2019

Esperança no esporte

Ex-atleta usa o basquete para levar cidadania a crianças e adolescentes que vivem em um abrigo de Ceilândia

Augusto Fernandes
postado em 27/03/2019 07:00
O campeão brasileiro Pipoka toca o projeto Bola ao Alto com Nara, da Fundação Pedro Jorge
Nos mais de 230 mil quilômetros quadrados de Ceilândia, é comum se deparar com os espaços para a prática de atividades esportivas lotados de crianças e de adolescentes. Com os pés ou com as mãos, lutando ou fazendo manobras radicais, a garotada está sempre se exercitando. O que já mereceria destaque em razão dos benefícios para a saúde ganha ainda mais importância por outro motivo: o papel do esporte como ferramenta de cidadania.

;O esporte é um grande aliado na educação do ser humano. Ensina valores como coragem, honestidade, integridade e respeito. A partir dele, qualquer jovem é capaz de se tornar uma pessoa do bem e trazer bons frutos para a sua cidade, mesmo que não vire um atleta profissional de fato;, destaca o ex-jogador de basquete Pipoka.

Campeão pan-americano da modalidade em 1987 e cinco vezes vencedor do Campeonato Brasileiro de Basquete ; uma delas, defendendo o extinto Universo/Brasília ;, Pipoka sabe bem o quanto o esporte é importante para a vida de alguém, sobretudo para pessoas carentes ou em situação de vulnerabilidade. Por conta disso, iniciou neste ano o Bola ao alto, projeto que usará o basquete como ferramenta de transformação social para crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos que vivem sob medida protetiva em um abrigo de Ceilândia.

;O nosso maior objetivo é devolver cidadãos honestos para a cidade. Esses jovens já carregam um sofrimento emocional muito grande, portanto, antes que o mundo da criminalidade os abrace, temos que mostrar a eles que existe um caminho bom;, explica o ex-atleta. Feito em parceria com a Fundação Pedro Jorge, associação sem fins lucrativos, o Bola ao alto ainda levará aos alunos reforço escolar, cursos de cidadania e oficinas profissionalizantes.

;A intenção do curso é fazer com que o futuro desses meninos e meninas seja mais palpável. Aqui, nós queremos que eles entendam que podem realizar sonhos que, hoje, parecem impossíveis;, diz a coordenadora geral da Fundação Pedro Jorge, Nara Maubrigades.

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