postado em 28/10/2018 13:33 / atualizado em 19/10/2020 17:55
Em um mundo globalizado e conectado, as distâncias parecem diminuir, e experiências internacionais se tornam mais comuns e também valorizadas, constituindo um salto na carreira. Especialmente quando a temporada no exterior envolve capacitação. Para muitos, estudar fora parece um sonho impossível, especialmente por questões financeiras. Um ano de graduação na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, por exemplo, custa cerca de R$ 175 mil. Isso sem contar material didático, alimentação... Juntando tudo, seriam necessários cerca de R$ 270 mil. No entanto, são muitas as chances de participar de uma formação em outro país de graça ou gastando muito menos, graças às bolsas de estudos, oferecidas por universidades, ONGs, órgãos públicos e uma diversidade de entidades mundo afora.
Se o seu objetivo é agarrar uma chance dessas, a boa notícia é que há vários editais com inscrições abertas. Este é o momento ideal para tentar uma série de seleções: o fim do ano é o período em que boa parte das universidades estrangeiras lançam programas do tipo. “As oportunidades são inúmeras e espalhadas por todo o mundo. Cabe ao estudante traçar uma meta e escolher o destino e as condições necessárias”, orienta Bruna Amaral, proprietária do site Partiu Intercâmbio, que recebe mais de 700 mil visitas por mês. “O segundo semestre do ano costuma ser cheio de oportunidades. No entanto, às vezes, o período durante o qual os editais ficam abertos e o tempo para conseguir toda a documentação exigida podem se tornar um problema se você não iniciar a preparação bem antes”, observa. Segundo ela, a onda das bolsas continua até maio, mas nada de se acomodar! “O interessante é começar a buscar oportunidades o quanto antes, até mesmo para você saber o que existe na sua área e é exigido.”
A grande quantidade de editais abertos agora se deve ao processamento das candidaturas. “Na Europa e na América do Norte, o ano letivo começa entre setembro e outubro. Assim, os programas têm bastante tempo para selecionar bolsistas, e os candidatos também têm tempo suficiente para correr atrás dos trâmites burocráticos de estudar fora, como visto”, afirma. Para participar, claro, não basta vontade: em geral, exige-se domínio do inglês e, dependendo da nação, de alguma outra língua. As seleções são bastante competitivas, então toda a bagagem profissional e educacional do candidato contará. Em muitos casos, é necessário apresentar certificados internacionais de competência linguística — o que demanda tempo e dinheiro. É fundamental avaliar, além dos critérios de admissão, objetivo, duração e valor do programa.
Requisitos
Segundo Denis Fadul, gerente da empresa de intercâmbio World Study, em Brasília, o primeiro passo é ter nível de inglês avançado. A falta desse requisito pode barrar muitos candidatos. “A língua é o principal elemento, e o aluno não tem que simplesmente falar, precisar provar que sabe. Por exemplo, na Alemanha, há muitas instituições gratuitas, mas exigem que você saiba o idioma, ou pelo menos o inglês”, conta. A dica é buscar se aprofundar na língua fazendo cursos. Outro impasse é a falta de planejamento financeiro. “A pessoa tem que ter uma noção de quanto vai gastar e se programar pelo menos com um ano de antecedência”, completa Fadul, engenheiro de computação. Afinal, mesmo com bolsa de estudo, pode haver custos, por exemplo, de alimentação, xérox e livros. Segundo a coordenadora de conteúdo da Fundação Estudar, Nathalia Bustamante, é fundamental que o aluno pesquise antecipadamente sobre as instituições de ensino.
