Trabalho e Formacao

Da Tribo Pankará para a UnB

Correio Braziliense
postado em 31/05/2020 04:11


João Emanoel Bastos, 17 anos, passou em primeiro lugar para medicina pelo vestibular indígena da UnB, para ingresso no primeiro semestre de 2020. Filho do cacique Ary Pankará, ele pertence ao povo Pankará da Serra do Arapuá, no interior de Pernambuco. O jovem cursou o ensino médio e fez pré-vestibular em Recife, onde morava com o irmão mais velho, que faz faculdade de farmácia na capital pernambucana.

“De manhã, eu ia para o cursinho; à tarde, para o colégio. À noite, quando chegava em casa, fazia exercícios sobre o conteúdo do dia”, conta o calouro de medicina. A rotina puxada valeu a pena. “Eu fiquei muito feliz. A gente estuda muito e é recompensador... Meus pais também ficaram muito felizes com essa conquista”, comemora.

O sonho de ser médico era antigo. João Emanoel conta que admira a profissão e, desde criança, observava a dificuldade de acesso a médicos e exames na tribo. Por isso, pretende voltar para o interior de Pernambuco quando se formar. A escolha da UnB foi inspirada pelo outro irmão, Ary Filho, que também cursa medicina na universidade.

A mensagem que ele deixa para os jovens do povo Pankará é para que se dediquem, façam o que gostam e nunca desistam de seus sonhos. “Uma hora ou outra, esses sonhos vão se tornar realidade”, diz. Com a suspensão das aulas na UnB, João retornou para a aldeia, para passar a quarentena com a família.


O novo normal para João Emanoel Bastos
“Eu espero que, quando terminar a quarentena, as pessoas tenham mais empatia. Espero também que os governos, de um modo geral, revejam os sistemas de saúde para que, se passarmos novamente por uma situação como essa, não haja outro colapso.”
 
 
 
 

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