Correio Braziliense
postado em 19/07/2020 04:10
Relembre casos famosos de pessoas que “maquiaram” o currículoNo começo do ano passado, o site The Intercept Brasil revelou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não obteve título de mestre em direito público pela Universidade Yale, nos Estados Unidos.
O histórico de Salles havia sido veiculado em um programa da TV Cultura. A produção afirmou que tirou as informações de um perfil do ministro no site Nexo. O Nexo, por sua vez, disse que usou um artigo publicado por Salles na Folha de S. Paulo em 2012, que trazia sua biografia. Por fim, o ministrou culpou a assessoria de imprensa dele pelo equívoco.
Antes de ser nomeada para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves se apresentava em discursos e palestras como advogada, mestre em educação, em direito constitucional e em direito da família. Ela admitiu, no entanto, que nunca obteve os títulos acadêmicos.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, em janeiro de 2019, afirmou que os títulos teriam relação com o ensino bíblico. “Diferentemente do mestre secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico.”
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, informou no currículo Lattes que parte do curso de doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF) teria sido feito na universidade americana de Harvard.
No entanto, em maio do ano passado, o jornal O Globo desmentiu a informação. A assessoria do governador corrigiu a informação e informou que o registro na plataforma dizia respeito à intenção de Witzel no momento em que começou o doutorado, em 2015, quando ainda era juiz federal.
Em 2009, quando era ministra da Casa Civil, a ex-presidente Dilma Rousseff teve mestrado e doutorado em ciências econômicas pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desmentidos.
Uma reportagem da revista Piauí apontou os erros no currículo Lattes da ex-chefe do Executivo. Apesar de ter estudado na instituição após o bacharelado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Dilma Rousseff não chegou a concluir os cursos.
Em 2019, a professora de ensino técnico Joana D'Arc Félix de Sousa, que ficou conhecida pela história de superação que viraria filme, teve o pós-doutorado em Harvard desmentido pelo jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem pediu documentos que demonstrassem o trabalho que ela havia feito nos Estados Unidos. Joana enviou um diploma com a data de 1999, o brasão de Harvard, o nome dela e a titulação “Postdoctoral in Organic Chemistry”.
O jornal mandou o documento para ser confirmado por Harvard, e a instituição informou que não emite diploma para pós-doutorado. Também alertou sobre um erro de grafia (estava escrito “oof”, em vez de “of” em uma parte do texto). Cinco anos antes, ela havia sido condenada pela Justiça a devolver R$ 369,2 mil para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por uma pesquisa que ela não comprovou ter feito.
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