“Ele deve se questionar se essa é a melhor universidade para o perfil dele. Não adianta, por exemplo, escolher o melhor local de ensino para a área e ser infeliz.” Após essa etapa, ela destaca que é essencial comparar as opções de graduação, pesquisando metodologias de ensino, oportunidades de projetos extracurriculares e experiência de vida no país. Estados Unidos, Canadá, Austrália, Irlanda, Nova Zelândia estão entre os países pelos quais os brasileiros mais se interessam. Denis Lacerda explica que essas escolhas têm a ver com a facilidade com a língua inglesa e privilégios, como acomodação. “Em outros países, nem sempre a bolsa está vinculada à residência. Então, no caso dessas, o deslocamento é apenas no câmpus.” A adaptação também é um fator importante apontado pelos especialistas. De acordo com Nathalia Bustamante, cada pessoa tem um nível diferente de adequação, que depende de fatores como fluência no idioma e dificuldades de superar as diferenças de costumes.
“Para o idioma, a melhor dica é ter uma preparação antecipada, treinando bastante. Quanto à adaptação cultural, um caminho importante é aprender a olhar para si mesmo mais do que para o que o país tem a oferecer. Entenda o lado do outro, seja curioso e tolerante”, comenta. O diretor do Santander Universidades, Steven Assis, reforça que estudar em outro país pode transformar a perspectiva do jovem com relação ao mundo. “A pessoa estará em outro contexto, longe do país, da família, em um ambiente onde vai aprender não só academicamente, mas absorverá outro contexto cultural”, explica. Desde 2005, a instituição que ele representa ofertou mais de 290 mil bolsas de estudo (nas modalidades estágio, graduação, pós-graduação e empreendedorismo) em 20 países. Em novembro deste ano, devem ser ofertadas 100 oportunidades. Os selecionados podem escolher entre 1.200 universidades em nove nações. “Com uma experiência internacional, o estudante sai transformado e se diferencia de outros candidatos em um processo seletivo de emprego. Claro, se ele se dedicar lá fora”, explica o administrador.
Fortificando sua carreira
Se estudar fora proporciona uma série de experiências de vida, imagine para a capacitação profissional. A coordenadora de conteúdo da Fundação Estudar, Nathalia Bustamante, esclarece que, a partir do momento em que o jovem estabelece contato com outras culturas e outros métodos de estudo e trabalho, passa a ser mais bem-visto no mercado. “O objetivo é que essa pessoa, ao entrar no ambiente de trabalho, seja vista como alguém com formação completa. Mais do que isso, uma experiência fora demonstra vontade de se desenvolver na carreira, o que faz as empresas valorizarem esse jovem ainda mais”, explica. Segundo ela, em um processo seletivo, ter formação no exterior aparece como diferencial.
Além disso, a fluência em um idioma estrangeiro pode aumentar a média salarial entre 10% e 15%, observa Nathalia. A coordenadora também ressalta como ganhos importantes a melhora no desempenho acadêmico e profissional e o amadurecimento. “Essas experiências são terreno fértil para a evolução de habilidades socioemocionais, como saber lidar com outras pessoas e ter visão aberta para sugestões e mudanças”, destaca. Para Denis Fadul, as experiências que as universidades de fora proporcionam também devem ser levadas em consideração pelo estudante. “As instituições investem fortemente no aluno. Há chances de se engajar com trabalhos voluntários e elaboração de projetos científicos, o que gera interesse para multinacionais.”
Palavra de especialista
A visão dos patrões
Um empregador busca em um profissional, seja ele de qual cargo for, não só conhecimentos, mas habilidades, atitudes, criatividade e inovação. Quando a pessoa passa por uma experiência de estudo ou trabalho em outro país, acaba tendo percepções em relação ao mundo e à sociedade ampliadas. Esse profissional passa a ter uma visão diferente e toma decisões que podem gerar melhores resultados para a empresa. Esse olhar distinto permite, principalmente, que ele aprenda a lidar com as diferenças dentro de uma organização, já que teve vivências com culturas variadas e isso é muito avaliado pelos gestores na hora de contratar. Além disso, existe a questão do aprimoramento do conhecimento profissional, pois, em outra nação, você tem a oportunidade de aprender e melhorar o idioma estrangeiro, o que agrega muito ao currículo. O trabalhador que estudou fora, ao voltar e ser empregado, pode dar uma série de sugestões de gestão dentro da instituição, justamente por ter sido ensinado de outra forma, em outro lugar. Uma dica que dou para pessoas que estão pensando em ter essa experiência em outro país é buscar aproveitar a oportunidade em várias frentes que não só a acadêmica, ou seja, procure intercâmbios, cursos e projetos que agreguem trabalho, estudo e conhecimento cultural. Prática nesses três módulos é essencial e, nesse momento de escassez de emprego, pode se tornar o diferencial em um momento de seleção.
