Alessandra Azevedo
postado em 21/03/2018 06:00
Vários problemas de gestão hídrica são apontados ao longo das discussões do 8; Fórum Mundial da Água, que ocorre nesta semana, em Brasília. Algumas localidades sofrem com seca, outras com problemas de distribuição do recurso. Em certos lugares, o desafio é combater a poluição. Em boa parte deles, garantir saneamento básico e água de qualidade para a população. Em geral, essas são situações ;visíveis; e combatidas em maior ou menor escala. Além desses problemas, o mundo precisa lidar cada vez mais com as ;realidades invisíveis; de favelas, pessoas em situações pós-conflitos e pós-desastres e moradores de comunidades vulneráveis. Ontem, o evento se propôs a discutir a segurança hídrica dos menos representados.O objetivo de um dos painéis realizados durante a manhã de ontem é de que as ;realidades invisíveis; também sejam representadas na Declaração de Sustentabilidade que será elaborada amanhã, ao fim do fórum, para mostrar a real situação das políticas atuais voltadas à água. Por isso, o painel reuniu representantes de entidades que buscam ajudar grupos vulneráveis que convivem em favelas, acampamentos de refugiados e comunidades indígenas e rurais, que demandam formas especiais de intervenção nos serviços de água, saneamento e saúde.
A conclusão foi de que a agenda humanitária precisa ser reforçada e incluir a demanda. Além de ajudar as pessoas em risco, é necessário integrá-las à sociedade, garantindo água tratada, trabalho e meios de subsistência. Os participantes do painel também concordaram que a responsabilidade em relação a isso deve ser compartilhada pelos países.
Burcu Calli, representante do Instituto Turco da Água, que expôs a realidade de 5,6 milhões de asilados sírios na Turquia, ressaltou que 6% deles vivem nos campos de refugiados. ;O desafio lá não é só mantê-los salvos, mas prover água limpa e melhor qualidade de vida;, afirmou. Diante dessa realidade, os presentes no encontro também concordaram que é preciso pressionar os governos para que eles destinem mais fundos às comunidades, não apenas para acolher refugiados, mas para coordenar os campos.