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Diversas feiras de intercâmbio chegam ao DF em setembro

Eventos deste mês servem como guia para quem deseja passar uma temporada em outro país, além de concentrarem oportunidades. Confira a programação das convenções e organize-se para ir!

Millena Campello*
postado em 15/09/2019 15:48
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Quer fazer o tão sonhado intercâmbio e ainda não decidiu o país, a agência ou outros detalhes? Não sabe nem mesmo para onde deseja ir? Então, aproveite! Neste mês, Brasília recebe feiras de intercâmbio para ajudar a acabar com essas dúvidas de uma vez por todas. Nos eventos, você poderá trocar ideias com diretores das escolas estrangeiras, responsáveis por agências, consultores e ainda poderá assistir a palestras sobre temas diversos.
De acordo com a pesquisa Selo Belta, o país mais procurado pelos brasileiros para fazer intercâmbio é o Canadá. Em seguida, vêm Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia, segundo o estudo feito pela Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta). Você já sabe para qual país quer ir? E qual tipo de intercâmbio quer fazer? Cada feira que chega a Brasília em setembro tem um foco diferente; então, você pode ir a todas ou selecionar as que melhor se encaixarem no seu perfil.
Feiras são locais para troca de ideias entre expositores e interessados em experiências internacionais
Quer morar no Canadá e não sabe por onde começar? Esse é o evento para conhecer mais sobre imigração, carreira e trabalho no país. A feira é gratuita e será amanhã (16) no Grand Mercure Brasília, das 19h às 22h. Haverá ainda uma palestra, essa, sim, paga. Os ingressos custam R$ 80. ;Se você não é elegível para imigrar pro Canadá, a ExpoCanadá está aí para te ajudar a cuidar do processo para se tornar elegível;, explica Ed Santos, consultor de imigração regulamentado pelo governo canadense, ao falar do diferencial do evento. Ed ministrará a palestra e acredita que, geralmente, as pessoas que querem imigrar ou fazer intercâmbio estão perdidas por causa do excesso de informação que a internet proporciona.

Logo, elas começam a pesquisar e encontram dúvidas que nem tinham e dados de que nem precisavam. Por isso, ele adverte: ;Tomem cuidado com o lugar onde vocês estão buscando informação;. A palestra terá duração de duas horas. Nela, o consultor vai falar dos principais pontos do processo imigratório. Também é possível comprar uma consultoria com o profissional por R$ 599. Esse serviço é personalizado e dura uma hora. Para ele, o diferencial é que, nesse momento, ele pode tirar todas as dúvidas e guiar o cliente no processo que ;não é simples, nem fácil, mas é extremamente possível;.

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Eu fui!

Alexandre e Vanessa participaram de consultoria durante a feira ExpoCanadá com Ed Santos (ao centro), que os recpcinou ao chegarem ao país, em outubro do ano passado

Alexandre Furstenberger, 34 anos, é engenheiro de energia. Em 2016, resolveu que queria ter uma vivência internacional com a mulher, Vanessa Virgínio de Araújo, 39, graduada na mesma área. Os dois começaram a pesquisar países utilizando os critérios do idioma (só falavam inglês), oportunidade de imigração e valores. Foram para os Estados Unidos para ;turistar; e pesquisar. Chegaram a cogitar a Austrália. Quando chegaram ao Canadá, se apaixonaram à primeira vista. Depois de escolher o país, souberam da edição da ExpoCanadá de 2017 e resolveram acompanhar.

Segundo o casal, valeu a pena participar da feira. Depois disso, contrataram uma consultoria em novembro de 2017 para facilitar a ida ao país da América do Norte. A dupla ainda estava trabalhando no Brasil e não tinha muito tempo para lidar com a burocracia do visto de moradia. ;O consultor pedia os documentos, e a gente enviava;, conta Alexandre. Ele e Vanessa chegaram ao Canadá em 25 de outubro de 2018. Para Alexandre, migrar para o Canadá ;não é um empreendimento barato;, mas vale a pena.

Eles gastaram aproximadamente R$ 8,2 mil com tradução e validação de documentos, processamento do visto e exame de proficiência do idioma. Também investiram em aulas de inglês particulares, desembolsando cerca de R$ 4 mil. Com a mudança, gastou mais R$ 24 mil. Tudo isso, fora a consultoria e o valor que o governo canadense pede para ter disponível na conta bancária, que é de mais de US$ 12 mil por pessoa. Depois de tudo isso, o casal está bem estabelecido em Toronto. Alexandre é consultor de energia na NUS Consult Group; e Vanessa trabalha como analista na Hydro One.

Salão do Estudante

A 24; edição da feira ocorrerá na quinta-feira (19), das 15h às 19h30, no Centro de Convenções Brasil 21. Com mais de 300 expositores, o evento terá um pavilhão dedicado exclusivamente às oportunidades de graduação e pós. Neste ano, os países participantes são Alemanha, Argentina , Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido, Suíça e Suécia. Fernanda Benielli, gerente de marketing da BMI (Business Marketing Internacional), acredita que ;informação; é a palavra que melhor resume o evento, pois é possível conhecer várias oportunidades a partir da feira. Fernanda dá uma dica para aproveitar ainda mais: ;No site, estão todos os expositores e dá pra fazer download para ver quem oferece o quê para já chegar ao estande com um certo conhecimento do que eles oferecem;.