Débora Barem, professora do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em administração de pessoas
Proficiência comprovada
Para estudar fora, não basta dizer que sabe inglês ou outro idioma. É necessário provar. E, para testar esses conhecimentos, instituições mundo afora exigem aprovação em avaliações renomadas. Cada universidade opta por um exame diferente, então é importante analisar qual fazer de acordo com suas faculdades de escolha. Conheça as principais certificações:
Testes de idioma
Toefl (Test of English as a Foreign Language, ou Teste de Inglês como Língua Estrangeira)
Avalia a capacidade de usar e compreender o inglês no nível universitário, além de testar o nível do aluno em combinar as habilidades de ouvir, ler, falar e escrever. Mais de 10 mil instituições de ensino superior, agências e outras instituições em mais de 130 países aceitam as pontuações do Toefl. Se não for aprovado, o candidato pode refazer o exame quantas vezes quiser, mas não pode fazer mais de uma vez em um período de 12 dias. As inscrições custam R$ 215. Confira as instituições que aplicam e outras
informações em.
Ielts (International English Language Testing System, ou Sistema Internacional de Avaliação na Língua Inglesa)
Assim como o anterior, também é usado para medir o nível de inglês de uma pessoa, avaliando as capacidades de ouvir, ler, escrever e falar. O exame é administrado pela Universidade de Cambridge, pelo British Council e pela IDP Education Pty Ltd. Há duas versões: a acadêmica, para quem pretende se matricular em uma universidade de língua inglesa; e voltada para experiências de trabalho ou formações não acadêmicas. A prova tem quatro seções: listening, reading, writing e speaking. As universidades mais competitivas geralmente requerem uma nota de 7 ou 8 pontos no Ielts (cuja pontuação máxima é 9). Para fazer o exame, é preciso pagar cerca de R$ 840. Em Brasília, as provas são aplicadas na Cultura Inglesa, na Casa Thomas Jefferson e na Eikon Idiomas.
Mais informações:
Dele (Diplomas de español como Lengua Extranjera, ou Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira)
Se o seu destino for um país de língua espanhola, o exame mais comum é o Dele, que é o teste oficial de avaliação do grau de fluência em espanhol. O Instituto Cervantes é a instituição responsável pelos exames no Brasil, e a Universidade de Salamanca é a responsável por elaboração, correção e classificação final. O teste é dividido em seis níveis, mas para cursar uma graduação em uma universidade de língua espanhola é preciso ter o diploma C1 (um dos mais avançados). O valor para fazer o exame varia. Neste ano, a taxa do C1 é de R$ 341.
Inscrições:.
Delf (Diplôme d’Études en Langue Française, ou Diploma de Estudos em Língua Francesa) e Dalf (Diplôme Approfondi de Langue Française, ou Diploma Aprofundado de íngua Francesa)
Esses são os testes oficiais de proficiência em francês. Eles são aplicados pela entidade oficial, que é a Aliança Francesa. A avaliação se divide em duas classificações: Delf, entre o A1 e B2, e Dalf para os níveis C1 e C2. O A1 é o nível mais elementar, enquanto o C2 é o mais avançado. Para cursar graduação em uma universidade de língua francesa, é preciso em geral ter o diploma B2. O valor do exame varia de acordo com o nível. O do B2 custa R$ 280.
