Trabalho e Formacao

Ensino profissional em alta

Censo Escolar aponta crescimento no número de matrículas na educação técnica

Correio Braziliense
postado em 16/02/2020 04:09


A procura por cursos profissionalizantes cresceu no último ano, de acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2019, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O número de matrículas nos cursos técnicos, de formação inicial continuada e de qualificação profissional aumentou 0,6% em relação a 2018, com um incremento de 11.519 inscrições nessas modalidades de ensino. Com isso, são 1.914.749 matrículas ao todo no país.

De acordo com o gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Felipe Morgado, esse crescimento se deve, entre outros fatores, à valorização das profissões técnicas. “O uso de novas tecnologias e a incorporação da formação profissional como um dos itinerários do novo ensino médio chama a atenção da sociedade para essa modalidade de ensino”, explica.

No entanto, o crescimento poderia ser maior. “Cada dia mais, os jovens enxergam que a educação profissional é uma oportunidade para o mercado de trabalho. No entanto, o Brasil tem uma característica de valorizar mais a academia, o ensino superior”, percebe. “O preconceito com o ensino técnico ainda existe, mas está mudando cada vez mais graças à incorporação de novas tecnologias no mercado.”





Importância 

Os cursos profissionalizantes oferecem formação voltada ao mercado de trabalho tanto para jovens que ainda estão no ensino médio quanto para aqueles que o concluíram. “Os cursos profissionais são a porta de entrada para o primeiro emprego e ajudam o estudante a se inserir no mercado de trabalho de maneira mais rápida”, afirma Morgai. Ainda segundo o gerente executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Senai, muitas vezes, a remuneração das profissões técnicas é maior do que as de ensino superior, o que atrai muitas pessoas para essa modalidade.

Vale ressaltar que o ensino profissional não se contrapõe à universidade. “Normalmente, aqueles que fizeram cursos técnicos se destacam na educação superior porque tiveram prática na área”, afirma Morgado. “Inclusive, a gente recomenda que aquela pessoa que começou a graduação, mas não se identificou procure um curso profissional. Isso vai ajudá-la a entender a área de atuação e a se destacar no momento em que for para a faculdade”, acrescenta. Além disso, os cursos profissionais são uma opção para aqueles que têm ou estão cursando o ensino superior, mas desejam se recolocar na carreira.

Perfil dos estudantes

De acordo com o Censo Escolar, as mulheres são maioria nos cursos profissionalizantes em quase todas as faixas etárias. Do total de matrículas, 56,7% são do sexo feminino. Os homens são predominantes somente no grupo de pessoas com mais de 60 anos. Na faixa de 40 a 49 anos, onde a discrepância é maior, as mulheres correspondem a 62% dos alunos da educação profissional.

O Censo Escolar da Educação Básica também mostra que há certo equilíbrio no número de matrículas de acordo com a raça. Brancos representam 46,9% do total e pretos e pardos, 52%. No entanto, há predominância de pretos e pardos na educação de jovens e adultos para ensino médio (representando 83,8%) e nos cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação (59,4%).


2,6 mil vagas gratuitas no Senac
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DF) abriu inscrições para o preenchimento de 2.638 vagas em 43 cursos técnicos e de formação inicial e continuada do Programa Senac de Gratuidade (PSG). As inscrições vão até quarta-feira (19), das 8h às 18h, nas unidades de Taguatinga, Setor Comercial Sul (Jessé Freire e TTH), Plano Piloto (903 Sul), Gama, Sobradinho e Ceilândia. Para as turmas ofertadas pelo Senac Ações Móveis, onde as aulas são oferecidas em entidades parceiras, a inscrição vai até sexta-feira (21), das 9h às 17h. Para se inscrever, é necessário ir pessoalmente à unidade. Edital disponível no link: bit.ly/3bFCK4z. Para participar, é necessário ter renda familiar per capita de até dois salários mínimos; idade igual ou superior à idade mínima exigida em cada curso; escolaridade exigida para o curso escolhido; não ter evadido ou desistido de outro curso PSG; e não ter matrícula em curso PSG em andamento até a data de início do novo curso.
 
 

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