Holofote

De economia à Previdência, Eduardo Leite quase gabarita entrevista

O governador do Rio Grande do Sul acertou 'Na mosca' três de quatro verificações. Só não tirou nota 10 porque arredondou dados sobre deficit previdenciário

Guilherme Goulart
postado em 12/07/2019 16:00
Eduardo Leite foi entrevistado por Roberto D'Avila em 1º de julhoO jornalista Roberto D;Avila recebeu, em seu programa na GloboNews, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Aos 34 anos, o mais jovem chefe do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, comentou assuntos como situação econômica do estado, reforma da Previdência, articulação política e porte de armas. A entrevista de 23 minutos foi transmitida em 1; de julho.

Confira a checagem do Holofote:

"(O Rio Grande do Sul) É o quarto estado economicamente no Brasil"

NA MOSCA

Nesse caso, o governador do Rio Grande do Sul baseou-se em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para comentar a força do estado no contexto brasileiro. De acordo com a mais recente pesquisa do órgão, o Rio Grande do Sul apresentou PIB de R$ 408,6 bilhões em 2016. Perde apenas para os PIBs de São Paulo (R$ 2,035 trilhões), Rio de Janeiro (R$ 640,1 bilhões) e Minas Gerais (R$ 544,6 bilhões). Portanto, o Rio Grande do Sul é mesmo o quarto estado mais rico do país.


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"Teve decisões erradas no passado do governo do Estado, na minha visão, que acabaram fazendo com que o estado tenha hoje, por exemplo, um deficit no sistema previdenciário de R$ 12 bilhões. Para ter uma ideia, é, proporcionalmente à população, o maior deficit do Brasil entre os estados, cerca de R$ 1 mil por habitante"

QUASE LÁ

O governador Eduardo Leite só não acertou ;Na mosca; porque arredondou dados do estudo "A situação fiscal dos estados brasileiros", realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado em março deste ano.

O levantamento "revela que em 14 estados brasileiros o valor médio das aposentadorias dos servidores inativos supera a média salarial dos ativos." No caso do Rio Grande do Sul, cada morador contribui com R$ 1.038 ao ano ; e não redondos R$ 1 mil ; para cobrir o deficit de R$ 11,1 bilhões da previdência estadual ; e não R$ 12 bilhões.

Os números expõem o estado ao maior rombo da previdência por habitante no Brasil. Confira mais detalhes aqui.

Para efeito de comparação, no Distrito Federal, de acordo com o estudo da Firjan, o custo por habitante é de R$ 887.
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"A gente entrou esse ano com uma expectativa de crescimento econômico de 2,5%. Aí, foi reduzindo todas as projeções. Temos aí uma projeção de 0,8%, 0,9% de crescimento para esse ano"

NA MOSCA

Como disse Eduardo Leite, no início de 2019, a previsão do Banco Central para o crescimento do PIB era, realmente, de 2,5%. A partir de então, a estimativa de desenvolvimento despencou, chegando a 1,45%.

Em junho, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projetou o crescimento econômico em 2019 em 0,8%, a exata porcentagem informada pelo governador gaúcho. Pela análise, o PIB fechará em alta de 2,5% apenas em 2020.

O dado de 0,9% mencionado por Eduardo Gomes também se confirma pela projeção de crescimento do PIB pelo Citi Brasil.

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"Formamos uma base. São 17 partidos políticos na Assembleia Legislativa. Com diálogo e respeito às diferenças, conseguimos construir uma base com 13 partidos políticos"

NA MOSCA

De fato, 17 partidos políticos compõem a atual legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. São eles: PSL, PPS, PT, PP, PRB, PTB, PSol, PSB, MDB, PDT, Novo, PSD, PSDB, DEM, Solidariedade, PL e Pode.

Além disso, o Holofote apurou que, de fato, são 13 os partidos que integram a base do governo gaúcho: PSB, PPS, PSDB, DEM, MDB, PP, PSL, PL, PTB, PRB, Pode, Solidariedade e PSD.

Não são aliados do governador os partidos Novo, PT, PDT e PSol.

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