As inscrições podem ser feitas no site.
TestDaF (Test Deutsch als Fremdsprache , ou Teste de Alemão como Língua Estrangeira) e Goethe-Zertifikat
Para estudar em uma universidade de língua alemão, na Alemanha, na Suíça ou na Áustria, por exemplo, é preciso apresentar o TestDaF nos níveis B2 ou C1. Em Brasília, o responsável pela aplicação é o Goethe-Zentrum Brasília. O investimento é de cerca de R$ 550. Outra opção é o Goethe-Zertifikat, também oferecido pelo Goethe, nos níveis B2 (R$ 440) ou C1 (R$ 500). Informações:
goethebrasilia.org.br.
Testes de nível médio
Se você vai cursar pós-graduação em outro país, em geral, só precisa apresentar provas de que fez um curso de nível superior. Já se seu objetivo é ingressar numa graduação, aí você tem de passar em exames específicos que certificam o ensino médio. Confira alguns dos principais testes:
SAT (Scholastic Aptitude Test)
É um dos testes de admissão mais comuns dos EUA, administrado pelo College Board. O exame tem o objetivo de avaliar os conhecimentos e habilidades de raciocínio crítico do aluno em três áreas: matemática, linguagem e interpretação de textos e escrita. Para se inscrever,
acesse o site.
Gmat (Graduate Management Admission Test)
Teste padronizado usado em todo o mundo para medir o potencial acadêmico para cursos de pós-graduação em negócios e administração. Inscrições:
www.mba.com.
ACT (American College Test)
Outro teste aceito na maioria das universidades dos EUA. A prova é composta por quatro seções: inglês, matemática, interpretação de texto e raciocínio científico.
Inscrições:
Oportunidade para se preparar
Com o objetivo de apoiar jovens a cursarem graduação em uma universidade fora do país, o programa da Fundação Estudar Prep Estudar Fora oferece monitoria e orientação de profissionais para auxiliar nessa trajetória. Ao todo, são ofertadas 40 vagas. Para participar do programa, o candidato deve estar no penúltimo ou no último ano do ensino médio, ter excelente desempenho escolar e notas altas, ter histórico de participação relevante em atividades extracurriculares e ser fluente em inglês. As inscrições estão abertas até 9 de dezembro e podem ser feitas por meio do
site:
Os aprovados receberão auxílio gratuito de mentoria, orientação sobre a candidatura e ajuda financeira em partes do processo, se necessário. O programa abrange todas as fases da seleção na universidade estrangeira, que em geral é mais complexa que a de uma instituição brasileira e envolve prova escrita, testes, entrevistas, redações, análise de experiência extracurricular e outras etapas. O Prep oferece, ainda, apoio para a realização de exame de proficiência em inglês, dicas para incrementar o desempenho nas provas e auxílio na tomada de decisão sobre curso e faculdade mais adequados ao perfil individual do jovem.
Com o objetivo de apoiar jovens a cursarem graduação em uma universidade fora do país, o programa da Fundação Estudar Prep Estudar Fora oferece monitoria e orientação de profissionais para auxiliar nessa trajetória. Ao todo, são ofertadas 40 vagas. Para participar do programa, o candidato deve estar no penúltimo ou no último ano do ensino médio, ter excelente desempenho escolar e notas altas, ter histórico de participação relevante em atividades extracurriculares e ser fluente em inglês. As inscrições estão abertas até 9 de dezembro e podem ser feitas por meio do
site:
Os aprovados receberão auxílio gratuito de mentoria, orientação sobre a candidatura e ajuda financeira em partes do processo, se necessário. O programa abrange todas as fases da seleção na universidade estrangeira, que em geral é mais complexa que a de uma instituição brasileira e envolve prova escrita, testes, entrevistas, redações, análise de experiência extracurricular e outras etapas. O Prep oferece, ainda, apoio para a realização de exame de proficiência em inglês, dicas para incrementar o desempenho nas provas e auxílio na tomada de decisão sobre curso e faculdade mais adequados ao perfil individual do jovem.
