Trabalho e Formacao

Autores defendem: o mundo corporativo, agora, é dos doidos

Confira entrevista com Sergio Lopes e Luis Paulo Luppa, que escreveram livro sobre o assunto. Os loucos a que eles se referem são profissionais que arriscam, são diferentes, mas entregam resultados surpreendentes e os departamentos de RH têm começado a perceber isso

Samara Schwingel*
postado em 06/03/2019 14:00
O empresário Luis Paulo Luppa e o coach e consultor de gestão Sergio Lopes acreditam que os loucos geram mais resultados. Tanto que escreveram um livro sobre isso. Os autores destrincham um dos perfis mais controversos do universo corporativo: o do ;louco;. Só que o doido a que eles se referem difere do significado apresentado nos dicionários: trata-se de um profissional inconformado, curioso, por vezes, imprevisível, mas que, com isso, está um passo à frente dos concorrentes e entrega além do esperado. A publicação defende que pessoas diferentes geram resultados surpreendentes, por isso, é importante dar uma chance para os excêntricos que aparecem na equipe ou em entrevistas de emprego, pois eles podem ser mais efetivos que profissionais convencionais.
Luis Luppa e Sergio Lopes
Esses trabalhadores exóticos não se deixam dominar pelo medo, em vez disso, o veem como desafio. A rejeição também não é problema: eles estão acostumados a ela; então, objeções se tornam parte do caminho e não os impedem de realizar. Por fim, o perfil traçado na obra é de quem aprendeu a converter a loucura em criatividade e entusiasmo. No passado, o colaborador louco era cortado na hora ou era visto como prejuízo, como um tipo que punha a empresa em risco. No entanto, arriscar também pode gerar bons resultados. E as firmas perceberam isso, portanto, passaram a buscar pessoas que não se encaixam nas velhas estruturas hierarquizadas na hora de contratar também.

Com o surgimento de novas tecnologias e de uma sociedade cada vez mais crítica, os departamentos de RH agora buscam colaboradores que saibam pensar fora dos padrões. Os autores chegaram a essas conclusões a partir de ampla experiência corporativa. Fundador da empresa de coach Performance Total, Sergio Lopes trabalha há mais de 35 anos com recursos humanos, liderança, pessoas e processos. Luis Paulo Luppa, diretor da Trend Operadora, empresa de turismo ligada à CVC, é diplomado em direito, pós-graduado em marketing e é autor de outras obras, como O vendedor Pitt Bull, que vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares.
Confira entrevista com os autores:

Quem são os profissionais diferentões citados no livro?

Sergio: Para nós, os loucos chegam a resultados acima do esperado, entregam mais que 100% do seu potencial constantemente. Pesquisando mais a fundo, descobrimos que eles têm três características principais: propósito claro, sabem quem são e o que vão deixar de legado; e buscam sempre aprimorar o conhecimento. Esse é um conjunto de competências que os diferencia dos demais. Partimos da ideia num primeiro momento de pessoas comuns, mas convivemos muito com pessoas diferentes. Então, tomamos a liberdade de citar loucos conhecidos por todos, que tinham essas características diferentes.

Luis Paulo: O objetivo central do livro nasceu de experiências ao longo da carreira, observando que as pessoas que se destacavam eram corajosas, preparadas e de muita atitude. Uma atitude alinhada com a coragem. Não eram pessoas preocupadas na maneira em como seriam vistas, mas, sim, com resultados. Você pode ser louco por amor e por comida, por que não pelo trabalho?

Como tem sido a reação dos leitores?

Sergio: A obra chegou às livrarias há pouco. Vamos fazer um movimento de divulgação a partir deste mês. Ainda assim, percebemos que o livro tem sido bem-recebido.

Luis Paulo: Tenho visto uma resposta muito boa. É interessante, pois é o primeiro livro sobre gestão de pessoas que escrevo. O retorno que recebo é de inspiração, pessoas que se sentem inspiradas a mudar. Eu lamento que o lançamento tenha sido em um período ruim para as livrarias no Brasil e a obra ainda não tenha recebido a visibilidade que merece.

O que vocês aprenderam enquanto escreviam?

Sergio: Quando estou atuando, trabalho de forma mais mecânica. Ao escrever o livro, começamos a refletir e a materializar conceitos e princípios que colecionamos ao longo da vida e a estruturá-los. Foi um aprendizado para reforçar aquilo enmque acredito e compartilhar o que aprendi.

Luis Paulo: Muito! Eu adoro escrever, quando você escreve, pode apagar e começar de novo e isso te faz pensar. Eu aprendi a dissecar essas pessoas de sucesso e a ativá-las.

Como o livro pode ajudar os leitores?

Sergio: Além de ajudar o profissional de RH a identificar os loucos, queremos mostrar para os gestores como eles devem lidar com esses talentos. Além disso, mostramos alguns caminhos para o profissional sair do lugar comum e se destacar. Acreditamos que, mesmo aqueles que não possuem essas características podem desenvolvê-las. Lembrando que o excesso de loucura é ruim e prejudicial.

Luis Paulo: Ajuda em dois pontos principais. O primeiro objetivo é sacudir a cabeça do corporativista de RH. Aquele que rejeita pessoas fora do padrão. É necessário entender que o único padrão que existe é o do sucesso. Esse era o objetivo principal, ajudar o profissional a perceber um louco e não deixá-lo passar. O segundo ponto é tentar mexer com as pessoas e fazê-las perceber que a transformação vem de dentro para fora. O louco é autossuficiente, ele não espera as coisas acontecerem.

Leia!

Confira entrevista com Sergio Lopes e Luis Paulo Luppa, que escreveram livro sobre o assunto. Os loucos a que eles se referem são profissionais que arriscam, são diferentes, mas entregam resultados surpreendentes e os departamentos de RH têm começado a perceber isso

Os loucos geram mais resultados
Autores: Luis Paulo Luppa e
Sergio Lopes
Editora: Resultado
139 páginas
R$ 29,90
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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