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Dominar outro idioma ajuda no crescimento profissional e pessoal

Dominar outros idiomas, além de ser um requisito para se destacar no mercado de trabalho, amplia os horizontes

Correio Braziliense
postado em 12/01/2020 08:12
Nilo, com a filha Nina: aprendizado do inglês desde cedoO que antes era um sinônimo de luxo ou de status agora virou uma competência imprescindível para a maioria das ocupações profissionais. Mas não para por aí. Nos dias de hoje, dominar outro idioma não é apenas um requisito para se destacar no mercado de trabalho. Em um mundo cada vez mais globalizado, saber se comunicar em uma língua estrangeira significa a oportunidade de superar as fronteiras que existem entre os países e, a partir do contato com outras realidades, desenvolver novos conhecimentos socioculturais e competências cognitivas.

“A aquisição de uma segunda língua potencializa, de todas as maneiras, o aspecto comunicacional. Também potencializa o sistema criativo, as funções executivas e as cognitivas, além de, na questão pedagógica, apoiar a interdisciplinaridade, o reconhecimento de outras culturas e o respeito à diversidade social de uma maneira geral. O ensino de línguas, sem dúvidas, tem se mostrado relevante para os processos de aprendizagem”, avalia a professora do curso de pedagogia do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) Olga Freitas.

Não à toa, uma tendência recente tem sido a proliferação de escolas bilíngues ou de colégios que adotam projetos de ensino em dois idiomas pelo Brasil. A estimativa, de acordo com a Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), é de que o mercado de instituições de ensino bilíngue no país tenha aumentado de 6% a 10% nos últimos cinco anos.


Exercício

Aderir a esse tipo de ensino, de acordo com Freitas, é recomendável a estudantes de qualquer faixa etária. No entanto, caso o aluno tenha acesso a outro idioma desde o início da sua vida escolar, as chances de ele assimilar a nova língua de forma mais abrangente são maiores, pois “aprender uma nova língua é um exercício para potencializar as estruturas cerebrais”. “As crianças têm um sentido ótimo para o aprendizado das línguas, principalmente dos 2 aos 4 anos, que é quando o cérebro está mais aberto para a construção de novas palavras, predisposto à aquisição de outro idioma”, detalha.

“Uma criança que aprende desde cedo será capaz de raciocinar em duas línguas ao mesmo tempo. Ela também terá mais facilidade para se expressar quando for solicitada a se manifestar sobre algo, pois as suas estruturas cerebrais estarão mais ativas. Além disso, o sistema tensional dela será potencializado nesse processo, assim, a construção do vocabulário e das estruturas linguísticas gramaticais serão acionadas simultaneamente”, completa Freitas.

Ciente disso, o funcionário público Nilo Bairros, 51 anos, decidiu investir em uma educação bilíngue para a filha Nina, 4. A menina está há dois anos sendo alfabetizada em inglês e, atualmente, consegue assimilar o significado de números e palavras no idioma estrangeiro. “Na escola, ela aprende bastante por meio de conteúdos lúdicos, principalmente com as canções. Aos poucos, ela vai evoluindo e conseguindo concatenar frases e diálogos. Daqui a alguns anos, certamente os conhecimentos de inglês já estarão incorporados à aprendizagem dela”, destaca Nilo.

Com os pais, Nina se comunica majoritariamente em português. Contudo, Nilo pretende trazer diálogos em inglês para dentro de casa e dar continuidade aos ensinamentos transmitidos pela escola. “Acredito que, se ela aprender agora, vai evitar um problema para o futuro. Portanto, faremos o possível para destravar essa válvula do segundo idioma desde cedo”, garante.


Dinâmicas

No Distrito Federal, tanto instituições públicas quanto privadas contam com propostas de ensino bilíngue. Uma delas é o Centro Educacional do Lago Sul, que atende a alunos do ensino médio. Neste ano, o colégio vai iniciar a transição para uma nova política educacional estabelecida pela Secretaria de Educação para fazer do inglês parte das disciplinas em horário regular e no contraturno da escola.

“Seremos a primeira escola pública de inglês do DF. Nós oferecíamos um projeto de investigação científica bilíngue. Além disso, a escola promovia dinâmicas de conversação e interação em inglês, e diversos locais do colégio já contavam com placas de sinalização no idioma estrangeiro. Agora, paulatinamente, vamos levar para dentro de sala. A ideia é, no futuro, oferecer para os alunos uma carga horária de ensino nos dois idiomas maior para que eles recebam uma certificação de que concluíram o ensino médio em uma escola bilíngue”, comenta o coordenador do colégio, Vitor Valdez.

No Colégio Marista, há propostas bilíngues tanto para alunos da educação infantil quanto para os do ensino fundamental II. Enquanto os mais novos aprendem aspectos voltados à alfabetização, os mais velhos têm aulas para discutir questões globais relacionadas à história, à geografia e a outras disciplinas.

“Se houver o aprendizado de outro idioma já no início da formação educacional da criança, ela terá muito mais fluidez para desenvolver o entendimento de mundo e para acessar informações globais, além de interagir melhor com o ambiente ao redor dela. Afinal, serão pelo menos 10 anos da vida educacional de profundo contato com a língua. Isso pode abrir muitas portas”, destaca o professor de inglês do Marista Wallace Barboza.

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