Eles chegaram lá
Confira relatos de pessoas que conseguiram ter uma experiência fora com bolsa
Prestes a realizar um sonho
Mateus Holanda, 17 anos, garantiu uma bolsa de estudo no exterior após procurar ajuda de uma agência de intercâmbio. O estudante do 3° ano do ensino médio do Centro Educacional Leonardo da Vinci aguarda ansioso a chegada do mês de janeiro de 2019 para embarcar para a Universidade Campbellsville, em Kentucky, nos Estados Unidos, onde cursará, por quatro anos, psicologia. Foi por meio do desempenho no basquete que o jovem foi privilegiado com 66% de desconto no curso. A conquista é a realização de um sonho de infância. “Desde pequeno, eu sempre me dediquei e treinei muito para alcançar uma bolsa. É muito gratificante ver o resultado do trabalho que fiz”, comenta. Para ter esse benefício, o jovem enfrentou uma série de etapas, como envio de documentos, avaliação prática e prova de inglês.
Mateus viajou por 10 dias para os EUA. Desse período, oito dias foram dedicados aos jogos de basquete, quando ele foi avaliado por técnicos de todo o país. “Eles queriam saber se a gente sabia lidar com os integrantes. Por exemplo, em uma situação de perder o jogo, verificavam se tínhamos maturidade para passar bem pela situação.” O adolescente participou de dois times de basquete do Distrito Federal: Minas Tênis Clube e Time Lance Livre. “Eu treinava de duas a três vezes por semana, cerca de duas horas a cada treino, o que me ajudou bastante.” Apesar de ter recebido mais de 50% de desconto para estudar fora, o brasiliense teve de se preparar financeiramente. Com a aprovação, ele pôde escolher entre mais de 12 opções de bolsas, analisando a que melhor se encaixava no orçamento. “Levei em consideração a qualidade do esporte, a estrutura, o ensino e quanto vou precisar pagar. As instituições americanas são muito caras. Então, o desconto foi primordial”, conta.
A melhor experiência da minha vida!
Formada em ciências biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutora em bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Simone Nardin, 35 anos, teve a experiência de estudar por seis meses na Universidade da Califórnia. O que a gaúcha define como “os melhores momentos da vida” dela. A bolsa de doutorado veio depois da submissão de um projeto de hipóxia-esquemia neo natal à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2011. O primeiro passo foi buscar um orientador do mesmo assunto. “Eu enviei e-mail para mais de cinco pesquisadores e todos me responderam. Isso foi muito importante para mim, porque a gente acha que ninguém vai dar bola”, conta. Após conversas, ela foi selecionada para passar seis meses na Califórnia. “A bolsa poderia ser até de um ano, mas, no meu caso, fiquei só seis meses porque tinha que defender a tese do aqui no Brasil.” Auxílio-moradia, passagem aérea e o curso foram custeados pela Capes. Para se manter por lá, a pesquisadora ainda desembolsava cerca de US$ 400 por mês, o que equivale a R$ 2.604.
“Consegui viver tranquilamente. Não gastava com transporte, pois aluguei um quarto em um apartamento perto da universidade, então ia a pé.” Essa foi a primeira vez de Simone no exterior. “A Califórnia tem uma diversidade cultural que aqui no Brasil falta muito. Lá, a gente aprende a conviver com o outro”, explica. O investimento em pesquisa e inovação também é bem diferente. “A gente encomendava um reagente químico, por exemplo, e, em três dias, tinha chegado. E tive resultados melhores no que diz respeito a experimentos.” Para ela, manter o contato internacional é fundamental. “Até hoje converso com meus colegas de lá e orientadores. Isso é importante para fazer trabalhos em conjunto. Precisamos internacionalizar a ciência, pois assim ela só tende a crescer”, acrescenta. Atualmente, a mestre em bioquímica toxicológica está vinculada ao Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) da Capes e orienta alunos no laboratório de biologia na Universidade de Brasília (UnB).
