Correio Braziliense
postado em 26/04/2020 04:13
O desequilíbrio pode se mostrar até na produtividade durante a quarentena. Enquanto boa parte dos homens tendem a se concentrar no trabalho remoto, elas estão por um fio, andando na corda bamba e precisando dar conta de mais tarefas. A pedagoga Andréia Barros, 40 anos, é professora de educação infantil na creche Renascer, da Estrutural, e mãe de três filhos, de 22, 17 e 12 anos. Adaptar-se à novidade do home office, planejando o ensino e confeccionando materiais para usar nas videoaulas gravadas para os alunos, tem sido difícil.
“Como mãe, dona de casa, profissional e professora, não está sendo fácil conciliar todas as atividades do dia a dia”, desabafa. “Marido, filhos, planejamento, confecção de material, gravação de videoaulas em um celular ultrapassado... Não sei o que está pior, a imagem, o som ou a minha aparência”, confidencia. A professora contesta a ideia de que trabalhar no “conforto” do próprio lar é mais fácil. “Engana-se quem pensa que quem está em casa está sossegado, curtindo a preguiça. Não, não estamos”, rebate.
“Estou cansada, sobrecarregada, desmotivada, ansiosa, aflita, com medo, preocupada com o amanhã, mas ainda assim preciso todos os dias planejar as aulas da semana, montar material, fazer almoço, janta, limpar, passar, cozinhar, ser mãe e esposa”, completa. Para Andréia, a sobrecarga atrapalha no desenvolvimento diário das aulas e, consequentemente, no material que as crianças recebem, ou seja, prejudicam a carreira. Relatos como o de Andréia se repetem em todo o país.
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