Brenda Silva*
postado em 29/07/2019 14:00
A Faculdade do Gama da Universidade de Brasília (FGA/UnB) tem mais de 2 mil estudantes de engenharias e apenas 11 anos de existência. Mesmo assim, seu destaque no exterior acompanha o de outros câmpus. Exemplo disso é que a Equipe de Robótica Aérea (Edra) foi aceita para participar de evento mundial de drones este ano.
A 11; International Micro Air Vehicle Competition and Conference (Imav) ocorrerá na Universidad Politécnica de Madrid, na Espanha, entre 29 de setembro e 4 de outubro. Entretanto, os custos da viagem e de construção da aeronave pilotável a distância são altos, e o grupo procura apoio financeiro. A programação na Espanha incluirá três dias de palestras e dois de desafios de desenvolvimento de microveículos aéreos.
[SAIBAMAIS]A equipe brasiliense Edra disputará na modalidade outdoor (ao ar livre) em um aeródromo de Madri. O time terá de construir um drone autônomo. O veículo deve ser capaz de mapear um campo aberto, além de identificar e transportar objetos sem a interferência humana. A estudante de engenharia eletrônica Alessandra Maia, 23 anos, espera uma competição difícil. ;O projeto para o Imav tem tarefas que a gente nunca fez antes;, conta. Leonardo Miranda, 18, entrou há pouco tempo na equipe e concorda. ;Na área de software, nós mexemos com inteligência artificial. É um desafio técnico muito grande;, explica o graduando em engenharia de software.
A Edra surgiu em 2016, a partir de um grupo de estudantes que tinham o objetivo de trabalhar com projetos de helicópteros. Pouco tempo depois, o foco do time mudou para veículos aéreos não tripulados, mais conhecidos como drones. Desde a criação, o time participou de duas seleções: a Competição Brasileira Universitária de Foguetes (Cobruf), em que foi campeã emérita em 2018, e a Annual Student Design Competition, em 2017.
Atualmente, a Edra conta com 19 membros, entre estudantes de engenharia aeroespacial, eletrônica, de energia e de software da FGA. ;É a menor equipe do câmpus. Conversamos bastante e saímos juntos;, relata Willian José, 19, que cursa engenharia aeroespacial. ;É legal ter convívio fora da universidade;, diz Gustavo Monteiro, 22, aluno de engenharia eletrônica.
Os integrantes revelam outro benefício: a complementação da formação acadêmica. ;Ninguém se forma integralmente só com as matérias. Na Edra, vemos conteúdos que não temos em sala de aula;, explica Rafael Araújo, 21, que faz a habilitação aeroespacial. Ele e Marcos Vinícius, 20, compartilham o mesmo curso e opinião: ;A formação é muito teórica e, na equipe, a gente coloca a mão na massa;. Foi com essa visão que Gabriel Teixeira, 22, entrou no time depois de seis semestres de engenharia eletrônica. ;Participar dessa competição já está sendo muito bom;, relata.
Corrida contra o tempo
Para participar do Imav 2019, a equipe submeteu um documento de pré-inscrição e recebeu a aprovação, por e-mail. ;É o momento que vemos o retorno das várias noites pesquisando e das reuniões em equipe;, conta Pedro Gabriel, 21, capitão da Edra e graduando em engenharia aeroespacial . Os estudantes estão com a mão na massa. Contudo, as peças para construir o veículo e as despesas da viagem ainda estão pendentes.
;A gente conseguiu descontos de peças, mas ainda precisamos de dinheiro;, afirma a ex-capitã Luísa Próspero, que também estuda a área aeroespacial e tem 22 anos. A equipe estima que os componentes necessários devem ser comprados até 19 de agosto para que o drone esteja pronto em, no mínimo, duas semanas antes do Imav 2019.
Colabore
A equipe Edra já está aprovada no Imav 2019, mas, para participar da competição, os estudantes precisam de R$ 35 mil. Até o momento, R$ 565 foram arrecadados, totalizando 1,61% do total. Além de patrocínio, o grupo busca apoio coletivo na vaquinha virtual no site vaka.me/591671.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa