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Um mundo maior com atividades extraclasse

Especialistas estimulam iniciativas para além da sala de aula, que complementam a educação

Correio Braziliense
postado em 12/01/2020 08:23
Para  Carol Cianni, tudo o que acrescentar conhecimento e desenvolvimento é bem-vindoUma ação educativa, intencional, promovida pela escola com o objetivo de proporcionar a construção do conhecimento pelo educando. Para a pedagoga e psicopedagoga Adriana Dutra, esse é o fundamento da atividade extraclasse, que adiciona ao estudante a ampliação dos conhecimentos para além das matérias formais — como português, matemática, ciências, biologia etc.

Ela observa que “as aulas extraclasse, quando bem planejadas, trazem benefícios indiscutíveis ao aluno: ampliam a visão de mundo, incentivam novas descobertas, aproximam teoria e prática, despertam a criatividade, permitem novas oportunidades de interação e exercitam diferentes habilidades”.

Adriana acrescenta que essas atividades são capazes de melhorar conexões entre os estudantes. Permitem dividir espaços, expor opiniões e ampliam amizades. “Quanto mais categorias forem envolvidas, maior será a probabilidade de melhorar o engajamento dos estudantes para coisas como gincanas virtuais, mostra de artes, festivais, aulas de campo, jogos, visitas guiadas, entre outras”, diz.

Carol Cianni, diretora pedagógica do Colégio Canarinho da Asa Norte, explica que atividades extracurriculares são todas aquelas que vão além da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o documento que normatiza a educação no Brasil. Ela explica que o colégio oferece balé, judô e ginástica acrobática (que inclui circo e capoeira) aos alunos da educação infantil. Além disso, há oficinas de culinária oferecidas pelas próprias professoras. “As crianças aprendem sobre quantidade, trabalho em equipe, alimentação saudável e letramento. Por exemplo: se estão estudando a letra B, podem aprender sobre seu som, o movimento e, por que não, fazer um bolo para enriquecer os estudos.”

Cada escola tem o currículo norteado pelo projeto pedagógico, previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Assim, quando a escola oferece atividades extraclasse, deve, necessariamente, atender aos fundamentos didáticos, filosóficos e políticos do projeto pedagógico. “Esse projeto pedagógico é como a identidade da escola. Deve ser elaborado por toda a comunidade escolar e revisto periodicamente. Assim, podemos afirmar que existe, sim, uma clara ligação entre a aprendizagem de conteúdos e as atividades extraclasse oferecidas pelas escolas”, explica Lucimara Morais, pedagoga e mestra em educação, acrescentando que essas atividades podem ser semanais, como esportes, ou pontuais, como passeios.

Lucimara, porém, alerta sobre os cuidados que se deve ter ao introduzir as metodologias aos alunos. “O maior tempo de interação entre os estudantes gera mais conexão, mas tais interações podem ser experiências também negativas. Em um ambiente mais livre, e com mais autonomia, os casos de bullying podem acontecer com mais frequência. Assim, tudo deve ser bem planejado, com acompanhamento para que as atividades fortaleçam os vínculos e a solidariedade entre os estudantes”, ressalta.

Benefícios visíveis

“Eu acho extremamente positivas as atividades extracurriculares. As pessoas deveriam pensar que a escola é um lugar de desenvolver o indivíduo como todo”, diz Rita Barretto, 55, mãe de um aluno do Colégio Sigma. Para ela, a escola oferece a possibilidade de a criança se expressar e conhecer, na prática, algumas potencialidades importantes para a vida profissional. “O aluno não é só participante, mas idealizador. Existe um estímulo imenso da proatividade, da criatividade e da autonomia. Há um foco de desenvolver o indivíduo por meio das atividades extracurriculares, pois elas despertam outras habilidades”, explica.

Aluna do Colégio Marista de Brasília, Ana Clara Perez, 15 anos, diz que as aulas extracurriculares fazem toda a diferença. “Na escola, têm os projetos pedagógicos, que são as acolhidas, oficinas pedagógicas, ateliês, momentos de desenvolvimento, de conhecimentos gerais e até de aprofundamento em áreas de maior interesse do aluno”. Para a estudante, o inglês é valorizado com oportunidades para intercâmbio. 

A diretora pedagógica do Colégio Leonardo da Vinci da Asa Sul, Nilce Macedo, afirma que a escolha das atividades é feita com base nas necessidades dos alunos, analisadas a partir dos resultados alcançados em processos avaliativos periódicos. “Para alunos do 8º e do 9º anos, que demonstram mais facilidade em matemática, oferecemos aulas com atividades que vão além do nível do ano que está cursando”, explica.

Para Nilce, o período das aulas extracurriculares é valioso também para o colégio. “Cria oportunidades de aproximação entre os alunos e desenvolve habilidades socioemocionais essenciais para a educação integral”, diz.

Faça a sua escolha

1. Pontuais ou rotineiras: as pontuais acontecem uma ou duas vezes ao ano, e as rotineiras têm frequência semanal ou quinzenal.
2. Intraturno ou extraturno: podem ocorrer quando a criança estuda ou após as aulas.
3. Oferecidas pelo corpo docente ou em parceria com outras empresas.
4. Passeios pedagógicos, esportes, línguas, música etc.
 

 *Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi

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