Trabalho e Formacao

Morre Papai Noel do Brasília Shopping, aos 65 anos

Desde 2000, Fernando Xavier levava felicidade e magia do Natal para crianças e adultos que frenquentavam aquele centro comercial. Muito cuidadoso e pontual, o aposentado nem via a hora passar enquanto estava na poltrona do bom velhinho

Correio Braziliense
postado em 10/02/2020 19:07
Morreu no último sábado o Papai Noel do Brasília Shopping, Fernando Xavier, aos 65 anos. A causa da morte não foi divulgada e o enterro do corpo ocorreu domingo (9). Há mais de 19 anos, seu Fernando, como era conhecido, levou a felicidade e a magia do Natal para todos que frequentavam o Brasília Shopping. O bom velhinho, que sempre espalhou alegria por onde passava, deixou esposa, três filhos e seis netos.
 
Ele se autoproclamava o Papai Noel mais querido do Brasil 
Desde 2000, seu Fernando deixava sua casa em Alexânia para se transformar no bom velhinho do Brasília Shopping. Em novembro do ano passado, a equipe da editoria de Trabalho e Formação Profissional visitou o Papai Noel e foi contagiada pela alegria de seu Fernando. Todos os Natais, ele enfrentava a distância da amada e, quando perguntado sobre o tema, desabou em lágrimas: “É difícil lidar com a saudade”.

Fuzileiro naval aposentado, entrou na profissão natalina devido à necessidade financeira. Apaixonado por crianças, o que ele mais gostava no Brasília Shopping era o carinho que recebia. "Nem vejo a hora passar", disse, em novembro. Sempre muito pontual e cuidadoso, prestava atenção nos mínimos detalhes. As luvas, sempre branquinhas, eram lavadas à mão, pois Fernando não confiava tal tarefa a ninguém. Ele tinha mais de 100 pares. Quando vinha a Brasília, acordava cedo, às 6h, fazia sua comida e caminhava rumo ao shopping, onde sempre chegava mais cedo que o horário combinado.

Enfrentou pessoas que tentaram ocupar seu cargo e, por outro lado, recebeu propostas de outros estabelecimentos. Nunca aceitou. Ele via no Brasília Shopping um lar. Presenteava as pessoas ao redor como se fosse um Papai Noel de verdade. Até sua bota preta, que compunha o figurino, foi presenteada a um amigo que precisava de calçado para pescar.

Sempre muito preparado, comprou ar-condicionado para aguentar o calor brasiliense. Instalou o equipamento em frente à poltrona e, assim, sempre esteve cheiroso para abraçar quem quer que fosse ao seu encontro. Mobiliou toda a casa de Alexânia com a profissão de bom velhinho. Até se emocionou enquanto dizia: “Todos os móveis são humildes, mas está tudo arrumadinho”.

Seu Fernando vai deixar saudade. Mas, com certeza, virou estrela. Daquelas que brilham bem forte. 

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