Trabalho e Formacao

As contas aumentaram

Correio Braziliense
postado em 28/06/2020 04:17
Iggor Mendonça Feitosa:

Com a quarentena, é comum que despesas domésticas como água, luz, energia e supermercado aumentem. Foi o que aconteceu com Iggor Mendonça Feitosa, 26 anos, estudante de engenharia ambiental da Universidade Católica de Brasília (UCB). O jovem, que é pensionista e mora com a namorada, não perdeu a renda mensal, mas teve de barganhar contas em casa.

“Eu negociei valores relacionados à internet e televisão e consegui um desconto de cerca de 15% por seis meses”, relata. “A empresa em questão mostrou-se compreensiva e, apesar de a negociação ter sido tranquila, foi um pouco demorada.” Iggor conta que não seguia um planejamento financeiro, mas está tentando adotar um aos poucos devido à crise.





“Não senti o baque da crise”
Antônia de Carvalho Silva, 52, não sentiu o baque da crise. A revendedora lidera um time de vendas da Avon e conta que, com o fechamento dos shoppings e lojas de rua, as pessoas começaram a comprar mais cosméticos por catálogo. Além disso, ela intensificou a divulgação dos produtos nas redes sociais, o que também contribuiu para o aumento das vendas.

“No entanto, houve redução do número de pessoas interessadas em vender cosméticos nas residências. Com isso, os meus ganhos caíram. Mas, como as vendas aumentaram, não senti esse impacto”, diz. “Além disso, como meu marido é aposentado, nós não sentimos o baque nas nossas finanças”, acrescenta. Ela conta que a empresa fez um acordo para pagar uma quantia mensal aos revendedores durante a crise, o que também tem ajudado a enfrentar o período.

Com as medidas de isolamento social, normalmente os clientes optam por buscar a mercadoria na casa do revendedor, em um esquema de drive-thru (eles pagam e recebem dentro do carro). Há, também, a opção de os cosméticos serem entregues por um motoboy. “Se parar tudo, como a gente vai se sustentar? Não tem como. A gente tem que se adaptar ao momento”, afirma a executiva.



Aprenda

Sebrae lança vídeos com dicas de finanças

Com a crise causada pela pandemia da covid-19, algumas pequenas e médias empresas estão passando por dificuldades na gestão. Pensando em como ajudar essas firmas, o Sebrae de Mato Grosso do Sul lançou no canal do YouTube vídeos com dicas preciosas que podem ser incorporadas aos negócios.

Para falar sobre finanças e créditos, o convidado foi o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade de São Paulo (USP), autor do livro O fenômeno Fintech e especialista em Fintech, Bruno Diniz. Na série de vídeos, ele fala sobre empréstimos, alternativas de crédito por meio de fintechs, soluções de fintechs para gestão financeira, contabilidade e pagamentos. Os aulas estão disponíveis no canal do YouTube: bit.ly/3c8kUpM. Confira lá!






Informe-se

João Guilherme Assafim, professor de direito, tira dúvidas

Quais são os meus direitos como consumidor?
Conhecer o Código de Defesa do Consumidor, principalmente durante este período, é fundamental para não ser passado para trás e evitar prejuízos financeiros ainda maiores. O professor de direito do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) João Guilherme Assafim tira as principais dúvidas sobre o assunto.

“Identifiquei um produto com preço abusivo. O que fazer?”
Se o consumidor verificar a possibilidade de preço abusivo, deve procurar os órgãos de controle: Procon ou Ministério Público do Consumidor. O órgão de controle notifica o estabelecimento comercial para que ele apresente a nota fiscal da compra do produto. Se for verificado que, efetivamente, houve um aumento exagerado, a loja pode ser penalizada e pagar multa.

“Tinha comprado ingresso, mas o show foi cancelado”
Se existe a possibilidade de remarcação do evento, fica a critério do consumidor aceitar a nova data ou solicitar o estorno da compra do ingresso. A pessoa que não puder ou não quiser ir ao evento na nova data pode exigir o ressarcimento do valor. Se ela tiver algum constrangimento no sentido de receber esse dinheiro, pode recorrer à Justiça.

“O que acontece com a passagem que eu comprei?”
A própria Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) traz regras regulatórias no sentido de você poder remarcar a data do voo ou receber a devolução dos valores pagos, sendo que a companhia aérea tem o prazo de 12 meses para fazer o reembolso.

“Como fica minha academia?”
O aluno tem a opção de suspender o contrato se ele quiser ou até de efetuar o cancelamento sem pagar multa, tendo em vista o evento extraordinário. O que nós temos observado em várias academias do DF é um acordo entre os clientes e as empresas: os clientes pagam parcialmente o valor da mensalidade, para que a academia tenha condições de manter os funcionários, e, quando acabar o isolamento, eles terão um desconto referente ao que foi pago.

“E a mensalidade da escola do meu filho?”
Pelo Ministério da Educação (MEC), houve um entendimento de que, se o colégio está prestando a aula pelo sistema on-line, ele está cumprindo a hora-aula do currículo. Nesse sentido, a Secretaria Nacional do Consumidor efetuou uma nota técnica mencionando que, se a escola cumpre a grade ou quase a totalidade da grade de forma on-line, não haveria que se falar em redução das parcelas das mensalidades.



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