Em busca de reconhecimento nacional
Rodrigo Curi, 29 anos, está nos Estados Unidos desde 30 de agosto. O economista foi privilegiado com uma bolsa de doutorado em economia das mudanças climáticas na Universidade da Califórnia em San Diego. O brasiliense explica que estudar em outro país sempre foi um sonho. “A pesquisa em impactos econômicos e sociais das mudanças climáticas é um campo novo para mim, mas me interesso por isso desde a graduação e estou gostando muito.” A concessão da bolsa foi por meio da Fulbright e pela Capes. “Quando tomei a decisão de estudar fora, procurei primeiramente conversar com meu orientador, elaborar um projeto e achar um professor que pudesse me dar uma carta de referência ou ‘aceite’ na universidade”, afirma. A Fullbright arcou com custos de passagens, bolsa, moradia, seguro-saúde, entre outros.
“Estou há dois meses aqui e enxergo mais além de tudo isso. Acho que uma experiência dessas muda a sua visão de mundo, a visão com relação a você mesmo e ao outro, à sociedade como um todo.” O economista conta ainda que a adaptação foi um impasse apenas no primeiro mês. “Estava empolgado com a viagem, mas é muito diferente quando você vai como turista e quando vai sabendo que tem que construir algo e que vai ficar mais tempo.” A esperança do jovem, quando voltar ao Brasil, é se inserir no mercado de trabalho com sucesso. “Nosso país passa por um momento econômico complicado, e eu realmente não sei o que esperar para quando retornar. Mas hoje já me sinto mais capacitado, com apenas um mês do programa. Tenho avançado bastante no meu conhecimento técnico e científico e acho que as empresas vão valorizar isso”, acredita.
Em alta
Cresce número de pessoas que decidem estudar no exterior
Pesquisa da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta) revelou que o mercado brasileiro de educação estrangeira cresceu 23% em 2017, alcançando 302 mil estudantes pela primeira vez. O investimento em um curso no exterior também aumentou 12%. No total, o brasileiro movimentou entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões em programas educacionais internacionais no ano passado. Embora o inglês e o espanhol apareçam como as línguas mais procuradas, o estudo revelou maior desconcentração de mercado. Idiomas como alemão, francês, italiano e, até mesmo japonês e mandarim ganharam participação. A qualidade de vida do país está entre os principais critérios de escolha de país apontados pelos estudantes, que também levam em consideração segurança, cotação da moeda e cultura local. Praticamente um a cada quatro estudantes viajaram para o Canadá (23%), o primeiro colocado entre 39 destinos. Em seguida, aparecem Estados Unidos (21,6%), Reino Unido (10,2%), Nova Zelândia (6,9%) e Irlanda (6,5%).
Apesar de a maior parte dos brasileiros procurarem nações cujo idioma é o inglês, os que resolvem romper essa barreira linguística e decidem passar um período na Europa optam cada vez mais pela Alemanha. Estudo da agência de intercâmbio Study.EU revelou que esse é o país europeu mais atraente para alunos internacionais. O ranking, que avalia universidades em 30 países europeus, indicou Reino Unido na segunda posição, e França, na terceira. A oferta de cursos de qualidade sem cobrança de mensalidades e o crescimento do número de cursos ministrados em inglês está entre alguns dos atrativos que levam os alunos a preferirem as instituições alemãs. A classificação considerou ainda as perspectivas oferecidas aos jovens internacionais que desejam permanecer no país depois do fim da graduação: o país permite que os estudantes estrangeiros permaneçam com um visto em busca de emprego até 18 meses após a conclusão do curso.
Tira dúvidas para estudar no Canadá
Esse é o país que mais recebe brasileiros. Quer estudar lá? Veja o passo a passo da agência de intercâmbio eTA do Canadá
O que é preciso?
