Trabalho e Formacao

Entenda o mercado de trabalho dos aplicativos

O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho

Thays Martins
postado em 21/04/2019 13:52
A tecnologia invadiu de vez o cotidiano e tem mudado tudo, inclusive as relações de trabalho. Quantos aplicativos você tem no seu celular? É bem provável que pelo menos conheça alguns famosos e que eles facilitem sua vida em algum sentido. Esses apps são uma nova forma de negócio que têm feito muita gente ver ali uma oportunidade de empreender. E mais: há aqueles que dão a chance de a pessoa trabalhar, como os aplicativos de serviço de transporte e de entrega.
Márcio Batista, coordenador do Carona Phone
Essa indústria movimenta mais de US$ 3 bilhões por ano no Brasil com anúncios, segundo um levantamento feito pela plataforma de mensuração de aplicativos AppsFlyer. Atualmente, existem mais de 2,6 milhões de aplicativos disponíveis só na Play Store. De acordo com Francesco Simeone, diretor da Logan Media Brasil, o sucesso dos aplicativos se dá por eles suprirem necessidades diárias. ;O número de apps aumenta a cada ano. Eles conseguem preencher nossas quatro principais necessidades. Se usamos um de delivery, atendemos a fisiológica. Se pagamos uma conta com um aplicativo de banco, é satisfeita a de segurança. Com um de namoro, suprimos a de afiliação e por último ao compartilhar uma foto no Instagram estamos atendendo a de reconhecimento;, exemplifica.
Rafael Valentin, CEO do OSucateiro.com
Por isso, não é de espantar que o brasileiro ocupa o terceiro lugar quando o assunto é tempo gasto na internet. Por dia, ele gasta uma média de nove horas conectado. Segundo Francesco, o crescimento exponencial na quantidade de aplicativos se dá pela facilidade de criar um. ;Todas as tecnologias têm se popularizado. Se a gente pensar em um site, antes era preciso pagar alguém para fazer. Agora, por meio do Wix, por exemplo, você faz um rápido e de forma gratuita. Hoje, ter um aplicativo é muito mais simples do que há cinco anos. Existem códigos abertos, mas obviamente é preciso ter conhecimento;, ressalta.

O empreendimento no meio virtual

André Hirohito: jogo contra zika

Já observou a quantidade de carros que andam com um único passageiro? Foi olhando para isso que estudantes da Universidade de Brasília (UnB) vislumbraram a possibilidade de um negócio. Assim que surgiu o Carona Phone. O app é uma forma de carona inteligente, em que os usuários se cadastram tanto para receber quanto para dar caronas. ;A ideia era oferecer a carona, principalmente, entre a comunidade acadêmica, mas acabou se expandindo;, explica o coordenador da startup, Márcio Batista, 37 anos. Com o projeto há dois anos sendo usado, o desafio agora é conseguir ganhar dinheiro com ele.Como o aplicativo é gratuito para os usuários, a ideia é fazer parcerias com empresas que querem usar a plataforma.

Para tirar o projeto do papel, porém, ele ressalta que não foi barato. ;É necessário ter uma fonte de recursos financeiros. Não é um trabalho simples. A gente conseguiu por meio de um edital do Fap/DF (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal), além de recursos próprios;, lembra.

Para monetizar


Outra forma de conseguir monetizar é por meio da publicidade. Esse é o caminho que o aplicativo PACSCRAP seguirá. Criado pela empresa OSucateiro.com, o app tem como intuito ajudar as pessoas, o governo e as empresas a fazerem o descarte correto de lixo, ao mostrar onde cada item deve ser depositado. ;Começamos a entender que o lixo pode ser 100% reaproveitado, mas no Brasil só 3% é. Isso é jogar R$ 17 bilhões no lixo. A solução que encontramos foi organizar a oferta para assim surgir a demanda;, explica Rafael Valentin, CEO da OSucateiro.com. Agora, a empresa está na fase de negociar com prefeituras para fazer parcerias com elas para o uso do aplicativo. Isso não gerará despesas para o governo, já que a ideia é gerar lucro por meio de publicidade.

De olho na indústria mobile


O mercado de jogos é outro que cresce a cada dia. A Pesquisa Games Brasil revela que 84,3% dos entrevistados disseram jogar em smartphones. Interessado nesse mercado, André Hirohito, 25 anos, graduado em tecnologia em jogos digitais pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), criou um jogo de realidade aumentada e áudio 3D. ;Quando chegou a época da campanha do Zika Zero, vi a oportunidade de fazer um jogo com o intuito da conscientização;, explica.

