Trabalho e Formacao

Arriscando-se para o bem comum

Correio Braziliense
postado em 26/04/2020 04:13
A farmacêutica Maria Aparecida teve que engolir o choro diversas vezes para seguir firme no trabalho
 Maria Aparecida Guimarães, 41 anos, é dona da Drogaria Guimarães, localizada em Sobradinho. Por trabalhar em um ambiente exposto e com circulação de todos os grupos de risco do coronavírus, ela passou a ter medo. No início, confessa que chegou a subestimar a força da pandemia, mas isso mudou. “Várias vezes, achei que não teria forças para continuar, que não conseguiria levantar e ir trabalhar”, lembra.

Mãe de dois filhos, de 20 e 16 anos, ela se preocupou. “Tive medo por mim, por meus filhos, enfim, por todos, mas logo percebi que meu lugar era na farmácia, tranquilizando e orientando as pessoas”, conta. A pressão emocional causada pelo trabalho em tempos difíceis precisou ser driblada em nome de um bem que ela considera maior: ajudar o próximo. “Tive que engolir o choro diversas vezes. É difícil ajudar alguém nesta situação, quando você também sente medo, são muitas incertezas”, diz.

“Não é fácil, mas não estou nesse negócio há mais de 12 anos por acaso. Esta foi a profissão que escolhi, o importante é ter fé e continuar, não se esquecer de que é para a frente que se olha”, incentiva. Maria Aparecida também reclama da sobrecarga de atividades domésticas. “Enfrento um estresse nunca sentido antes, parece que o mundo está desabando e que nada pode ser feito para amenizar esse peso”, desabafa.

Ela percebe que isso atrapalha o desempenho profissional. “Com certeza, esse estresse acaba diminuindo o rendimento no trabalho. Eu e meu marido chegamos juntos ao serviço, e ele pergunta o que temos para o jantar”, conta. “Ao chegar a casa, começo a outra jornada, que também não é fácil. Ele até tenta ajudar, mas na maioria das vezes acaba dando mais trabalho.”
 
 

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