Trabalho e Formacao

Os cuidados na volta ao trabalho presencial

Várias atividades e parte do comércio estão de volta. Para os outros setores, é questão de tempo para o retorno. Não à toa, trabalhadores sentem medo. Confira medidas de higiene e saúde para se proteger

Correio Braziliense
postado em 24/05/2020 04:16
Várias atividades e parte do comércio estão de volta. Para os outros setores, é questão de tempo para o retorno. Não à toa, trabalhadores sentem medo. Confira medidas de higiene e saúde para se proteger



Com a retomada do comércio e de outras atividades no DF, empregadores precisam adotar medidas para proteger funcionários e clientes. Ao mesmo tempo, trabalhadores também devem se resguardar tomando cuidados. Nem todos os setores voltaram ao normal, mas a expectativa é de que é questão de tempo até a reabertura total. Quando isso acontecer, é importante estar preparado para prevenir novos casos de covid-19.

No Brasil, 92% dos profissionais admitem estar preocupados com a exposição ao novo coronavírus no local de trabalho ou em atividades relacionadas ao emprego, segundo pesquisa da Udemy (veja quadro O medo da contaminação na página 6). Valéria Paes, infectologista formada pela Universidade de Brasília (UnB) e membro da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, enxerga a flexibilização das medidas de isolamento social com preocupação.


“É inevitável que haja o aumento do contato entre as pessoas e, consequentemente, da transmissão do novo coronavírus. Isso vai repercutir em internações e, possivelmente, em mortes”, aponta a especialista em qualidade em saúde e segurança do paciente pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. A recomendação da infectologista para minimizar os riscos é que, mesmo com o comércio aberto, as pessoas continuem em casa e só saiam em caso de necessidade.

Nessas ocasiões, não tocar o rosto, utilizar máscaras, levar sempre consigo o próprio álcool em gel e evitar sair durante os horários de pico fazem a diferença. Para quem precisa voltar ao trabalho, os conselhos são, geralmente, os mesmos. No entanto, alguns cuidados a mais devem ser tomados. “O funcionário vai estar mais exposto. Ele vai ter contato direto com outras pessoas. Esse profissional deve seguir as recomendações desde o momento em que sair de casa, principalmente se for utilizar o transporte público”, explica.


O ideal é que o trabalhador tenha um conjunto de máscaras para trocar durante o dia. Segundo a infectologista, o tempo de uso varia entre quatro e seis horas. Se o profissional fala muito enquanto usa o acessório, a troca deve ocorrer em período menor de tempo, quando perceber umidade no equipamento. “É importante levar um saquinho plástico para guardar a máscara usada, lavar quando chegar em casa e ter outra seca e limpa para usar no dia seguinte”, indica.

Além disso, a médica recomenda manter o máximo de distância possível de outras pessoas, no mínimo, um metro e meio. “É uma nova cultura. Brasileiro tem o hábito de se aproximar, pegar na mão, abraçar. Este é um momento em que vamos precisar manter distância por uma questão de segurança”, diz. Os donos dos estabelecimentos reabertos devem viabilizar a higienização do ambiente. As mãos, os balcões e as maçanetas precisam ser desinfetados muitas vezes ao dia. O material para limpeza deve estar sempre à disposição dos colaboradores.


Valéria Paes explica que a ventilação natural do ambiente, com as janelas abertas, é mais adequada. Por isso, nada de ar-condicionado ligado. A frequência de limpeza dos banheiros depende do quanto ele é utilizado, uma vez por dia no mínimo ou mais vezes, se necessário. Para garantir que não haja mais contaminações, a especialista alerta que, caso o profissional esteja com algum sintoma respiratório, não vá ao trabalho. “Essa pessoa deve ficar isolada”, afirma. Por isso, vale também a compreensão dos chefes.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa



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