O jogo é um simulador em que o jogador tem como objetivo acabar com os mosquitos da dengue. Assim que ele consegue acertar um dos mosquitos, aparece um banner com a escrita que mostra que só matar o mosquito não acaba com a Zika e dá um link para a página do Ministério da Saúde. ;Com um pouco de estudo de lógica de programação, fica tranquilo criar um aplicativo. Hoje, tem muitas ferramentas que facilitam esse trabalho, como o Unity, App Inventor e a Unreal;, diz.

Como sobressair


As ideias ilustradas aqui são algumas dentre várias que surgem todo dia. Assim como no empreendedorismo tradicional não são todos os aplicativos que conseguem sucesso. Para se destacar entre os milhares de apps, Francesco explica que é preciso ter uma ideia que sobressaia. ;Comece a se interrogar quais são as exigências do mercado que você tem que atender. A internet serve a nichos.

A pessoa procura aquilo que ela não pode comprar na esquina de casa. Então, é preciso identificar uma falha e propor uma solução que seja simples;, ressalta. ;Por que o Tinder faz tanto sucesso? Se você vê as primeiras comunidades de encontro até chegar nele é perceptível a simplificação;, exemplifica.

Outro ponto no qual ele recomenda atenção é o quanto as propagandas são direcionadas ao usuário de forma personalizada. ;Cada vez mais, as pessoas não querem ser interrompidas com publicidade que elas não queiram ver. Ela tem que ser sempre bem-vinda;, dá a dica.

A questão empregatícia


Não é só criando aplicativos que é possível entrar nessa onda, não. Os apps de serviço têm sido uma nova forma de renda para muita gente. A Uber, por exemplo, tem mais de 600 mil motoristas cadastrados. E agora, a empresa também abriu o leque para motociclistas e ciclistas com o serviço de entrega de comida. A nova forma de trabalho está se tornando tão comum que já tem até nome: gig economy, que nada mais é do que uma economia freelancer sob demanda.

Uma dessas pessoas é o Gabriel Baltazar, 21 anos. O estudante de gestão de desenvolvimento de software no Instituto Federal de Brasília (IFB) foi um dos primeiros brasilienses a se associar a Uber Eats em julho de 2018.
Gabriel Baltazar, aluno do IFB, em busca de renda extra
;Eu vi que era uma boa forma de ganhar uma renda extra. E, além disso, ainda faço exercícios;, diz ele, que trabalha fazendo entregas de bicicleta. O estudante relata que no início era mais fácil conseguir lucro. Agora, devido à grande concorrência, ficou um pouco mais complicado. ;Eu tive que dobrar meu horário de trabalho;, afirma. O jovem faz as entregas no horário de almoço e à noite. Geralmente, para se associar a esses aplicativos de serviços, há algumas exigências, como idade, que a pessoa tenha veículo e a ficha limpa. Além disso, quem presta o serviço paga uma taxa para a empresa associada e ainda é tributado. No caso do DF, é incidido o imposto de 1% em cada corrida.
Phellipi: bico até obter vaga na Aeronáutica
Phellipi Nathan, 18 anos, faz entregas de Uber Eats há um mês. ;No momento, eu estou esperando ser chamado para Aeronáutica. É difícil conseguir emprego sem reservista, a solução que eu encontrei de ganhar dinheiro para ajudar minha família financeiramente foi esse serviço;, conta. ;Se você trabalhar firme e o dia todo, você irá ganhar bem. E o bom disso é que as viagens são pagas semanalmente. A desvantagens desse trabalho é que você acaba pagando para trabalhar: passagens, conta do celular, equipamentos, consertos;,relata.

Lei da Uber


A lei de 2016 regulamentada em 2017, estabelece critérios para que serviços de transporte individual sejam prestados. São feitas exigências como vistoria periódica, idade mínima e ficha limpa dos motoristas. É dessa forma também que se pode fazer a tributação de 1% sobre o valor de cada corrida.

A questão trabalhista


A grande questão é que esse tipo de serviço ainda tem pouca regulamentação e abre brecha para que muitos direitos que um empregado com carteira assinada tem não sejam cumpridos.

