Trabalho e Formacao

Os maus exemplos da pandemia

Correio Braziliense
postado em 07/06/2020 04:29
Alexandre Guerra, afastado do conselho do Giraffas

Não foi apenas a blogueira Gabriela Pugliesi que gerou polêmica nas redes sociais durante a crise do novo coronavírus. O posicionamento de alguns empresários brasileiros também rendeu críticas e boicotes às respectivas marcas. Em uma pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM Rio) sobre a expectativa do público em relação à covid-19, a rede Madero foi apontada como a empresa com pior imagem durante a crise.

O dono da rede, Junior Durski, publicou um vídeo no Instagram, no início da pandemia no Brasil, dizendo que o país não podia parar “por conta de 5 ou 7 mil mortes”. No dia seguinte, publicou outro vídeo pedindo desculpas e sugerindo que havia sido mal interpretado. “Um momento difícil que estamos vivendo, de ter até cuidado com o que a gente fala, de ser mal interpretado. Eu me preocupo muito com cada uma das pessoas que estão morrendo”, disse, no vídeo.


“Não tenho dúvida de que não temos que deixar alguém para trás. Mas não podem ser desproporcionais essas medidas de contenção pelo coronavírus, completou. O empreendedor também foi criticado por demitir funcionários. Outro alvo dos internautas foi o filho do dono da rede Giraffas e ex-candidato a governador do Distrito Federal nas eleições de 2018, Alexandre Guerra.

Ele foi afastado do Conselho de Administração da empresa por causa de declaração feita no Instagram. “Você que é funcionário, que talvez esteja em casa numa boa, numa tranquilidade, curtindo um pouco esse home office, esse descanso forçado, você já se deu conta que, ao invés de estar com medo de pegar esse vírus, você deveria também estar com medo de perder o emprego?”, disse em vídeo publicado na rede social.


Vale ressaltar que, desde 2016, Alexandre não ocupava nenhum cargo executivo dentro do grupo, mas a imagem dele foi diretamente associada à do Giraffas. E o pai dele, Carlos Guerra, tomou atitude que é recomendada por consultores de comunicação ao afastar o filho a fim de tentar desvincular a marca ao caso.

Inquérito das fake news

O dono da rede Havan, Luciano Hang, também fez vídeo criticando as medidas de isolamento social, porém de forma mais sutil. “O efeito econômico causado pelo coronavírus no Brasil é de uma dimensão imensurável (...) Se todos nós fecharmos, quem vai pagar os salários? É como se fosse uma sinuca de bico agora. Temos que ter responsabilidade nesse momento. Primeiro, preservar vidas”, disse em transmissão ao vivo no Facebook, em março.


Colecionador de polêmicas, o empresário é alvo da Polícia Federal no inquérito das fake news, que investiga disseminação de informações falsas e ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Outro nome investigado é o do fundador e CEO da rede de academias SmartFit, Edgard Gomes Corona. No Twitter, usuários sugeriram boicote à academia e a demais empresas envolvidas no inquérito.



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