabrício está feliz por saber que cursará a graduação dos sonhos e está ansioso para o começo das aulas. A dica que ele deixa para vestibulandos que não passaram dessa vez é: ;Tenha foco e persistência, nunca desista dos seu sonho;.

2; lugar do Darcy Ribeiro
Argumento: 493,535 pontos

Caio estudava 10 horas por dia O segundo colocado do câmpus Darcy Ribeiro é Caio Ernesto de Rêgo Castro, 18 anos, que conseguiu uma vaga em medicina. Antes disso, o jovem era aluno da UnB. No semestre passado, ingressou no curso de engenharia elétrica por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS), mas não tinha certeza se era a carreira certa para ele. ;Passei o ensino médio sem saber o que queria, nunca havia almejado um curso;, conta. Ele não chegou a cursar um semestre completo de engenharia quando decidiu fazer inscrição no vestibular de 2018 para medicina, seguindo a profissão dos pais, que são anestesistas. ;Tranquei o curso em abril;, lembra. Apesar disso, ele ainda não tem certeza quanto à escolha do novo curso. ;Espero me adaptar, estou empolgado.; Quando decidiu prestar o vestibular, Caio não se sentia confiante com relação às perspectivas de aprovação.
;Eu só tive dois meses para estudar, não acreditava que passaria. Mas eu me dediquei: estudava o dia todo, também fazia algo útil como ler um livro, até de madrugada, cerca de 10 horas, e, agora, estou ansioso pelo início do semestre;, relata. Caio sempre foi um bom aluno, lembrando que sempre teve as notas mais altas nos simulados da escola. Ele terminou o ensino médio no Centro Educacional Sigma da Asa Sul no ano passado e fez cursinho no Exatas. Os pais do jovem confiavam que ele seria aprovado em medicina porque sempre acreditaram no potencial do filho. ;Ainda não falei com a minha mãe sobre a conquista de ter passado em segundo lugar no câmpus Darcy Ribeiro, mas ela já sabe que eu passei e tenho certeza que está feliz porque sempre foi muito envolvida com a minha vida acadêmica;, comenta o morador do Sudoeste. O calouro de medicina comemorará o ingresso na UnB com amigos, parentes e uma visita ao bar Por do Sol, na 409 Norte.

3; lugar do Darcy Ribeiro
Argumento: 490,125 pontos

Camila se dedicava à preparação por cerca de 12 horas por dia O terceiro lugar do câmpus Darcy Ribeiro foi conquistado por Camila Pereira Oleskovicz, 20 anos, moradora do Guará, também aprovada em medicina. A jovem comemora o início do sonho de infância: tornar-se médica. Camila estudava 12 horas por dia, fazendo aulas no cursinho Único, durante dois anos e meio. Outro ingrediente essencial para a aprovação foi o apoio de familiares e amigos. ;Todos me ajudaram bastante, torceram por mim e sempre disseram que eu era capaz;, diz a ex-aluna do Sigma. Durante o 3; ano do ensino médio, Camila fez um passeio na UnB, para conhecer a universidade, o que a motivou ainda mais a estudar.

;Depois daquele passeio, eu me apaixonei mais pelo curso e tive certeza do que eu queria;, lembra ela, que finalizou o ensino médio em 2015. A rotina diária era pesada, dedicando a maior parte do tempo aos estudos. Pela manhã, ela frequentava o cursinho. No período da tarde, das 15h às 22h, estudava em casa. ;Muitas vezes, eu abria mão de me divertir;, diz. No tempo que tinha livre, a estudante ia ao cinema e praticava atividades ao ar livre. A estudante se sente realizada e pretende ser pediatra. ;Não sei nem o que dizer, estou me sentindo muito feliz por realizar o objetivo.; Camila sabia da dificuldade que envolve passar num curso de medicina, então sempre foi estudiosa, desde criança. ;Quem tem o sonho de ser médico e sabe que é isso que quer deve continuar estudando e persistindo. Jamais deixe ninguém desacreditar dos seus sonhos;, ensina.