Para fazer graduação ou pós-graduação em um dos países considerado um dos mais receptivos do mundo, é necessário que o candidato seja fluente no idioma, além de ter uma boa base de preparo na área em que vai estudar.
O que é exigido?
Para comprovar a fluência em inglês, o participante tem de fazer a prova do sistema de avaliação na língua inglesa internacional (Ielts ou Toefl). Também exigem-se boas notas e cartas de recomendação de professores e empregadores.
Quanto vou gastar?
O órgão canadense responsável por estatísticas sobre população e economia registrou que estudantes internacionais pagam 13.160 dólares canadenses por ano em uma pós-graduação, cerca de R$ 37.561.
Como posso conseguir uma bolsa de estudo?
As bolsas podem ser parciais ou integrais. Algumas instituições cobrem também alimentação e material escolar, dando preferência a candidatos de baixa renda e com excelente potencial acadêmico.
Oportunidades
Confira bolsas de estudos com e sem inscrições abertas
Buscadores de bolsa de estudos Estudar Fora
O que oferece: dicas de como se preparar para estudar fora, informações sobre bolsas de estudos, histórias inspiradoras de quem chegou lá, o programa pré-universitário Brasa (que visa auxiliar alunos brasileiros que desejam cursar graduação ou pós-graduação nos Estados Unidos ou na Europa, mostrando o passo a passo de quem já chegou lá) e curso de inglês on-line.
Site
Partiu Intercâmbio
O que oferece: dicas para quem quer estudar no exterior ou procura bolsa de estudos pelo mundo.
Site
Hotcourses
O que oferece: banco de dados para conferir bolsas de estudo de mais de 15 países.
Site
Scholarships
O que oferece: banco de pesquisa de bolsas de estudos de acordo com o seu perfil (é preciso preencher um formulário bem completo com informações pessoais, acadêmicas, artísticas/atléticas, histórico, notas, entre outras; para que o buscador disponibilize oportunidades que combinam com você).
Site
Travemalte
O que oferece: opções de estudo e trabalho no exterior.
Site
Entidades que oferecem bolsas de estudo Chevening
O que oferece: bolsas de pós-graduação, mestrado e MBA no Reino Unido
Como se inscrever: até 6 de novembro no site
Pré-requisito: ter nível superior, excelente desempenho acadêmico e perfil de liderança
Governo da Austrália
O que oferece: especialização, mestrado e doutorado
Como se inscrever: até 15 de novembro no site
Pré-requisito: ter nível superior e certificado de proficiência em inglês
Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD)
O que oferece: bolsas de pós-graduação em artes cênicas, dança, artes plásticas, design e cinema
Como se inscrever: até 30 de novembro no site
Pré-requisito: ser recém-formado ou estar no último ano da graduação em universidade brasileira, comprovar proficiência na língua em que é ministrado o curso escolhido, que pode ser alemão ou inglês
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
O que oferece: bolsas de mestrado
Como me inscrever: até 30 de novembro no site
Pré-requisito: ter até 40 anos de idade e ter mestrado em áreas de resolução de conflitos, diálogo intercultural, meio ambiente ou tecnologias da comunicação e informação
Erasmus Mundus
O que oferece: bolsas de graduação sanduíche, pós-graduação (mestrado completo, mestrado sanduíche, doutorado completo, doutorado sanduíche) e pós-doutorado na Europa
Como se inscrever: até 1° de dezembro no site
Pré-requisito: falar inglês, ter excelentes notas e bom currículo
Fulbright
O que oferece: doutorado nos Estados Unidos
Pré-requisito: estar matriculado em curso de doutorado no Brasil, ter proficiência em inglês e apresentar cartas de recomendação