Eu fui!

Letícia Campos, 19, mora no Riacho Fundo 2. É estudante e já planejou o intercâmbio para a Irlanda. Para isso, visitou edição anterior do Salão do Estudante.


;Lá você pode tirar muitas dúvidas com pessoas que já foram;, afirma. O embarque dela está previsto para novembro de 2020. A estudante ficará na Irlanda por oito meses. Vai estudar inglês para melhorar o currículo e aproveitará para trabalhar e ganhar dinheiro. À medida que a viagem se aproxima, ela fica ansiosa e com um pouco de medo. Não comprou acomodação ainda, pois quer dividir apartamento com alguém no país, opção mais barata de hospedagem.

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Europa de portas abertas

Os centros de idiomas Instituto Cervantes, Aliança Francesa e Goethe-Zentrum realizam, em 28 de setembro, das 12h às 18h, a 6; edição do Europa de Portas Abertas. Com entrada gratuita e programações simultâneas nos três lugares, os visitantes vão ter acesso a comidas, shows, atividades culturais, exposições e aulas de idiomas, além de palestras e debates sobre intercâmbios de estudos em França, Espanha, Alemanha e outros países europeus. O evento é patrocinado pela Associação dos Institutos Culturais Nacionais da União Europeia e das Embaixadas de Países da UE (Eunic Brasília), com o apoio da Embaixada da Suécia. A Aliança Francesa fica na SEPS 708/908. O Instituto Cervantes e o Goethe-Zentrum são vizinhos e estão na SEPS 707/907. A programação completa está em bit.ly/europa-de-portas-abertas.

EduExpo e EduCanadá

Karihelen foi à EduCanadá em 2018 esclarecer dúvidas sobre os programas ofertados pelas escolas canadenses

A 36; edição da EduExpo será em 26 de setembro, no Centro de Convenções Brasil 21, das 16h às 21h. O evento conta com representantes de mais de 25 instituições de ensino de diversos países e é possível conversar com pessoal de escolas e do governo, para tirar dúvidas acerca de visto, documentos, valores, entre outros. Haverá seminários seguidos de 30 minutos cada um, sobre temas diversos de intercâmbio. A feira surgiu no Brasil em setembro de 2001 e se expandiu, chegando a diversos países. Daniela Ronchetti, diretora de operações da EduExpo, acredita que é muito difícil ir à feira e não encontrar o que procura, pois o evento proporciona o contato com profissionais de diversos locais.
Para ela, a dica para aproveitar o evento ao máximo é conversar com os expositores, pegar o contato e os materiais disponíveis em cada estande para analisar depois, com mais calma. Enviar e-mail ou ligar para as pessoas que você contatou na feira pode ser a melhor solução para uma comunicação mais profunda, já que o evento é muito grande e não há espaço para diálogos tão longos. Dentro da EduExpo, haverá uma parte dedicada exclusivamente ao governo do Canadá, a EduCanadá. Lá, os interessados poderão tirar as principais dúvidas com representantes oficiais do país.

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Eu fui!

Letícia Pinheiro acredita que conhecer orçamentos de outras empresas pode ajudar a baratear os custos

Graduada em relações internacionais, Letícia Pinheiro Santos foi para a EduExpo em 2016 e aproveitou para fazer pesquisas e comparação de preço. ;Quando cheguei, eu me senti em um mundo encantado;, afirma. Para ela, passavam-se horas e o tempo não era suficiente. Letícia optou por um intercâmbio de férias em Los Angeles. Ela saiu ;garimpando; o melhor custo-benefício e dá uma dica: o primeiro passo é mostrar que você está interessada em fazer o intercâmbio. ;Eu falava que ia pagar à vista, e as empresas já baixavam o preço;, relata. Além do mais, ser sincera com a agência e mostrar outros orçamentos que você recebeu também é um fator que pode ajudar a reduzir o valor cobrado.
No total, Letícia passou duas semanas em Los Angeles e gastou R$ 12 mil com a escola, passagens, seguro e acomodação. Fora isso, a intercambista levou US$ 900 para gastar lá, com alimentação, passeios. Apesar do alto valor, ela acredita que o investimento vale a pena e superindica. A experiência foi tão fascinante para a moradora de Águas Claras que ela decidiu continuar envolvida com viagens. Hoje, faz curso para se tornar aeromoça.

Karihelen Cerutti, 25, aproveitou a EduExpo para se informar sobre o Canadá. Após se formar em engenharia de produção, decidiu fazer pós-graduação no exterior. Por isso, saiu do Mato Grosso e veio a Brasília para estudar inglês e facilitar a candidatura para universidades no exterior. após a feira, conseguiu antecipar o prazo e partiu em maio deste ano para a cidade de London, em Ontário, no Canadá.

;Quando eu cheguei ao Canadá, vi que eles estão de portas abertas para os imigrantes;, relata. Além do mais, a segurança, a educação e as oportunidades de lá são fatores que a animam. Karihelen ainda está no Canadá, onde cursa pós em administração de operações na Fanshawe College e, além de estudar, trabalha fazendo saladas em um supermercado durante 20 horas por semana, carga horária máxima permitida para estudantes. Após terminar o curso, a jovem pretende tentar residência permanente no Canadá.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa

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