Correio Braziliense
postado em 07/06/2020 04:28
Diante do cenário de crise política, econômica e de saúde existente no país, o público exige, cada vez mais, que pessoas públicas e empresas se posicionem em relação a pautas relevantes. Os consumidores passam a questionar, mais do que nunca, os valores de determinada marca antes de comprar os produtos. Exemplo disso, em escala global, são as manifestações que marcaram as redes sociais nesta semana em defesa da causa #BlackLivesMatter (vidas negras importam, em português).
Grandes empresas como Nike, Twitter e Netflix mostraram apoio ao protesto. “Engajamento em causas sociais, preocupação em causar impacto positivo e posicionamento firme em situações de combate às injustiças são fatores decisivos na escolha de consumidores, investidores, talentos e parceiros”, afirma Alexandre Loures, da FSB Comunicação. No entanto, não basta postar nas redes — é preciso ter atitudes coerentes com o posicionamento que a empresa assume publicamente.
“O público está cada vez mais atento a qualquer tentativa de uma companhia, por exemplo, de se conectar a um tema com o qual não tenha afinidade de fato. Portanto, o primeiro passo é garantir que as mensagens estejam em linha com as práticas, ou nada terá efeito”, explica o especialista em administração e negócios. “Dito isso, é preciso estar muito atento às grandes pautas atuais, como os direitos humanos, de minorias raciais ou os direitos LGBT. Atitudes que sejam ofensivas, discriminatórias e segregacionistas não são e não devem ser aceitas pela sociedade.”
De acordo com Monise Radau, formada em comunicação social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), posicionar-se é uma escolha, não uma obrigação. “Evitar polêmicas é indicado. No entanto, vale ressaltar que as marcas podem (e devem) se engajar com pautas relevantes para a sociedade e que reflitam seus valores, falando diretamente com o público dela.”
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.