Correio Braziliense
postado em 24/05/2020 04:16
Apesar de os escritórios estarem excluídos da suspensão de atividades desde 22 abril, muitas empresas optaram por continuar com o trabalho remoto. Para a infectologista Valéria Paes, o ideal é que instituições que conseguem manter o trabalho nesse sistema não voltem para a rotina presencial por enquanto. “O funcionário sai de casa, tem que pegar transporte público e tem contato com os colegas. Essa pessoa pode trazer ou levar alguma coisa para casa”, explica.
A ClickA, startup de triagem de currículos para a área de tecnologia da informação, está em home office desde 12 de março, antes mesmo de as atividades comerciais terem sido suspensas. “Assim que a doença começou a chegar ao Brasil, começamos a nos preparar. Toda a equipe está em casa”, conta Danilo Custódio, 38 anos, CEO da empresa e cientista da computação pela Universidade de Brasília (UnB).
Os colabores continuam sem precisar ir ao escritório, na 511 Norte. “Nossa expectativa é de que, a partir de junho, possamos começar a voltar gradualmente”, afirma. A startup está desenvolvendo um plano de ação para poder retornar ao trabalho presencial. Primeiramente, está sendo criado um protocolo sanitário, para, depois, ocorrer revezamento de turnos no escritório e, por fim, a volta total.
Para o CEO, manter o trabalho remoto é uma maneira de contribuir para que o vírus não seja propagado nem colapsar o sistema de saúde. “Nosso serviço não depende de estar em determinado local. Então, optamos por ficar em casa. Primeiramente, pela segurança dos nossos colaboradores e, em segundo lugar, por ser uma questão social”, pontua Danilo.
O privilégio da opção
Apesar de aberto, o escritório de advocacia trabalhista em que Natália Oliveira Santos, 24, atua deu aos funcionários a possibilidade de continuar trabalhando de casa. Por precaução, a advogada, formada pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), preferiu o home office. “Quando o governador permitiu a abertura dos escritórios, a empresa perguntou quem queria voltar. Foram pouquíssimas pessoas, e só essas retornaram”, relata.
Natália mora em Águas Claras, cidade com o segundo maior número de infectados por coronavírus no Distrito Federal. Somente no prédio em que a advogada mora, há três casos confirmados. “Apesar de estar cansada de ficar em casa, fiquei com medo de voltar. Em qualquer vacilo no elevador, por exemplo, posso pegar e acabar transmitindo para os meus pais”, diz.
A mãe da advogada é policial militar e continua indo ao trabalho. Já o pai, funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, presta serviço remotamente. No dia a dia, Natália sai apenas para comprar o essencial em locais como padaria, mercado ou farmácia. Na bolsa, leva sempre álcool em gel e máscara. Quando volta ao lar, as roupas vão direto para a lavanderia.
Para Natália, é importante que as pessoas que tenham essa possibilidade continuem trabalhando remotamente. “É necessário ter mais paciência e manter essa rotina em casa. Todo mundo está muito ansioso, no limite. No entanto, quem puder, que faça o home office”, pede.
"Assim que a doença começou a chegar ao Brasil, começamos a nos preparar. Toda a equipe está em casa”
Danilo Custódio, CEO da ClickA
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