Para o advogado Rodrigo Bruno Nahas, essas pessoas, na verdade, são microempreendedoras e, por isso, a relação de trabalho é diferenciada e deve ser entendida como tal. ;É uma parceria comercial. Não há subordinação direta, não tem horário definido e essas pessoas pagam uma taxa de 20%. Ou seja, eles estão vendendo o serviço deles em parceria com a Uber, a 99 POP; Eles são donos da própria empresa, então não pode ser visto dentro da ótica trabalhista;, ressalta. Por isso mesmo, ele destaca que há um certo risco para ambas as partes. ;É preciso que a legislação aceite essas novas formas de relações para não inviabilizar novas formas de trabalho;, defende.

Apesar do crescimento na quantidade de pessoas ofertando esse tipo de serviço nos últimos anos, Rodrigo acredita que a tendência é que, assim que a economia melhorar, esse número diminua, apesar da quantidade de usuários aumentar. ;Em um momento de crise cresce, porque é uma válvula de escape. Você vê muito engenheiro, advogado trabalhando como Uber;, lembra. Além disso, ele ressalta a importância de um debate acerca de uma legislação nacional, apesar de ele mesmo ser contra muita interferência do Estado. ;Eu só fã do universo da inovação e acho que tudo que vier para restringir a livre iniciativa, prejudica. Mas é necessário padrões mínimos de segurança. Uma legislação pode agregar, porque não há um padrão. Por enquanto, temos tributações em âmbito municipal e estadual, então em cada lugar é de um jeito;, afirma.

Conheça aplicativos que apresentam soluções para o dia a dia

O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho

Esens ; transforma livros de não ficção em resumos. > esensapp.com


O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho
Fake Off ; criado por alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), funciona como uma plataforma comunitária de combate a notícias falsas. > apple.co/2OFnfwY


O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho
Nova Pet ; feito por alunos de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Anhanguera de Santo André é um Tinder para cachorros. Ajuda os donos de cães a encontrarem o par ideal para seu animal de estimação. > bit.ly/NovaPetApp
O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho
Zauty ; os usuários podem agendar serviços de beleza como: manicure, pedicure, design de sobrancelha, sete tipos de massagem, depilação masculina e feminina, maquiagem, cabeleireiro e barbearia. > www.zauty.com
O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho
Qranio ; O aplicativo oferece a Trilha do Enem, que utiliza um método de espaço e repetição para aproveitar ao máximo o efeito de espaçamento e validam que foi aprendido com testes que visam fortalecer o conhecimento, antes que o usuário venha a esquecê-lo. > www.qranio.com
O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho
Venuxx - tem como proposta conectar exclusivamente mulheres (passageiras e motoristas) > www.venuxx.com

Conheça aplicativos para vender produtos



Para ganhar dinheiro


Fazer negócios por meio de apps

Gerson: crescimento do comércio eletrônico em meio à crise

No meio digital, outra possibilidade é a criação de lojas on-line. Se procurar, tem de tudo. Até estabelecimentos que são físicos e que se arriscam no ambiente virtual. Outras utilizam de plataformas pré-existente para vender seus produtos, como o Enjoei, ebay, e até o Instagram. Para o consultor do Comitê de Varejo Online da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) e CIO da Vecto Mobile, Gerson Rolim, há uma grande tendência no crescimento desse segmento no meio virtual.

;Mesmo durante a crise econômica, o comércio eletrônico tem crescido. Este ano, a estimativa é de que o setor cresça 15% em relação ao ano passado. As empresas estão se digitalizando e o mobile cresce a passos ainda mais velozes;, prevê ao destacar o fato de que 69% dos brasileiros usam a internet por smartphone. ;Temos percebido que o e-commerce vem se posicionando como a segunda maior fonte de renda para o empreendedor e para o empregado;, ressalta.

Para quem quer investir no meio digital, ele ressalta a importância de pensar na tecnologia para o celular. Seja por meio de um site seja de um aplicativo. ;O site precisa ser responsivo, isto é, precisa se adequar ao formato da tela. E é preciso pensar no celular primeiro.; Agora, apesar das vantagens dos apps, ele ressalta que esse é um investimento caro e que corre o risco de ele ser só mais um entre as milhares de opções na App Store. ;Um simples aplicativo pode custar em torno de R$ 50 a R$ 80 mil. E é preciso investir bastante em marketing, porque diferentemente do site, o app precisa ser baixado;, faz o alerta.