Governo da Irlanda
O que oferece: bolsas de graduação, mestrado e doutorado
Como me inscrever: em março no site
Pré-requisito: no geral, para participar é necessário enviar cartas de recomendação, testes de proficiência em inglês (como TOEFL e IELTS) e histórico acadêmico
Fundação Estudar
O que oferece: bolsas de estudos em cursos de graduação completa no Brasil, intercâmbio acadêmico de graduação ou duplo diploma no exterior, graduação completa no exterior ou pós-graduação no exterior e auxílio
Como se inscrever: todo mês de março no site
Pré-requisito: ser brasileiro, ter de 16 a 34 anos e estar matriculado ou em processo de aceitação na universidade desejada
Governo do Japão
O que oferece: bolsas de graduação
Como me inscrever: junho de cada ano no site
Pré-requisito: ter de 17 a 24 anos, ensino médio completo até dezembro deste ano, fluência em inglês ou japonês e bom histórico escolar
Global Rhodes
O que oferece: bolsas de graduação
Como me inscrever: período de agosto no site
Pré-requisito: ter entre 18 e 24 anos, bom currículo, perfil de liderança e ser graduado em qualquer curso
Ibero-Americanas / Santander Universidades
O que oferece: bolsas de intercâmbio para alunos de graduação
Como me inscrever: de março a setembro no site
Pré-requisito: cursar alguma graduação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
O que oferece: bolsas de doutorado, pós-doutorado, professor visitante e cátedra
Como se inscrever: no primeiro semestre de cada ano no site
Pré-requisito: apresentar plano de pesquisa e toda a documentação necessária à comissão de seleção de candidatura em sua instituição
Fundação Carolina
O que oferece: 648 bolsas de estudos na Espanha destinadas a estudantes latino-americanos para cursos de pós-graduação
Como se inscrever: todo primeiro semestre no site
Pré-requisito: ter nível superior
Fundação Lemann
O que oferece: bolsas de estudos para pós-graduação (mestrado, MBA e doutorado) em áreas como educação, políticas públicas, saúde pública e economia
Como se inscrever: no site
Pré-requisito: ter nível superior
IE Intercâmbio
O que oferece: intercâmbio de estudo, trabalho e viagens
Como se inscrever: anualmente no site
Pré-requisito: varia de acordo com o programa
Aliança Russa
O que oferece: bolsas de graduação, mestrado, doutorado e curso de verão na Rússia
Como se inscrever: anualmente no site
Pré-requisito: ter concluído o ensino médio (para graduação) ou ter concluído o ensino superior (para pós-graduação)
Governo da Coreia do Sul
O que oferece: bolsas de graduação
Como se inscrever: anualmente no site
Pré-requisito: ter cidadania brasileira e pais brasileiros, menos de 25 anos de idade, excelente domínio da língua inglesa, diploma do ensino médio e estar entre os 20% de melhores alunos da escola
Universidades em Portugal
O que oferece: bolsas de graduação por meio da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)
Pré-requisito: ter concluído o ensino médio e ter bom desempenho no Enem
Universidades Graduação
Pearson College London, em Londres
Inscrições: até hoje (28) no <a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJFeHRlcm5vOiBodHRwOi8vd3d3Lmlicy1zcC5jb20uYnIvIiwibGluayI6Imh0dHA6Ly93d3cuaWJzLXNwLmNvbS5ici8iLCJwYWdpbmEiOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiIiwibW9kdWxvIjp7InNjaGVtYSI6IiIsImlkX3BrIjoiIiwiaWNvbiI6IiIsImlkX3NpdGUiOiIiLCJpZF90cmVlYXBwIjoiIiwidGl0dWxvIjoiIiwiaWRfc2l0ZV9vcmlnZW0iOiIiLCJpZF90cmVlX29yaWdlbSI6IiJ9LCJyc3MiOnsic2NoZW1hIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IiJ9LCJvcGNvZXMiOnsiYWJyaXIiOiJfc2VsZiIsImxhcmd1cmEiOiIiLCJhbHR1cmEiOiIiLCJjZW50ZXIiOiIiLCJzY3JvbGwiOiIiLCJub2ZvbG