Holofote

Fake news afirma que acusadas de matar Rhuan foram espancadas

Notícia falsa está publicada em site, mas subsecretário do Sistema Penitenciário do DF desmentiu a desinformação

Isa Stacciarini
postado em 06/06/2019 19:24
Notícia falsa está publicada em site, mas subsecretário do Sistema Penitenciário do DF desmentiu a desinformaçãoCircula desde a noite de quarta-feira (5/6), principalmente em grupos de WhatsApp, a informação de que as duas mulheres acusadas de esquartejar o menino Rhuan Maycon, 9 anos, teriam sido agredidas no sistema carcerário do Distrito Federal. Consultado pelo Holofote, o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe), delegado Adval Cardoso, desmentiu o conteúdo.

A notícia falsa, publicada em um site identificado como Inforprime, classifica as acusadas Rosana Auri da Silva Cândido, 27, e a companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, 28, como "lésbicas" e aponta que as duas "foram brutalmente espancadas por outras detentas na ala feminina do presídio".

A informação é creditada a representantes do Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião. Mas tanto a "reportagem" como o tal site não revelam nenhuma assinatura ou descrição dos responsáveis pela produção do conteúdo on-line. Além disso, a fake news dá a entender que o ataque às duas mulheres ocorreu na ala feminina da Papuda, o que não existe. Ambas estão presas na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Comeia, no Gama.

A "reportagem" acrescenta que elas foram "levadas para a enfermaria da penitenciária em estado grave, com várias fraturas pelo corpo, após um grupo de detentas, revoltadas com a morte da criança, terem feito uma emboscada para agredir as duas criminosas."

A publicação vem acompanhada de duas fotos: das detentas e de uma pessoa caída no chão ; um filtro, porém, impossibilita qualquer identificação.

O subsecretário Adval garantiu que Rosana e Kacyla não estão juntas desde o dia em que chegaram à carceragem, mas que cada uma divide cela com outras internas. "Nós sabemos do risco e jamais as colocaríamos ao lado de quem poderia fazer-lhes mal", afirmou Adval.

Segundo o delegado, "as mulheres estão na mais absoluta tranquilidade". "Tomamos todas as precauções e não existe nenhum risco à integridade física delas. Até porque, se houvesse, eu mandaria retirá-las na hora. A responsabilidade é minha", garantiu o secretário.

Barbárie


Rosana e Kacyla assassinaram Rhuan na madrugada de sábado (1;/6). O garoto dormia quando recebeu diversos golpes de faca. Em seguida, ele teve o rosto desfigurado, foi decapitado e esquartejado. As mulheres ainda tentaram queimá-lo em uma churrasqueira para descartar um vaso sanitário. No entanto, pararam por causa da grande quantidade de fumaça.

Elas distribuíram as partes do corpo do menino em uma mala e duas mochilas escolares. Rosana jogou um dos itens em um bueiro de Samambaia, mas foi vista por pessoas que estavam na rua. Curiosos abriram o objeto e encontraram o corpo.

A Polícia Civil foi acionada e prendeu o casal na residência. Os investigadores não descartam a possibilidade de que as acusadas fariam o mesmo com a garota filha de Kacyla, que dormia quando os agentes chegaram.

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