O aspecto jurídico


Antes de mais nada, o advogado Rodrigo Bruno Nahas recomenda que o interessado em abrir uma startup tenha cuidado com as questões jurídicas. ;É muito importante que esteja bem claro quem são os investidores e quais as obrigações, para não ter problema na hora de vender a startup ou monetizá-la. É preciso ter segurança jurídica para captar novos investidores, então é importante ter um modelo societário que garanta que a participação deles esteja resguardada;, explica. ;Além disso, é muito importante está preparado para o Marco Civil da Internet e para a Lei Geral de Segurança de Dados, quanto à forma como irá explorar os dados dos usuários.

Internet não é terra de ninguém
O Marco Civil da Internet é uma lei que existe desde 2014 e regulamenta o uso da internet no Brasil. Ela prevê princípios, garantias, direitos e deveres para os usuários da rede. Mais recentemente, foi sancionada a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei n; 13.709/2018), que regula as atividades de tratamento de dados pessoais na internet. Dessa forma, a legislação estabelece a forma como os dados dos cidadãos podem ser tratados e prevê punições para excessos.

Três perguntas para

O mundo virtual tem se tornado uma forma de achar novas formas de gerar renda e driblar o desemprego. Para críticos, porém, as empresas de entrega representam a precarização do trabalho

Ludmila Costhek Abílio, doutora em ciências sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, é pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), na Faculdade de Economia da Unicamp, onde desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre desenvolvimento, atuais políticas de austeridade e as transformações do trabalho no Brasil; assim como pesquisa correlacionada sobre a uberização do trabalho, com enfoque no trabalho dos motofretistas na cidade de São Paulo.

Esse trabalho sob demanda é uma tendência?
Olhar para o motorista de Uber, para o motoboy é um tendência global. Por isso, estamos falando sobre uberização do trabalho. Esse é um futuro próximo possível. É como se esses trabalhadores mostrassem o que está por vir. Talvez, por isso , que a Uber seja um fenômeno mundial. A reforma trabalhista é um grande exemplo de incentivo à uberização.

O que seria a uberização do trabalho?
A uberização é transformar o trabalhador em um empreendedor, empresário de si próprio. Eles não contam com nenhum direito e proteção. Esse não é um caminho de glorificação. Não deveríamos nem chamar de empreendedores e, sim, de autogestores. Ele decide para qual aplicativo vai trabalhar, quando se vai comprar um carro ou uma bicicleta. Mas, ao mesmo tempo, ele está subordinado a uma plataforma. De fato, é transformar o trabalhador em alguém disponível, que é usado de acordo com a demanda.

Isso aumenta a precarização do trabalho?
A gente vem vendo várias formas de precarização do trabalho. Se você conversar com o trabalhador, ele, inicialmente, vê vantagem. Por exemplo, para o motoby, quando os aplicativos entraram no mercado. Para ele, foi um caminho para se libertar das terceirizadas, que já vinham precarizando o trabalho. Ele vai ganhar mais, vai ter autonomia, não tem patrão. Com o tempo, vários motoboys vão aderindo e a concorrência aumenta, novos aplicativos entram no mercado e aí começa-se a rebaixar o valor da força de trabalho. Eles não conseguem se unir para não aderir a um aplicativo que está pagando baixo demais. É uma batalha. Por isso, temos que estar muito atentos a essa tendência, ainda mais no momento político em que estamos, que está fazendo uma defesa claríssima do estímulo ao empreendedorismo. A gente fala muito da opção do trabalhador, mas isso obscurece a realidade do mercado de trabalho, em que a maior parte dos trabalhadores vive com menos de um salário mínimo.

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Confira dicas para acertar
Plano de dados ; aplicativos que não gastam do plano de dados do usuário fazem mais sucesso, porém esse é um investimento caro a ser feio
Atendimento on-line ; tem que ter canais de interação rápida, como um chat
Integração com apps bancários ; isso facilita pagamentos e dá mais segurança ao usuário
Login social ; assim não é preciso fazer um cadastro, somente usar o perfil do Facebook
Funcionalidade ; não pode demorar mais de três segundos para carregar
Fonte: Gerson Rolim, consultor do Comitê de Varejo Online da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) e CIO da Vecto Mobile

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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