Tayanne Silva*
postado em 19/08/2018 16:50
Reunindo lições que aprendeu em mais de 30 anos de carreira na área de recursos humanos, no Brasil e nos Estados Unidos, Sergio Piza escreveu seu primeiro livro: O enigma da liderança. O lançamento traz dicas sobre como ser um líder, tanto para novatos quanto para quem trabalha em funções de comando faz tempo. Graduado em administração com MBA pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o paulista trabalha, atualmente, como diretor de gente e gestão, comunicação e TI da Klabin (atua na função de planejar, organizar as atividades de desenvolvimento organizacional). É ainda conselheiro da Simbiose, consultoria em atração e gestão de talentos. Antes disso, atuou em instituições como Claro, Kraft Foods, Philip Morris e Ford. Essa última, do ramo automobilístico, foi uma das primeiras experiências de Sergio, entre 1986 e 1994. ;Gostei da ideia de trabalhar nessa empresa, e a vaga era em recursos humanos. Fui entender o que era RH após iniciar minha carreira lá e logo me apaixonei;, lembra.
Como surgiu a ideia e o que motivou a escrever o livro?
O principal propósito foi tentar retribuir à sociedade tudo o que eu aprendi na minha vida profissional. A forma que eu encontrei foi ajudar e ensinar, principalmente, as pessoas que estão no início de carreira. Eu compartilho minhas histórias e o conhecimento que adquiri ao longo dos anos com o objetivo de fazê-las refletir sobre futuro que terão no mercado. A ideia também é que elas pensem bem nas próprias escolhas para que reflitam quem realmente são e o que acontece na vida delas. A minha expectativa é de que os leitores possam se desenvolver e se tornar bons líderes.
Qual a explicação para o título da obra?
Para explicar o motivo, terei de contar uma história da mitologia grega. Um homem chamado Édipo queria ir para Tebas, cidade guardada pela Esfinge. A Esfinge era uma criatura que devorava todos que não soubessem responder o enigma: ;Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?;. Édipo conseguiu desvendar: ;É o homem!” É uma leitura simples. O que Sófocles, autor da tragédia grega, queria dizer com a frase: ;O amanhecer é a criança engatinhando, entardecer é a fase adulta, que usamos ambas as pernas, e o anoitecer é a velhice que usa a bengala;. O amanhecer é de onde vim; durante o dia é quem eu sou; e, à noite, para onde vou. Que é o processo de autoconhecimento! O enigma, para mim, é você ter coragem de decifrar seu propósito, ou seja, a si mesmo. Para ser um bom líder é necessário ter essa valentia!
Qual é a sua definição de liderança?
Eu procuro mostrar que um líder não precisa ser sobre-humano ou super-herói! Ele não pode ser narcisista, achar que é o centro de tudo e só prever resultados para si, sem pensar no coletivo. Basta compreender as visões psicodinâmica (relacionamento interpessoal, convivência) e a sistêmica (como independência para atingir um objetivo comum). Isso só se aprende sabendo escutar as pessoas e se conhecendo. Qualquer um pode fazer isso! Você não nasce sendo um líder, aprende a ser um.
No livro o senhor diz que há um risco de derrapagem profissional aos 35 anos? O que esperar dessa idade?
O que acontece nessa idade é que as pessoas estão no meio da carreira. Elas ficam muito ansiosas porque é um momento de muitas dúvidas. Será que vou crescer profissionalmente? Eu atingi meus objetivos? O que fiz de errado? É necessário ter uma grande capacidade de reflexão para conseguir entender se há uma razão para esse sentimento de aflição. O importante é que os profissionais vejam o que fizeram e deixaram de fazer para crescerem profissionalmente. Caso a pessoa não tenha essa capacidade de reflexão ou de autoavaliação, pode receber ajuda de amigos, líderes, coaches.
Existe solução para quando alguém percebe que fez uma escolha errada na vida profissional?
Sim! Quando fazemos uma opção equivocada, temos de entender que não existe isso! Devemos mudar essa percepção em relação ao erro. Na verdade, você pode tirar um aprendizado dessa experiência, olhar isso de forma positiva, em vez de encarar como sofrimento. Os equívocos são grandes oportunidades de conhecimento e podem fazer você ser uma pessoa melhor. O importante é tirar uma boa lição disso e não ficar chorando pelos cantos. Eu cometi vários erros durante a minha jornada, mas todos foram bons porque, a partir deles, adquiri mais conhecimento.
O que é preciso para fazer boas escolhas?
Algumas pessoas têm o privilégio de ter um dom e escutar aquela vocação. A maioria precisa refletir e experimentar até descobrir. Para fazer melhores opções: pense em quem você admira, em filmes e peças de teatro que te cativam, livros que chamaram sua atenção. Comece a avaliar o que, nessas experiências, te motiva a fazer algo de melhor.
"Eu procuro mostrar que um líder não precisa ser sobre-humano ou super-herói! Ele não pode ser narcisista, achar que é o centro de tudo e só prever resultados para si, sem pensar no coletivo;
Leia!
O enigma da liderança
A narrativa dá dicas essenciais para líderes e, principalmente, jovens profissionais de qualquer ramo do mercado que estão começando uma jornada no mundo corporativo. O autor aborda temas como gestão de carreira, compreensão e experiências práticas, o novo papel do líder e a diferença que ele pode fazer na sociedade atual. O executivo de negócios e especialista em gestão de talentos usa as experiências pessoais para ajudar e compartilhar o que sabe com o público.
Autor: Sergio Piza
Editora: Editora Évora
200 páginas
R$ 49
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa