Trabalho e Formacao

"Já me senti desacreditada"

Correio Braziliense
postado em 31/05/2020 04:11
A idealizadora do Afroricas não considera que a idade tenha sido um obstáculo na carreira porque nunca foi dispensada de nenhuma oportunidade com a desculpa de ser muito nova ou pouco experiente. Porém, ela conta que já se sentiu desacreditada muitas vezes por ser uma mulher jovem e negra. “Quando conheço novas pessoas, elas nunca esperam que eu seja formada em sociologia por uma universidade federal, seja fluente em inglês e espanhol, já tenha viajado e vivido em outros países, e administre meu próprio negócio”, diz.

“Em muito ambientes, as pessoas têm expectativas muito baixas com relação ao meu potencial, à minha intelectualidade e às minhas conquistas e nunca esperam que eu esteja ali para trocar de igual para igual com elas”, relata. “Não foram poucas as vezes em eventos em que eu pude ver o espanto e admiração no rosto das pessoas quando peguei algum microfone para contribuir com a atividade/discussão do momento.”
 
Fase de introspecção

Para Gabriella, a quarentena tem sido um momento de introspecção. Ela se afastou das redes sociais para refletir sobre questões e hábitos que considera importantes. “Além de priorizar minha saúde física, psicoemocional e espiritual, apoio instituições que distribuem alimentos e materiais de limpeza em regiões de maior vulnerabilidade social”, relata. “O momento é delicado para todos, mas é ainda mais sensível para alguns grupos. Então, é importante pensar na coletividade e contribuir da forma que pudermos com o próximo.” Em relação à vida profissional, ela conta que trabalha em home office desde 2018; então, estava acostumada com o formato.

“No entanto, fico sempre atenta para seguir minha rotina e respeitar meus horários de trabalho. Se não, a balança desequilibra e começo a trabalhar muito mais do que devo. Isso é insustentável para a saúde”, ressalta. As criadoras da Afroricas suspenderam viagens e gravações que tinham planejado. Além disso, as negociações que estavam em andamento com outras empresas foram paralisadas. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, Gabriella, Neggata e Tricia estão de olho nas tendências do mercado. “Como as pessoas têm consumido mais conteúdo virtualmente, abre-se uma janela de oportunidade para testarmos novos formatos de interação com nosso público.”
 
 

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