Trabalho e Formacao

Produções brasilienses com um pezinho lá fora

O foco do mercado de jogos é internacional. Há empresas e profissionais do DF trabalhando em games que, por aqui, são praticamente desconhecidos, mas que, no exterior, têm milhões de usuários. E é do resto do mundo que vem a maior parte do dinheiro do setor, que só cresce

postado em 02/06/2019 04:29
Brasília, Recife e Porto Alegre têm cena fortíssima de games desde a década passada %u201D
Sandro Manfrine, presidente da Abragames

Quando você pensa no mercado de jogos digitais, que tipo de profissionais vêm à sua mente? Cientistas da computação, desenvolvedores e especialistas em tecnologia da informação são só uma parte dos diferentes perfis que compõem o setor, que tem espaço também para ilustradores, designers, músicos, dubladores, tradutores, roteiristas, administradores, gestores de projetos, auxiliares de produção e vários outros tipos de trabalhadores. É o que destaca Jane Blandina da Costa, analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). ;Para construir um jogo, é preciso de profissionais de diferentes áreas. Muitas das equipes, inclusive, atuam a distância, com trabalhadores atuando por projetos, sendo que um profissional pode estar alocado para mais de um projeto em diferentes cidades do Brasil e do mundo;, explica.

;Já existem, no país, algumas faculdades que estão inserindo cursos de desenvolvimento de games.; Para os fissurados em games que planejam fazer disso uma carreira, a boa notícia é que as perspectivas têm sido bastante positivas para a área, que conta com cada vez mais reconhecimento por parte do mercado financeiro e do governo.
Igor Brandão, gestor da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), observa que o setor tem registrado expansão nas exportações. ;A gente teve um aumento de US$ 3 milhões no volume de exportação só no ano passado. Esperamos fechar este ano com o setor tendo lucro em torno de US$ 28 milhões;, afirma. São números expressivos, segundo ele, porque o mercado é novo em exportação, começou apenas em 2013 de forma mais consistente.

Polos de destaque

A Abragames (Associação Brasileira das Empresas Desenvolvedoras de Jogos Digitais), a Apex e o antigo Ministério da Cultura promoveram, no ano passado, o segundo censo para identificar a realidade do setor de jogos no Brasil. Sandro Manfrine, presidente da Abragames, comemora os resultados. ;No primeiro, foram 133 empresas respondentes. No segundo, feito ano passado, foram 276, mais que o dobro;, informa. Um achado importante da pesquisa são os polos nacionais com destaque. ;Brasília, Recife e Porto Alegre têm uma cena fortíssima de games desde a década passada, desenvolvendo para consoles;, cita.

;Algo positivo é que a indústria não está concentrada no eixo Sul-Rio de Janeiro-São Paulo, que é o que ocorre na maior parte do mercado de produção visual;, destaca. Luiz Eduardo Rezende, diretor de Empreendedorismo Cultural da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania (antigo Ministério da Cultura), também ficou positivamente surpreso com essa descoberta. ;Na região Centro-Oeste, houve crescimento de 173% na formalização de empresas voltadas para a área de games. O Norte também tem se destacado nesse ramo, com o maior crescimento, chegando a 350% na evolução de formalização;, cita.

Visibilidade lá fora
Em todo o mundo, as empresas de desenvolvimento de jogos costumam formatar seus produtos para que possam ser aproveitados em outros países. Assim, é comum que games brasileiros sejam feitos em inglês, para facilitar o consumo externo. ;Temos acesso ao público mundial mais fácilmente. Com esse acesso facilitado, não faz sentido criar um título apenas para o Brasil. É natural que o faturamento dos jogos brasileiros não venha do nosso país: ele vem de fora;, explica Sandro. No entanto, ele acredita que o mercado interno poderia valorizar mais os produtos nacionais.

;Os brasileiros precisam dar cada vez mais atenção aos produtos nacionais. Tem o que melhorar e acredito que é um processo, porque visibilidade é uma condição fundamental para vendas;, afirma. Apesar de o governo e empresas estarem começando a investir mais nas produtoras de jogos nacionais, Sandro defende que esse foco seja ainda maior. ;A indústria criativa é um dos melhores investimentos que o país pode ter. Não há robotização, é criativa e mais fácil que a produção de cinema. Vejo isso como de importância para o país como um todo. Se o Brasil fomentar esse tipo de indústria, ele só ganhará mais para a frente;, argumenta.

Luiz Eduardo Rezende, diretor de Empreendedorismo Cultural da Secretaria Especial da Cultura, concorda. E ele observa como a área de jogos ganhou importância para o setor público. ;O entendimento é de que o poder público não precisa atrapalhar, mas, sim, possibilitar o desenvolvimento desse mercado e fomentar parte do trabalho;, afirma. ;A gente entende a economia criativa, incluindo o mercado de jogos, como um vetor excelente de desenvolvimento, por usar matéria-prima infinita: a criatividade;, diz.

Apoio para exportar
A Apex promove produtos e serviços brasileiros no exterior e atrai investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Foi em 2014 que a agência percebeu a força que esse mercado estava adquirindo no país. ; Criamos uma parceria com a Abragames (Associação Brasileira das Empresas Desenvolvedoras de Jogos Digitais) para apoiar as empresas do ramo;, conta.

;De lá pra cá, saímos de um projeto na casa de 33 beneficiados para 130 empresas em quase cinco anos de projeto funcionando;, aponta. A Apex, em parceria com a Abragames e o antigo Ministério da Cultura, promoveram a segunda versão do censo que tem objetivo de mapear o setor em solo nacional. ;O objetivo é entender dinâmica, perfil do jogo, mercados atingidos, mão de obra, demandas, o que precisa ser preenchido por essas agências que estão desenvolvidas no mercado;, explica. O projeto de exportação da Abragames, o Brasil Games, é promovido em parceria com a Apex.

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*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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