Trabalho e Formacao

Reinvenção para superar a crise

89% dos pequenos negócios do país já enfrentam queda no faturamento devido às medidas de isolamento sanitário. Confira 30 dicas para os negócios e descubra como 10 empreendedores de Brasília estão passando por este período difícil

Correio Braziliense
postado em 19/04/2020 04:10
Descobrir como 
equilibrar as contas e honrar compromissos em meio ao caos é o grande desafio de empreendedores

 
A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus vai além da saúde e impacta todas as áreas da vida em sociedade. O cenário econômico é um dos mais afetados perante as recomendações de distanciamento para a proteção da população. Com a suspensão de parte das atividades comerciais e das aglomerações, profissionais autônomos e pequenas empresas foram gravemente prejudicados.

Seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi um dos primeiros a tomar medidas a favor do isolamento para o combate da doença. Em Brasília, o comércio não essencial deve permanecer fechado até 3 de maio. O prazo das restrições pode ser prolongado segundo os rumos da pandemia.

 De acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 89% dos pequenos negócios já enfrentam queda no faturamento devido às medidas de isolamento no país. Foram entrevistados 9.105 empreendedores, sendo que 36% deles afirmam precisar fechar a empresa permanentemente em um mês, caso as restrições permaneçam por mais tempo.

Gestor de Negócios Digitais do Sebrae, Lúcio Pires pontua que o primeiro passo a ser dado para que empreendimentos menores  consigam sobreviver à crise é reduzir os gastos internos. Uma das alternativas no momento é antecipar férias dos funcionários, medida permitida durante o estado de calamidade pública pela Medida Provisória nº 927 de 22 de março de 2020. “A maioria dos donos de bares e restaurantes com quem conversei aderiu a esse recurso”, comenta.

O segundo passo é também uma angústia para empreendedores: descobrir como continuar vendendo. A internet pode ser a saída. Buscar atender as necessidades da comunidade local também é válido. As pesquisas por termos como “perto de mim” e “perto daqui” no Google aumentaram nas últimas semanas. “A chave é descobrir quais são as novas necessidades que surgem em tempos de coronavírus”, declara Lúcio, que estudou negócios exponenciais na Singularity University, nos EUA.


 
Sem noção de futuro

A incerteza é o que mais preocupa especialistas. Enquanto não soubermos quando a normalidade se reestabelecerá, não há como calcular o tamanho do impacto. Para o economista Newton Marques, graduado pela Universidade de Brasília (UnB), o contexto atual se assemelha, em muitos aspectos, a um momento de conflito armado, em que soluções excepcionais se fazem necessárias.

“Nesta situação, não há soluções convencionais. Após uma guerra, é necessário reconstruir tudo. Então, são tomadas atitudes diferentes”, expõe. Uma das medidas adotadas pelo governo federal que se alinha a ideias de um plano econômico de guerra é o pagamento de um auxílio emergencial de R$ 1.200 a mães que sustentam o lar sozinhas e de R$ 600 a trabalhadores sem carteira assinada, autônomos, microempreendedores individuais (MEIs), desempregados e beneficiários do Bolsa Família.

Para o economista, apesar de o apoio ser importante, não atenderá integralmente todos os beneficiários. É nesta hora que o empreendedor precisará saber como usar esse dinheiro e abusar da criatividade. “Você pode pegar o que fazia antes e ampliar os serviços, por exemplo”, aconselha Newton, membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon).
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa
 
 

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