postado em 22/04/2008 18:07
HAVANA - O Conselho de Estado de Cuba, presidido por Raúl Castro, nomeou Ana Velázquez ministra da Educação, substituindo Luis Ignácio Gómez, que estava há quase 18 anos no cargo.
Velázquez até então era reitora do Instituto Superior Pedagógico Frank País, de Santiago de Cuba, e deputada do Parlamento, cadeira que Gómez perdeu nas eleições de janeiro passado.
O comunicado oficial diz que a nova ministra tem domínio geral do sistema educacional devido a sua experiência de 30 anos no setor, mas se abstém de informar o destino de Gómez.
O sistema educacional, um dos paradigmas da revolução cubana, foi alvo de fortes críticas durante o debate nacional promovido por Raúl Castro na segunda metade de 2007, assim como no recente Congresso da União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC).
"Tem cabimento o ensino primário e o secundário regidos hoje por critérios e práticas descabidas e ignorantes de princípios pedagógicos, psicológicos elementares, e violador dos direitos familiares, formarem crianças e adolescentes e, conseqüentemente, moldarem o futuro?", indagou o cineasta Alfredo Guevara.
A substituição de Gómez é a primeira mudança ministerial feita por Raúl Castro desde que foi eleito presidente em fevereiro passado. Mas é quinta a incluir os 19 meses que governou o país interinamente durante a ausência de Fidel, devido a seu estado de saúde. Nesse período, nomeou novos ministros da Informática e Comunicações, Justiça e Transporte, e dissolveu o Instituto de Recursos Hidráulicos.
Ao tomar posse da presidência, em 24 de fevereiro, Raúl Castro anunciou que estudava uma redução do gabinete cubano, formado hoje por 31 organismos: 27 ministérios, o Banco Central e os Institutos de Esporte, Rádio e Televisão e Cinema.
Segundo rumores na Ilha, os ministérios de Educação e Educação Superior vão se tornar um só, entre outras medidas que devem ser anunciadas até o fim do ano.