Trabalho e Formacao

Conheça histórias dos primeiros colocados do PAS para o 2º semestre

Os estudantes que tiveram as melhores notas dos câmpus Darcy Ribeiro e Ceilândia descrevem rotina de estudos

Paula Beatriz*, Tayanne Silva*
postado em 22/03/2019 18:48

Os nomes dos 1.820 estudantes convocados para estudar na Universidade de Brasília (UnB) foram divulgados pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) nesta sexta-feira (22). Entre eles, destacam-se os aprovados em primeiro lugar. Conheça alguns desses campeões:

Medalha de ouro no Darcy Ribeiro

No 3º ano do ensino médio, Letícia se dedicava aos estudos todos os dias, inclusive aos fins de semanaA vitória de Letícia Luzardo Starling, 18 anos, é dupla: ela não só passou para medicina, como também conquistou o primeiro lugar geral do câmpus Darcy Ribeiro. ;Acho que minha ficha ainda não caiu, estou muito feliz e com muita expectativa;, conta. A moradora da Asa Norte fez o ensino médio no Colégio Pódion, tendo aulas das 7h15 às 16h30. Mesmo tendo carga horária de aula extensa, Letícia ainda ficava na sala de estudos da escola até as 21h30 todos os dias, estudando.

;No início do ensino médio, eu fazia muito resumo, só que a matéria era muito extensa e eu não estava conseguindo acompanhar. No terceirão, decidi priorizar fazer e refazer vários exercícios. Foi isso que me ajudou a entender melhor os conteúdos;, explica. Filha de uma advogada e de um engenheiro, ela elegeu biologia como sua matéria preferida. "Ver e estudar os seres vivos é incrível para mim. Entender os processos que acontecem no nosso organismo é muito legal;, completa.

A jovem sempre optou por uma preparação individual, mas gostava de trocar ideias com colegas. ;Particularmente, eu preferia estudar sozinha. Só que meus amigos sempre ficavam para estudar depois da aula como eu. Então, acabava que cada um estudava no seu canto e, quando surgiam dúvidas, a gente conversava;, complementa. Sempre cercada de muitos amigos, Letícia conta que a companhia deles foi fundamental ao longo do ensino médio. ;Estar com pessoas que têm o mesmo propósito de vida é sempre muito bom. Os meus amigos gostavam de estudar como eu, então sempre tinham as mesmas programações que as minhas;, afirma.

Letícia com amigos que faziam companhia nos momentos de estudo

A rotina de estudos era intensa e, no 3; ano, Letícia estudava inclusive aos fins de semana, tendo o apoio da amizade nesses momentos. "A gente marcava de ir para a escola aos sábados e aos domingos para estudar. Então, acabava que não ficava pesado estudar todos os dias;, explica. Tanto esforço compensou: o argumento final de Letícia foi de 171,9 pontos no Programa de Avaliação Seriada. Na primeira etapa, tirou 66,8 pontos na parte objetiva e 9,7 pontos na redação. Na segunda, conseguiu 73,1 e 9,3 pontos, respectivamente. Na terceira etapa, foram 73 pontos nas questões e 9,8 pontos no texto.

Letícia quase não teve tempo de lamentar o fato de não ter sido aprovada para estudar na UnB no primeiro semestre de 2019. ;Fiquei um pouco triste, mas não muito, porque consegui entrar no primeiro semestre na Escs (Escola Superior de Ciências da Saúde);, relata. "Na Escs, o método de ensino é mais prático, o que foi diferente para mim. A gente estuda sozinho e tem a parte prática com a supervisão dos professores;, explica.

Apesar de estar gostando da experiência, Letícia decidiu que vai deixar a instituição a fim de se matricular na UnB. ;Conversei com os meus pais e achamos melhor porque fica mais perto da minha casa;, explica. A estudante conta que, desde criança, teve muita curiosidade pela área da saúde. ;Eu gostava de assistir ao programa Emergências médicas, transmitido por canais de TV a cabo. Isso sempre despertou uma vontade de ajudar o próximo de forma mais direta;, observa.

O campeão do câmpus Ceilândia

Eduardo comemora o resultado com a mãe, Marli Barroso de Moura (à esquerda)Eduardo Mendes Moura, 17 anos, estudou no Colégio Impacto CoC, em Brazlândia, e foi o primeiro colocado do câmpus Ceilândia. Ele passou para enfermagem por ampla concorrência. O morador de Águas Claras ficou orgulhoso com o resultado do PAS, mesmo que não seja a graduação que ele, de fato, desejava. ;Eu queria medicina porque é meu sonho desde que comecei a pesquisar sobre a profissão. Além disso, gosto das áreas biológicas e acho muito interessante entender as ações do corpo humano. É uma área que sempre me chamou atenção;, afirma.

Filho de uma pedagoga e de um atendente, Eduardo estudava cerca de 15 horas por dia. ;No 1; ano, estudava sozinho. No 2; ano, fiz cursinho particular. No 3;, fiz cursinhos on-line. Além de estudar na escola, fiz provas anteriores, exercícios, anotações, revisei o conteúdo e assisti a videoaulas", relata. Na escola, o estilo de Eduardo era de um aluno quieto. "Eu não atrapalhava as aulas e prestava atenção ao que o professor dizia;, conta, satisfeito.

Eduardo assumirá a vaga de enfermagem com o objetivo de poder aproveitar as disciplinas em comum com o curso de medicina, para o qual continuará estudando. ;Vou tentar transferência. Caso não consiga, continuarei a me preparar para o vestibular de 2019;, observa. O fato de não ter passado para medicina, mas, sim, para enfermagem, não tira a alegria de Eduardo. ;Eu criei muita expectativa de passar, sabe? Eu vi o esforço dos meus três anos reconhecido: é a minha recompensa! Eu me sinto muito orgulhoso;, comemora.

O jovem conta que redação e gramática eram as disciplinas com as quais mais tinha dificuldade. Já de biologia e física, ele sempre gostou. Apesar de ter foco nos estudos durante o ensino médio, ele usava os fins de semana para passar tempo com a família e os amigos. ;Eles entendiam que eu precisava me dedicar à prova. Mesmo quando e eu e meus colegas de sala marcávamos uma saída, sempre acabávamos discutindo os assuntos que poderiam cair na prova. Ah, eles passaram no PAS também!”, comemora.

Na primeira etapa, Eduardo tirou 35 pontos na prova e 5,8 na redação. Na segunda etapa, foram 44 pontos na prova e 7,1 na redação. Por fim, na terceira etapa, conseguiu 38 e 6,6 pontos, respectivamente. O argumento final dele foi de 43,37 pontos.

*Estagiárias sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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