Correio Braziliense
postado em 12/04/2020 16:38
Em 27 de março, Thiago Lucena comemorou os sete anos da abertura do restaurante Mandaka, em Taguatinga, com o suporte do irmão e sócio Hudson Lucena. A casa foi batizada com o apelido de Thiago. Hoje, o negócio tem 47 funcionários e recebe cerca de 10 mil clientes por mês em busca de saborear refeições baseadas em fartura e misturas de referências e temperos. O carro-chefe é o steak de carne de sol, que, apesar da origem nordestina, é uma releitura do prato tradicional. Assado de tira, picanha e bife ancho também são populares ali. “A gente foi se transformando numa parrilla com uma pegada nordestina. Aqui não é uma casa só nordestina, mas essa é nossa herança”, explica Thiago.
“A minha carne de sol derrete na boca”, descreve, com orgulho. Ele festeja os resultados do comércio. “Hoje, graças a Deus, eu não tenho do que reclamar, tenho só que trabalhar para continuar melhorando”, diz. A freguesia é muito variada, há gente de fora de Taguatinga que anda longas distâncias para poder comer no Mandaka. Em comparação com restaurantes do mesmo nível no Plano Piloto, por exemplo, os preços são bem atrativos. “A gente virou destino. Estimo que cerca de 40% dos consumidores sejam de Taguatinga; 30%, de Águas Claras; e os outros 30%, de outras cidades”, calcula o empreendedor.
“Tem cliente do Lago Norte que me diz: você me faz cruzar a cidade no domingo.” A receita de sucesso do Mandaka, além da persistência, envolve três pilares na seguinte ordem de importância, segundo Thiago: qualidade na cozinha, bom atendimento e inovações constantes. “No caso de restaurante, se a comida for muito boa, você volta. Se você for num lugar, o atendimento for excelente, mas a comida for ruim, você não volta. A cozinha move montanhas”, acredita. “Claro, também é necessário atender bem e nunca se acomodar, continuar inovando: estamos sempre fazendo algo a mais, tentando agradar o cliente de forma que ele saia encantado daqui.”
Voltando às origens
Thiago e Hudson são sócios na empresa de comunicação visual Arte Digital, localizada no Guará, criada em 2005. No entanto, os dois cresceram dentro de restaurantes do pai, falecido em 2017 e natural de Caicó (RN), conhecida como a terra da carne de sol. “Seu restaurante, Mandacaru, fechou na década de 1980, mas abriu outros e continuamos trabalhando com ele até 2005”, recorda Thiago. Na área de comunicação visual, os irmãos progrediram financeiramente, mas tinham saudade do ramo gastronômico, em especial da comida nordestina.
Até que, em 2012, Thiago visualizou um bom espaço para alugar no Pistão Sul. “Quando eu vi esse ponto, casou a fome com a vontade de comer”, brinca. “Eu sempre quis voltar para o ramo e sentia falta de ter um comércio de fim de semana. Gosto disso e, para ter um restaurante, você tem que gostar da área”, explica. O nome do negócio surgiu naturalmente. “Por causa do restaurante do meu pai, meu apelido no colégio era Mandaka.” Agora, os irmãos estudam a abertura de outras unidades.
Reinvenção
O carro-chefe é a carne de sol. No começo, o brasiliense tentou seguir um modelo tradicional, mas a estratégia não deu certo. “O restaurante só se mantinha, dava pouco lucro, a gente teve muito problema.” Thiago não desistiu mesmo frente às dificuldades e começou a estudar e pesquisar maneiras de reverter a situação. O jogo virou dois anos após a abertura do negócio quando o empreendedor retornou de viagem aos Estados Unidos com a ideia de servir steak de carne de sol. Também foi necessário fazer várias correções de funcionamento interno. “Eu olhava para essa casa e pensava: ela é linda, está num ponto excelente, minha equipe é boa, eu tenho que achar os erros”, conta.
Com isso, implementou várias mudanças no menu e no modo de trabalhar. “Passamos a ter foco em carne. O cardápio era muito grande: o reduzi em mais de 80%”, afirma. A filosofia adotada é de ter um menu mais enxuto, mas ter excelência em tudo o que for servido. “Hoje, se o cara quer comer uma moqueca, ele vai a um restaurante especializado nisso. Se quer comer camarão, também”, aponta. “A gente trabalha para ser o melhor na nossa área.”
Thiago se divide entre as partes administrativa e culinária: todos os pratos são criados por ele. No entanto, ele garante que consegue delegar. “Eu tenho outra empresa, então preciso me dividir. Eu sempre vou ao Mandaka, mas a casa roda sem mim. Acho que você ter uma empresa é prepará-la para a sua ausência. A gente tem que ter uma equipe competente para isso”, comenta. As áreas financeira e administrativa são de responsabilidade de Hudson. A profissionalização das diversas áreas da empresa tem se intensificado, à medida que o restaurante passa a ser setorizado. RH, administração e compras são alguns dos departamentos. A casa conta, ainda, com um gestor de qualidade na cozinha.
Restaurante Mandaka
Endereço: QSD 23, Lote 2, Pistão Sul de Taguatinga
Contato: www.mandaka.com.br / 3967-6060
Serviço em tempos de coronavírus: o restaurante continua funcionando por meio de delivery ou retirada no balcão das 11h às 15h30 e das 18h às 22h30
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