1; lugar de Ceilândia
Argumento: 300,375 pontos

Bianka estudava 12 horas por dia Bianka Mota Barros, 21 anos, é a primeira colocada do câmpus Ceilândia. A rotina de estudos era incessante e a aluna dedicava cerca de 12 horas por dia à preparação para o vestibular. O esforço se estendia também aos fins de semana, com resolução de simulados. No tempo livre, ela frequentava a igreja e assistia a filmes e seriados. A persistência foi recompensada com a aprovação em farmácia. ;Estava em casa e vi o resultado pelo site. Estou bastante feliz. Não imaginava que eu passaria em uma colocação tão boa assim;, comemora a moradora de Ceilândia. Filha de farmacêuticos, a jovem, que fez cursinho no Único, tinha o sonho de cursar medicina. ;Minha primeira opção era medicina, mas quando saiu o SisUnB, vi que minha nota não dava;, afirma.

A influência do ambiente em que cresceu, já que os pais tem uma farmácia, e a identificação com os números fizeram Bianka apostar em outra carreira. ;Tenho mais facilidade com a área de exatas. Esse curso era uma possibilidade também. Vou assumir a vaga. Não pretendo trocar;, assegura. A estudante terminou a educação básica no Centro Educacional Católica de Brasília e conta que o mais difícil na prova não foram os conteúdos, mas administrar a ansiedade. ;A pressão foi o mais complicado. Era uma questão mais psicológica;, relata. Antes de ser aprovada, ela fez três vestibulares, mas achou este mais fácil pelo nível de conteúdo que acumulou. Para Bianka, que estudava durante os três períodos do dia, o segredo da aprovação é dedicar um tempo mínimo aos livros. ;É preciso estudar ao menos cinco horas por dia, fazer muitos exercícios e simulados, além de resolver provas anteriores;, orienta.

1; lugar do Gama
Argumento: 305,340 pontos

Gabriel se dedicava aos estudos enquanto havia energia O primeiro colocado do câmpus Gama tem apenas 16 anos e sequer terminou o ensino médio. Aluno do 3; ano do Colégio Olimpo de Águas Claras, Gabriel de Oliveira foi aprovado em engenharias e, apesar da boa notícia, não pretende assumir a vaga. Tudo isso por causa do grande sonho: medicina. ;Fiquei muito feliz porque isso prova que o trabalho está dando certo, mas vou continuar estudando para tentar medicina;, afirma. Gabriel fez as duas primeiras etapas do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e fará a terceira este ano, mas acredita que as notas não serão suficientes para ser aprovado em medicina. Assim, uma nova estratégia está em ação. ;Meu plano é passar pelo Sisu na UnB ou na Escs (Escola Superior de Ciências da Saúde), por serem mais perto de casa;, ressalta.

Por estar na metade do último ano, o estudante fez o vestibular como experiência e se surpreendeu com a ótima colocação. ;Eu esperava passar, mas em primeiro lugar do câmpus Gama foi uma surpresa;, conta. A aprovação veio após uma prova que ele considerou difícil pelo tempo dado para solucionar as questões, sobretudo na parte de matemática. ;Faltava pouco tempo para resolver muitos itens com cálculos;, aponta. Filho de uma professora universitária de português e de um coordenador de serviços, Gabriel se destaca em matemática e física. Sempre muito estudioso, ele conta que duas etapas na vida escolar foram fundamentais para colher bons resultados. ;A partir do 8; ano do ensino fundamental, eu tive um suporte maior para estudar essas áreas de que gosto, mas a verdadeira mudança foi no meio do 2; ano do ensino médio, quando percebi que o tempo para as provas estava se aproximando e precisava estudar com mais foco;, lembra.

Averso a rotinas engessadas de estudos, o estudante tentava variar os períodos de dedicação de acordo com o cansaço. ;Eu estudo até ficar esgotado, depois paro e vou fazer outras coisas.; Gabriel concentrava esforços na resolução de exercícios, porque assim conseguia aprender a matéria e traçar estratégias para melhorar nos conteúdos em que não estava indo tão bem. Adepto dos exercícios físicos, ele descansava a mente praticando esportes, principalmente o futebol. ;Eu gosto muito de jogar futebol e videogame e de ver filmes. Variava entre eles;, conta. A fórmula para a aprovação, segundo ele, é prestar atenção às aulas e anotar o que os professores falam. ;Manter uma rotina de estudos é importante, mas as pessoas não devem se ater a essas amarras que as escolas colocam. Cada pessoa é diferente. Tem de trabalhar em cima das dificuldades pessoais;, orienta.
*Estagiários sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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