Correio Braziliense
postado em 10/05/2020 04:21
A fim de reforçar o atendimento durante a pandemia do novo coronavírus nos postos de saúde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a convocação de 3.391 médicos para se juntarem ao Projeto Mais Médicos para o Brasil. Os profissionais da saúde poderão atuar em 1.202 municípios de todas as unidades federativas, além dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). O Ministério da Saúde publicou dois editais de chamamento público, com foco em ações do plano de contingência do novo coronavírus, para a contratação de profissionais. Os profissionais brasileiros precisam ter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) para se inscrever.
Essa exigência não existe para intercambistas, caso dos cubanos que atuaram no Brasil, que precisam ter, no entanto, habilitação para exercer a medicina em seus países. Em ofício, governadores do Consórcio Nordeste pedem ao Ministério da Saúde a integração de médicos brasileiros formados no exterior, mesmo sob supervisão, para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta permitiria a atuação sem o registro no CRM. No entanto, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre essa hipótese. Luan Alexandre de Souza Lima, 32, é um dos profissionais impedidos de se inscreverem no projeto. Formado pela Universidad de Aquino, na Bolívia, ele não tem CRM nem habilitação para exercer a medicina no Brasil.
E, como o Revalida não é aplicado desde 2017, não conseguiu fazer seu diploma se tornar válido no Brasil. Atualmente, presta serviços relacionados à saúde e ao bem-estar. Participar do Mais Médicos seria uma oportunidade de adquirir experiência. “O programa traz certa estabilidade para os recém-formados conseguirem pontuação para uma futura especialização”, acrescenta. Trabalhar na linha de frente é um desejo de Luan. Inclusive, ele tem feito um curso de capacitação on-line disponibilizado pela Universidade de São Paulo (USP). “Já me disponibilizei frente a algumas organizações para atuar no combate à essa pandemia”, declara.
Atuação prolongada
O médico Rubem Almeida da Rosa, 38, trabalha para o programa Mais Médicos há três anos em Novo Hamburgo (RS). O contrato, que se encerraria no fim de abril, foi prorrogado por mais seis meses em virtude da demanda por médicos na linha de frente do combate à pandemia nas unidades de saúde. Para ele, a renovação é eficaz, uma vez em que existe uma relação pré-estabelecida com a população.
“Fica mais fácil de organizar uma medida preventiva porque esses pacientes confiam e acreditam na gente”, aponta. Segundo Rubem, há grande deficiência de médicos para atender na atenção básica, em especial nos postos que se encontram em comunidades e periferias. “Essas unidades são as portas de entrada das pessoas para investigar doenças crônicas e preventivas. O que evita a superlotação nos hospitais e nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)”, afirma.
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