Trabalho e Formacao

Fundador de startup do bem

Correio Braziliense
postado em 31/05/2020 04:12


Carlos Menezes, mais conhecido como Juju, 25 anos, é um dos sócios fundadores da Ribon, startup de Brasília que permite fazer doações para causas sociais sem gastar dinheiro. Os usuários do aplicativo de mesmo nome recebem uma boa notícia por dia e, a cada notícia lida, ganham 100 moedas virtuais que podem ser doadas para caridade. O modelo funciona por meio do patrocínio de empresas, que fazem as doações. Recentemente, o app ganhou também uma opção de assinatura, em que os usuários podem doar dinheiro para a causa.

A startup nasceu em 2016, quando Juju se juntou a Rafael Rodeiro, 25, e João Moraes, 24. Os três haviam se conhecido por meio do Movimento Empresa Júnior (MEJ). Eles estudavam na Universidade de Brasília (UnB): Juju cursava ciência da computação; Rafael, engenharia de produção; e João, design. Assim, uniram as habilidades multidisciplinares e deram início ao projeto. Na época, Juju trabalhava na Flama, uma empresa de design que cria produtos para startups. Lá, aprendeu muito sobre empreendedorismo e tecnologia.

O tempo que passou na CJR, empresa junior de ciência da computação da UnB, também foi fundamental. “Foi bem importante, tanto para me aproximar do mercado de trabalho quanto dessa visão mais empreendedora”, relembra. Durante o tempo em que esteve no MEJ, foi coordenador de tecnologia da informação (TI) em eventos e fez parte da federação de empresas juniores. Também participou do Startup Weekend, maratona em que estudantes e empreendedores criam uma ideia de startup em um fim de semana. Apesar de o grupo dele não ter vencido, foi nesse evento que Juju recebeu a proposta para trabalhar na Flama.

Em 2017, a Ribon recebeu o primeiro investimento de aceleração, e Juju deixou o emprego na empresa de design para se dedicar 100% à startup. Hoje, a equipe é formada por 20 pessoas, sendo que só uma tem mais de 30 anos. Desde a criação do aplicativo, foram doados mais de 1,2 bilhão de ribons, o correspondente a um ano de água potável para 14.056 pessoas, um ano de medicamentos para 22.597 pessoas, um ano de fortificação alimentar para 46.139 pessoas e um ano de saúde básica para 10.930 pessoas.

A primeira dica que ele dá para jovens que sonham em empreender e começar uma startup é procurar um time. “Não adianta você começar sozinho, porque, geralmente, é muito trabalho”, alerta. Outro ponto importante, de acordo com Juju, é aceitar ajuda de pessoas com experiência na área, como mentores. “Quando nós entramos no processo de aceleração, já havíamos estudado muito sobre startups, então pensamos que só pegaríamos o dinheiro para conseguir trabalhar na startup integralmente e largar nossos empregos”, conta. “Mas a gente aprendeu muito lá”, acrescenta.

Uma nova Ribon

Juju conta que os colaboradores da Ribon se adaptaram bem ao home office na pandemia e, provavelmente, parte do trabalho continuará sendo feita remotamente após a quarentena. “Talvez, a gente não precise mais de tantas estações de trabalho no escritório como tinha antes. A gente deu alguns passos importantes que não terão volta.” Segundo o CTO (diretor de tecnologia) da Ribon, a empresa está “pegando firme no trabalho” durante a fase de isolamento social, apoiando, principalmente, a parcela da população mais vulnerável às consequências da pandemia.

É claro que, com a crise econômica, vieram obstáculos. Antes da quarentena, a Ribon estava em fase de captação de investimentos, que praticamente cessaram. “Mas, graças a Deus, conseguimos fazer nossa empresa continuar crescendo e ajudar mais pessoas”, ressalta Juju. “Fizemos uma mudança no nosso modelo de negócios. Antes, a gente não trabalhava com causas brasileiras. Agora, a Ribon praticamente só trabalha com organizações nacionais e causas relacionadas à pandemia.” Na avaliação dele, a startup “será totalmente diferente” depois da crise provocada pelo coronavírus.

O “novo normal” para Carlos Menezes
“Do ponto de vista da tecnologia, a gente teve alguns avanços que não terão volta. Por exemplo, nós não usamos mais papel para fazer contratos, porque não dá mais para se encontrar. Estamos usando contratos digitais. Até os bancos estão começando a aceitar os documentos digitalizados, o que era mais difícil antes.”
 
 

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