Correio Braziliense
postado em 03/05/2020 04:19
Para o fundador da consultoria em recursos humanos Optme, Marcelo Arone, alguns setores, especialmente os que concentram serviços não essenciais (como comércio, e as áreas de viagens e eventos, entre outras) sofrerão um pouco mais nos próximos meses. No entanto, o momento pede calma e adaptação. É importante se acostumar com a ideia de que a crise é temporária e precisamos estar prontos para quando tudo voltar ao normal. Marcelo relembra a famosa crise financeira americana de 2008, que, em um contexto globalizado, afetou economias capitalistas e causou demissões em massa.
No ano seguinte, com o fim da recessão, empresas voltaram a contratar e disputar os melhores profissionais novamente. “O mercado de trabalho reflete a economia, que, por sua vez, reflete a sociedade”, afirma. Formado em comunicação e marketing pela Faculdade Cásper Líbero, Marcelo Arone ressalta que, na modernidade, cada vez mais, o trabalho e a vida pessoal das pessoas colidem. Portanto, questões ideológicas tendem a se alinhar com o aspecto profissional e as ações das empresas diante da pandemia potencializarão essa ideia.
Dessa forma, há uma forte tendência para que as pessoas fiquem mais seletivas em relação ao local em que pretendem trabalhar. “As companhias que contribuem, seja ajudando os mais vulneráveis, seja auxiliando órgãos governamentais, gerarão empatia na sociedade. Então, quando esse cenário passar, as pessoas vão querer fazer parte disso”, supõe. Segundo Marcelo, ainda é cedo para afirmar que o mercado mudará radicalmente, mas é preciso compreender as lições que serão deixadas.
Crises como esta aceleram o processo de mudança. Quando o mercado voltar ao habitual, os aprendizados conquistados durante esse período serão levados para o cotidiano de empresas e trabalhadores. “Quem antes não fazia home office, por exemplo, teve que aprender a fazer. Clientes nossos ficaram satisfeitos e até impressionados com o ganho que o formato traz”, conta.
Apesar de o trabalho remoto e a digitalização de serviços serem amplamente debatidos por especialistas, entende-se que nem todo serviço pode ser adaptado para esse modelo. Portanto, para ele, o que ficará de lição para setores como saúde, varejo e todos aqueles que precisam ser presenciais é a questão do distanciamento. “Mesmo que a quarentena afrouxe nos próximos tempos, aglomerações serão evitadas. Deve-se começar a limitar o número de pessoas dentro de um local”, comenta.
No que diz respeito à busca por emprego, Marcelo Arone aponta que a palavra da moda é se reinventar. “Quem enxergar isso antes e tentar se requalificar vai ser mais bem-visto. O próprio mercado vai procurar por esses profissionais”, pontua. Portanto, o segredo é se adaptar ao mercado que sobrevive e até mesmo cresce com a pandemia. É o caso das áreas ligadas a tecnologia, telemedicina, educação a distância e e-commerce, entre outras.
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